Está mais do que na hora de se realizar um Plano de Mobilidade Urbana para Petrópolis (veja-se um exemplo de "tentativa e erro", sem qualquer tipo de planejamento o que fizeram com a Rua Monsenhor Bacelar, para onde em 2004, foram desviadas as frotas de quase todos os ônibus e caminhões que circulam na Zona Sul da cidade, trazendo transtornos, prejuízos aos moradores e deteriorações de casarões tombados pelo IPHAN), que leve em conta a preservação dos imóveis do Centro Histórico, que não suportem fortes trepidações.
A elaboração do Plano de Mobilidade Urbana do município de Petrópolis, não só demonstrará que a cidade estará cumprindo a legislação federal - Estatuto das Cidades, Lei n° 10.257/2001, como será um grande avanço para a sociedade, visto que se tratarão de estudos para elaboração de projetos e legislações voltados para o campo da mobilidade urbana e da acessibilidade.
Minha sugestão é que se aproveitem TODOS os estudos a respeito de mobilidade, já realizados em Petrópolis, desde a década de 90 (principalmente os trabalhos dos engenheiros da COPPE/UFRJ, dos anos de 2006 e 2007, tendo em vista que esses profissionais são considerados os melhores do Brasil e não podem ter seus planos ricos em detalhes técnicos para o trânsito no Centro Histórico da cidade menosprezados ou perdidos).
Por isso, o resgate de TODOS os estudos já realizados até hoje no trânsito de Petrópolis, é muito importante para que se cheguem a conclusões racionais, sem vontades próprias dos gestores do tráfego urbano da cidade, levando-se em consideração sempre as necessidades da população, que nitidamente quer um transporte eficiente para os pontos de maior interesse do município que se concentram EXATAMENTE no Centro Histórico da cidade.
O transporte interbairros é muito importante, mas há que se convir que o povo não pode ter o seu direito de "ir e vir" suprimido pela falta de coletivos que levem a população aos pontos de Petrópolis mais acessados - por isso, a retirada de ônibus e/ou outros meios de transporte público dos principais logradouros comerciais da cidade, não seria JAMAIS conveniente.
Por que não se trabalhar também com os inúmeros profissionais competentes das áreas de arquitetura, engenharia e urbanismo do município de Petrópolis, na elaboração de um Plano de Mobilidade Urbana para a cidade ?
No ano de 2009, a CPTRANS contou com o trabalho de um Diretor Técnico Operacional (Ronald Colman Pamphile, que atualmente está cursando doutorado na COPPE/UFRJ), que chegou a elaborar um Plano de Mobilidade Urbana para Petrópolis (que está anexado no Inquérito Civil Público do Ministério Público Federal, que apura as causas das rachaduras dos imóveis da Rua Monsenhor Bacelar, que começaram a aparecer DEPOIS das mudanças no tráfego urbano do local em 2004), mas que em 2010 infelizmente não está mais atuando no trânsito da cidade - por que não se discutir ou quem sabe até colocar em prática na nossa cidade o trabalho desse competente profissional ?
De jeito nenhum, como petropolitanos que somos, podemos permitir que estudos sobre o trânsito de Petrópolis, que já estão sendo realizados há vários anos, se percam e do nada e a CPTRANS comece novamente um trabalho do "zero", sem que apresente soluções para os problemas mais graves (como por exemplo a situação da Rua Monsenhor Bacelar) a pelo menos um curto prazo.
Importante ressaltar, que estudos mais profundos, como por exemplo as simulações computadorizadas das diferentes opções de tráfego urbano, elaboradas pelos engenheiros da COPPE/UFRJ (considerados os melhores do Brasil), além dos trabalhos realizados em 2009, pelo arquiteto/urbanista Ronald Colman Pamphile, caracterizam-se como projetos já em andamento há quase 5 (cinco) anos e que não podem simplesmente serem apagados para sempre.
Devemos admitir que para haverem alterações no trânsito da Rua Monsenhor Bacelar, quase todo o tráfego das vias adjacentes, serão também alterados, sendo necessário um estudo (segundo informações da CPTRANS em 2007 aos moradores do local, já realizado anteriormente pelos engenheiros da COPPE/UFRJ, através de simulações computadorizadas, que previam inclusive a inversão de sentido de tráfego urbano na Rua Washington Luís como uma das opções levantadas, mas que na época não foi adotada).
Assim sendo, partindo do princípio de que os atuais gestores do trânsito de Petrópolis, sempre devem ter muita humildade (seguindo sempre os anseios da população e ouvindo também as diferentes opiniões de profissionais que já trabalharam com o tráfego urbano da cidade), devemos sempre ter a esperança de que no nosso município o Estatuto das Cidades será respeitado, finalmente um Plano de Mobilidade Urbana se desenvolverá e em breve estará sendo colocado em prática.
De Antônio Carlos CARNEIRO Gomes:
Concordo com meu amigo Ségio quando ele sugere que "se aproveitem TODOS os estudos a respeito de mobilidade, já realizados em Petrópolis, desde a década de 90 (principalmente os trabalhos dos engenheiros da COPPE/UFRJ, dos anos de 2006 e 2007, tendo em vista que esses profissionais são considerados os melhores do Brasil e não podem ter seus planos ricos em detalhes técnicos para o trânsito no Centro Histórico da cidade menosprezados ou perdidos)."
E que "o resgate de TODOS os estudos já realizados até hoje no trânsito de Petrópolis, é muito importante para que se cheguem a conclusões racionais, sem vontades próprias dos gestores do tráfego urbano da cidade, levando-se em consideração sempre as necessidades da população, que nitidamente quer um transporte eficiente para os pontos de maior interesse do município que se concentram EXATAMENTE no Centro Histórico da cidade."
