Petrópolis, 29 de Março de 2024.
Matérias >> Legislação >> Plano Diretor e Leis Complementares
   
  Prefeito quer que Concer assuma Estrada Parque

Data: 10/11/2010

Prefeito quer que Concer assuma Estrada Parque

 

            Com previsão de início em março de 2011, as obras de construção da nova pista de subida da BR-040 (Rio-Juiz de Fora), que será feita a partir da duplicação de 20 quilômetros da descida da serra e construção de um túnel com cinco quilômetros de extensão, é considerada por autoridades e entidades petropolitanas como fundamental, uma vez que o traçado da atual pista não comporta mais o fluxo intenso de veículos. Apesar de previsto para começar, o projeto de duplicação apresentado pela Concessionária que administra a BR-040 (Concer) ainda está sendo analisado pelo Ibama, em Brasília. De acordo com informações do Ministério Público Federal em Petrópolis, onde um procedimento foi instaurado para acompanhar os impactos ambientais da obra, a Concer atendeu todas as formalidades exigidas pelo Ibama, mas até o momento nenhuma licença ambiental foi expedida.

            A execução do projeto tem pontos importantes que precisam ser discutidos e que dividem opiniões entre autoridades e representantes da sociedade petropolitana. O prefeito de Petrópolis Paulo Mustrangi avalia que a nova estrada é fundamental para o desenvolvimento da cidade, mas afirma que questões como o destino da atual pista de subida, que ao ser desativada deverá ser transformada em uma estrada parque, e a nova entrada da cidade, que desembocará na região do Duarte da Silveira, ainda precisam ser discutidas.
“A atual pista não comporta mais o volume de veículos que recebe. Com o novo traçado e o túnel, o trajeto ficará mais rápido e seguro, facilitando o acesso a Petrópolis. Isso é muito importante, levando em conta que teremos a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016. Alguns pontos, no entanto, precisam ser definidos. A Estrada Parque, por exemplo, é importante para a cidade, mas precisará de investimentos em infraestrutura, manutenção e fiscalização para evitar a degradação. Esse é um ponto crucial para nós. Vamos exigir que a Concer assuma essa responsabilidade pelo menos durante um certo período. Outro ponto que precisa ser discutido é a entrada da cidade pelo Duarte da Silveira. Além disso temos uma discussão sobre o impacto ambiental. Vários pontos precisam ser debatidos. A Prefeitura, os secretários e a sociedade têm que discutir esse assunto, todos têm que participar”, afirma Mustrangi.

            Na mesma linha, o presidente da Câmara de Vereadores de Petrópolis, Bernardo Rossi, acredita que o assunto deve ser mais debatido e diz que a Concer precisa dar mais explicações aos petropolitanos. “É inegável que a construção de uma nova pista de subida é importante para a cidade, está prevista no contrato, mas é preciso um olhar mais atento. Não queremos inviabilizar o projeto, mas é necessário que haja uma discussão mais ampla sobre como ele será executado e que impacto vai ter sobre Petrópolis. Hoje, brigamos na Justiça para que a Concer faça melhorias nas pistas atuais e que ofereça o conforto que petropolitanos e usuários fazem jus pelo pedágio, um dos mais altos do país. Se no passado tivesse ocorrido um acompanhamento deste contrato a situação seria diferente. É isso que queremos garantir. A audiência pública realizada em setembro não satisfez os anseios da sociedade. É preciso que se avalie o impacto disso, tanto do ponto de vista ambiental como também econômico para a cidade ”, considera o presidente da Câmara de Vereadores, Bernardo Rossi. Deputado eleito, Bernardo diz que uma das primeiras ações na Alerj é convocar audiências com a Concer dando oportunidade para a sociedade conhecer e opinar sobre o projeto.

            Presidente da comissão que faz a revisão do Plano Diretor, o também vereador Thiago Damaceno frisa que os petropolitanos estão preocupados. “Esse projeto traz benefícios com a ligação Bingen-Quitandinha, mas não houve espaço para discussão com a comunidade. A entrada da cidade passa a ser pelo Duarte da Silveira e isso muda o fluxo de viagens na cidade. O Bingen, onde está prevista a nova entrada, é um bairro residencial, que em termos de infraestrutura não está adequado”, disse Damaceno.
Representantes do comércio e da indústria destacam que o projeto trará benefícios para a economia da cidade. Entre estes está o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Petrópolis, Jésus Costa. “As condições atuais da estrada estão muito precárias. Essa obra vai beneficiar muito os petropolitanos. Essa construção já deveria ter sido feita há muito tempo, pois a BR-040 é uma via importantíssima para a economia da cidade e fundamental também para centenas de petropolitanos que passam por lá todos os dias”, afirma Jésus Costa.

            Opinião semelhante tem o representante do Sindicato do Comércio e Petrópolis (Sicomércio) e da Associação de Lojistas da Rua Teresa, Marcelo Fiorini. “A sensação que eu tive ao ver o projeto na audiência pública foi de que essa obra significa uma revolução para a cidade. Ela vai encurtar a viagem, facilitar a chegada dos turistas, isso será muito positivo para o comércio e para a indústria, será um avanço”, avalia Marcelo Fiorini. Ele sugere também a restrição de horário para circulação de carretas. “Até o fim da obra, a Concer e a ANTT deveriam restringir a circulação de carretas, entre 17h e 22h, durante a semana; e de 8h às 14, aos sábados”, sugere Fiorini.

            Também atento à importância da construção da nova via de acesso a Petrópolis, o presidente do Instituto Civis, Mauro Correa, também defende uma ampla discussão sobre o assunto. “Estamos muito preocupados, pois vários pontos precisam ser discutidos antes da aprovação deste projeto. Estamos preocupados com o adensamento que deverá acontecer em função da redução da distância e com a possível favelização da atual estrada depois de  desativada, é preciso que se defina quem será responsável por ela, para evitarmos que ela se transforme em uma União e Indústria, que está abandonada,  ou em uma Serra Velha da Estrela, que foi totalmente invadida e favelizada”, frisa Mauro Correa.

            Também preocupado, o petropolitano Fernado Varela criticou a Concer e teme que a obra possa refletir no aumento da tarifa de pedágio. “Tenho muito receio quanto à Concer. A sociedade e o município precisam acompanhar muito bem essa situação, pois esse projeto terá forte repercussão na vida da cidade”, considera.

 

Fonte: Tribuna de Petrópolis, 10 de outubro de 2010




 

 

DADOS MUNICIPAIS EQUIPEWEB DADOS MUNICIPAIS DADOS MUNICIPAIS