Mortes em Araras poderiam ter sido evitadas
Data: 06/01/2011
Mortes em Araras poderiam ter sido evitadas
A tragédia que se abateu sobre uma família em que três crianças morreram por conta de uma barreira que destruiu uma casa na comunidade Mata Cavalo II, em Araras, na madrugada de terça-feira, poderia ter sido evitada se medidas concretas tivessem sido tomadas por parte do poder público para resolver problemas apontados há mais de cinco anos pelo geógrafo e chefe da Reserva Biológica de Araras, Ricardo Ganem.
“Aquela é notoriamente uma área de risco, por conta da instabilidade geológica do terreno, que está dentro de uma Área de Preservação Permanente (APP). Aquela encosta começou a ser ocupada no fim da década de 80 (1988) e é alvo de crescimento desordenado há anos. Posso garantir que a encosta em que aconteceu esta tragédia já foi alvo de procedimentos por parte do Ministério Público. Eu já avaliei aquela área há uns 5 ou 6 anos. Na ocasião, emitimos um laudo informando que a Comunidade Mata Cavalo II está em uma APP, inserida na APA-Petrópolis, que é supervisionada pelo Instituto Chico Mendes (ICMBIO). É um terreno com instabilidade geológica, onde existe risco iminente para os moradores”, assegura Ricardo Ganem.
O geógrafo lembra que na região de Araras outras três comunidades estão em situação semelhante: Poço dos Peixes, Mombaça e Vista Alegre.
Fonte: Tribuna de Petrópolis, 06 de janeiro de 2011.