Os estudos pelos quais pagamos com nossos impostos não podem ser ignorados. Mas é preciso selecionar, criteriosamente, o que há de melhor em cada um deles. Não é possivel que sejam todos imprestáveis e que tenhamos que pagar por outro(s).
Estou nesta guerra (que, infelizmente, já estou considerando inglória) pelo trânsito da nossa querida Petrópolis e, principalmente, pelo da Monsenhor Bacellar onde moro, desde que esta loucura começou em 2004.
Eu fui o primeiro a colocar panfletos de porta em porta convocando os moradores para as reuniões que fazíamos no CDH que culminaram com o bloqueio da rua que ocorreu (pacificamente) após um Vectra derrubar o ponto de ônibus em frente ao Terra Santa (tenho fotos). Se não tivesse ocorrido num sábado, teria atingido dezenas de crianças.
Com a ajuda de grande número de moradores, das crianças e das freiras da Terra Santa paramos a rua por quase uma hora e o trânsito parou até no Bingen. O que isto nos rendeu? Nada além dos quebra-molas que agora querem retirar.
Mães de crianças portadoras de necessidades especiais têm EXTREMA dificuldades para atravessar a rua com seus filhos (alguns já adultos) no colo em frente à APAE. Um absurdo !
Participei de N reuniões na CPTrans, no Ministérios Públicos Estadual e Federal, de programa de rádio com o Presidente atual da empresa, enviei vários e-mails para o IPHAN, para o INEPAC e até para a Secretaria Geral de Presidência da República.... o que recebi de volta? Propaganda do INEPAC enchedo minha caixa de entrada.
Algo precisa ser feito COM URGÊNCIA mas, sinceramente, estou FARTO.
Farto de blá blá blás, farto de ser "empurrado com a barriga", farto de ser tratado como um chato criador de casos quando brigo pela saúde e pela segurança da minha família, pela integridade de meu imóvel, QUE É TOMBADO PELO IPHAN, e pelo bem desta cidade que adoro.
Não sou político, não tenho partido, não tenho compromisso, não devo favores e nem tenho "rabo preso" com ninguem. Não sei em quem vou votar em nenhuma esfera e, pela primeira vez e infelizmente, penso em anular meu voto... mas sei muito bem em quem NÃO VOU VOTAR.... e tem muita gente a quem tenho certeza que não vou dar o meu precioso votinho.
É impressionante como "eles" sempre aparecem, sorridentes e simpáticos, em véspera de eleição.
Desculpem o desabafo... voltando ao trânsito, ainda não vejo luz no fim do tunel. Desisti de perder horas no trabalho para participar de reuniões que não levam a lugar nenhum.
Eles entram, eles saem, recebem salários gordos e o caótico trânsito da nossa querida Petrópolis só tende a piorar. Espero, torço e rezo para que alguem consiga resolver esta parada... antes que a cidade pare.
Quando tiverem algo CONCRETO e quiserem me chamar para conversar, estarei à disposição, como sempre, para ajudar no que for possivel. Enquanto isto não acontece, vou colocando meus protetores auriculares para dormir, aumentando o volume da TV, falando mais alto dentro da minha própria casa, colocando massas nas rachaduras e tomando mais cuidado para atravessar a rua para não ser atropelado por uma carreta ou por um ônibus da Viação Esperança que não tinha nada que passar por aqui...
Grande abraço a todos
Carneiro
De Myriam Born:
Antonio Carlos,
Sua mensagem e desabafo refletem o mesmo sentimento que muitos tem ao ver todo o nosso patrimônio, a nossa linda cidade, agonizar por causa da situação de total incompetência e descaso das "autoridades". Eles vão se revezando e se perpetuando no poder municipal e a cidade vai se degradando cada vez mais. Vemos o mesmo processo nas esferas estaduais e na federal que transformaram os órgãos de preservação em cabide de sub-empregos, onde os técnicos tolhidos morrem de medo de trabalhar e perder seus empregos. Tanto o Iphan como o Inepac estão engessados e os poucos técnicos que querem realmente fazer alguma coisa, acabam alijados do processo. O Ministério Público Estadual, já teve dias melhores em Petrópolis, atualmente só faz aumentar as pilhas de processos sem solução. Não se pode dizer o mesmo dos atuais procuradores federais. Tanto o Dr. Charles Stevão como a Dra. Vanessa Seguezzi, fazem o que podem e realmente se importam com o processo de degradação do patrimônio. Mas com os meios jurídicos de que dispõem, não conseguem e nem podem agir em todas as frentes. Mesmo assim a parceria com a Procuradoria tem sido um bom caminho e em algumas vezes conseguimos bons resultados. Como por exemplo, no caso do Supermercado que seria implantado, com licença do IPHAN, em pleno coração do Centro-Histórico, ao lado da Catedral e da Casa da Princesa Isabel.
Então, não podemos desistir.
Na questão do trânsito, é fundamental que estejamos unidos para fazer valer nosso direito de ir e vir, de respirar sem adoecer e de recuperar nosso patrimônio etc. Nós da AMA CENTRO HISTÓRICO tb estamos há muito, lutando pelo Plano Viário. Temos agora finalmente a chance de vê-lo elaborado por técnicos da sociedade que sensibilizados estarão conosco nesta empreitada. Acreditemos que neste momento e sempre, a nossa união é fundamental e colaboremos. Só desta forma poderemos muito em breve voltar a transitar e recuperar nossas inormes perdas patrimoniais e em qualidade de vida.
A Internet é grande um instrumento do qual podemos nos utilizar. Com ela podemos estar sempre nos informando e nos coordenando mutuamente. Salve a Internet!
Que Deus nos ajude para que realmente possamos enfrentar as nossas dificuldades e conquistar no PLANO VIÁRIO.
Abraço,