Tarefa difícil - Bernardo Filho
Data: 29/09/2019
Tarefa difícil
Bernardo Filho - Advogado e Jornalista
Estamos há um ano das próximas eleições. Ano que vem, em outubro, vamos escolher quem será o próximo prefeito para os quatro anos seguintes e quem serão os vereadores.
Ainda uma questão não está resolvida: qual será o número de vereadores, se permanecerá em 15 ou teremos um aumento de cadeiras para 21 ou 23.
Face aos acontecimentos lamentáveis, tais como o afastamento de dois presidentes e de 5 vereadores, bem como o abandono pela Casa Amarela, (que sempre foi a casa do povo) da população e de seus anseios, um aumento de número neste momento não agrada nem um pouco o eleitorado. Esta questão é vista como mais uma autoproteção de mandatos e falta de coragem de participar em uma disputa mais acirrada por uma vaga.
A lei permite (não obriga) este aumento de número, ou seja, é um fato legal, mas por outro lado, não há nada que justifique, aqui em nosso Município, este crescimento desnecessário; o argumento de aumentar a participação bem como melhorar a fiscalização e analisar atos do governo é falacioso.
Outrossim, alegam os defensores do aumento, que não haverá aumentos de despesas já que o percentual de 5% da arrecadação do Município, destinado ao legislativo municipal será o mesmo, seja com 15 com 21 ou com 23. Como se isto fosse uma justificativa digna de aplausos.
É uma tarefa hercúlea, encontrar um cidadão satisfeito com o desempenho de nossos edis de uma forma geral, onde poucos, muito poucos, fazem seu trabalho se destacar dos demais. Por este motivo, a renovação de nomes tende a ser maior que nos dois últimos pleitos quando foi de 33,33%. Dos 15 dois terços (10) se reelegeram. O esperado para o ano que vem é de mais de 50% de renovação, daí o esforço em defender a elevação do número de cadeiras.
A estimativa é de que, com 23 vagas a renovação se mantenha em algo em torno de 30%, com 21 vagas em 40% e com 15 vagas 50%.
Para aqueles que gostariam de uma renovação maior, apenas digo que este é um processo mais longo e de uma maior conscientização da população. Quando perto de 60% dos eleitores decidem seu voto no dia da eleição poderemos novamente vivenciar outra eleição atípica e diferenciada.
O importante é, que fique claro para a população, que não há a menor vantagem no aumento do número de vereadores. A Cidade, tampouco seus cidadãos, precisam disto neste momento e nada ganham com isto.