Carta aberta à Sra. Presidenta Dilma Rousseff
Data: 06/09/2012
RESPEITABILÍSSIMA SENHORA PRESIDENTA
DILMA ROUSSEFF
Por absoluta necessidade, nós de Itaipava, recorremos a Vossa Importante ajuda, pedindo antes, desculpas pela ousadia de tomar Vosso precioso tempo e atenção, porém, nos sentimos desamparados.
Esta carta aberta, com agradecimentos pelas providências tomadas no âmbito da União, também carrega nossas mágoas, com relação às ações do Estado e do Município, que deixam muito a desejar e muito nos tem prejudicado.
Não necessitamos recordar a tragédia na madrugada de 12/01/2011, nem nos é grato fazê-lo, porém, é preciso que as autoridades que lidam com nosso cotidiano nos respeitem e tenham em mente, que muitos de nós perdermos tudo, inclusive parentes e amigos
Depois de tanto tempo e tantas tentativas, a quem recorrer? Não sabemos, porém, ao procurá-la temos certeza de que “batemos na porta certa”, pois no passado, a jovem Dilma deve ter se sentido tão desamparada quanto a população de Itaipava se sente hoje. Os motivos podem ter sido outros, porém, o sentimento é o mesmo. Desesperança... desamparo... incerteza... impotência... tristeza.
Talvez nos tratem com desprezo, por pensarem que somos cidadãos inferiores ou por nos imaginarem despreparados ou ainda, por saberem como é difícil nos socorrermos junto ao Poder Judiciário, que é dispendioso, toma-nos tempo e dias de trabalho e ainda, porque sabem que o Estado tem enormes prerrogativas.
Para nós o tempo voa e os prejuízos se acumulam, enquanto para os burocratas, nada os afeta ou incomoda, não são responsabilizados.
A seguir, enumeramos os itens que mais nos incomodam e para os quais solicitamos sua proverbial atenção.
A – Falta de respeito no relacionamento do Estado, para com a população. Rogamos que Vossa Excelência envie pessoa de sua confiança para interagir conosco e nos ouvir.
B – Planejamentos feitos à revelia da população, que não é ouvida, embora seja a mais interessada e prejudicada. Pedimos que sejam disponibilizados e informados à população, todos os planos, custos, prazos de execução e verbas disponíveis, que deverão ficar expostos para consultas.
C – Até o presente, não foi construída nenhuma habitação para desabrigados e realocados. Desejamos o rápido início das obras. Já se passaram 18 meses.
D – Reflorestamento e cobertura vegetal. Solicitamos o plantio urgente de mudas de árvores da Mata Atlântica e gramíneas, para proteção geral.
E –Reconstrução urgente de todas as pontes que ruíram. Urgentíssimo! Não se deve priorizar parques e ciclovias em detrimento de casas e pontes.
F – Regularização de margens e leitos de rios. Não se deve usar este item (que é necessário) como motivo para implantar parques fluviais, que obrigam a retirada indevida de inúmeros, imóveis, pois atingem maior área. Deve-se respeitar o trabalho de vidas inteiras, de pessoas que lutam com dificuldades financeiras.
Excelentíssima Senhora Presidenta, ao ler o pensamento abaixo, do antropólogo Roberto Damatta, publicado em artigo do “O Globo”,
“No Brasil a autoridade vê apenas a letra fria da lei, deixando de fora o espírito dos valores da sociedade da qual faz parte.”
não nos restam dúvidas de que reflete a atuação do Estado e do Município, em Itaipava, que tanto nos têm causado prejuízos, insegurança, desgaste, dúvidas, amolações, grande desgaste e perda de saúde.
Depois do enorme sofrimento imposto pela natureza, não é justo que soframos ainda mais, pela ação arrogante e prepotente do Estado, que é demorada, prejudicial e insensível às nossas necessidades.
O momento é de alerta redobrado, pois a União acaba de liberar enormes verbas para o Estado, que precisam ser fiscalizadas.
Senhora Presidenta, contamos vivamente com Vossa compreensão e apoio, pois virando-nos as costas, a ninguém teremos a quem recorrer.
Agradecendo a atenção, formulamos desejos de felicidade pessoal juntamente com a família e nos despedimos com admiração e apreço.
Cordial e atenciosamente
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Moradores de Itaipava, setembro de 2012.
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