Inea estuda projetos para evitar novas enchentes
Data: 19/05/2014
Inea estuda projetos para evitar novas enchentes
Diário de Petrópolis, Segunda-feira, 19 de maio de 2014
Roberta Müller
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) já iniciou os estudos preliminares para o desenvolvimento de projetos que visam evitar novos transbordamentos nos rios Quitandinha e Piabanha. Já foram aprovados R$ 3,3 milhões, pelo Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam), para a elaboração do que foi chamado de “Estudos e Projetos Básicos para Obras de Controle de Inundações” ao longo dos trechos urbanos destes dois rios. Quem mais aguarda pela chegada das melhorias são os comerciantes e moradores do trecho que passa pela Rua Coronel Veiga, onde são registrados constantes transbordamentos, mas eles não estão esperançosos quanto a mudanças, já que a região enfrenta os mesmos problemas há anos.
No fim do ano passado, o governo municipal, em parceria com o Inea, realizou a limpeza daquele trecho do Rio Quitandinha com o objetivo, segundo a prefeitura, de “minimizar os efeitos das chuvas na região”. Mas pouco tempo depois a água voltou a invadir a pista, os comércios e os prédios. Até agora já foram, pelo menos, cinco transbordamentos. Especialistas dizem que o problema é “estrutural” e apenas obras poderão dar uma solução. A prefeitura informou que este tipo de intervenção é de competência apenas do Inea.
Enquanto nada sai do papel, na Coronel Veiga a única certeza é de que haverá prejuízos no caso de chuva forte. Na maioria das ocorrências registradas este ano a água invadiu comércios e interrompeu o trânsito. A via é um dos principais caminhos de quem chega ou sai da cidade.
O comerciante Paulo Celso Chaves administra um bar e restaurante no local há apenas oito meses e já acumula prejuízos causados pelo transbordamento do rio. Um aparelho de buffet, duas geladeiras, dois freezers e uma máquina de frango queimaram depois que a água invadiu o estabelecimento dele por três vezes. A cada episódio o empresário calcula um prejuízo de cerca de R$ 4 mil.
- Quando chove nós temos muitos prejuízos. Além de perder as máquinas, ainda fico sem clientes. Tem dia que não consigo sequer abrir para o almoço porque precisamos ficar na limpeza. Além das coisas que queimaram, ainda tenho uma geladeira amassada que caiu durante uma enchente em cima de um balcão. O balcão também quebrou – explicou ele, lembrando que mesmo com a comporta de mais de 1,5 metro não consegue evitar que a água invada o comércio.
De acordo com o porteiro de um dos prédios da Coronel Veiga, ele está há 25 anos no mesmo emprego e nunca viu um ano sequer sem que o rio tivesse transbordado.
- Chega o verão é a mesma coisa, sempre enche, mas às vezes até no inverno chega a transbordar – disse.
O trecho do Centro Histórico do Rio Quitandinha também não escapa dos transbordamentos. Mesmo não sendo com tanta frequência como na Coronel Veiga, comerciantes da Rua Washington Luiz e de parte da Rua do Imperador também contabilizam prejuízos. Este ano, a rua nas proximidades do Cefet, prédio do antigo fórum, ficou alagada em março, quando o índice pluviométrico chegou a 89.8 mm.
No ano passado, o Inea havia informado que a proposta do instituto para as enchentes do Centro Histórico incluíam a reforma e reconstrução do túnel extravasor do Palatinato e uma galeria do Rio Quitandinha até o Rio Piabanha, o que também beneficiaria a região da Coronel Veiga. O investimento seria de R$ 150 milhões. Mas ainda não foi divulgado sobre o início das obras.
A situação dos rios pode ser acompanhada através do sistema de Alerta de Cheia no site do Inea (www.inea.rj.gov.br).