17,9 milhões de pessoas fizeram o teste de diagnóstico de Covid-19 até agosto, o equivalente a 8,5% da população do país.
O maior percentual de realização dos testes está entre as pessoas com renda mais alta: 21,7% fizeram o teste no grupo de rendimento domiciliar per capita de mais de 4 salários mínimos e menos de 5% fizeram entre aqueles que recebem até meio salário mínimo.
Entre as pessoas que fizeram o teste, 3,9 milhões de pessoas (21,6%) foram diagnosticadas com Covid-19. Em julho, eram 2,7 milhões de pessoas.
O Distrito Federal (19,4%) foi a Unidade da Federação com maior percentual de testes realizados, seguido por Piauí (14,4%) e Roraima (12%). Pernambuco tinha o menor (5,8%).
Em agosto, 12,1 milhões relataram ter algum sintoma de síndrome gripal, o que representa 5,7% da população.
O percentual de domicílios que receberam algum auxílio para combater os efeitos da pandemia foi de 43,9% no país, sendo maior no Norte (61%) e no Nordeste (59,1%).
O número de pessoas que fizeram o teste de diagnóstico da Covid-19 aumentou 34,4% em agosto frente ao mês anterior, chegando a 17,9 milhões de pessoas, o equivalente a 8,5% da população do país. No mês passado, a pesquisa divulgou esse tema pela primeira vez e revelou que 13,3 milhões de pessoas haviam feito o teste até julho. Entre todas as pessoas que fizeram o teste em agosto, 21,6% foram diagnosticadas com Covid-19, o equivalente a cerca de 3,9 milhões de pessoas. Os dados são da edição mensal da PNAD COVID19, divulgada hoje (23) pelo IBGE.
“Uma maior disponibilidade de testes e, consequentemente, um maior acesso a eles por parte da população podem justificar o aumento no número de pessoas que estão fazendo o exame. Como a pandemia não acabou, é natural que aumente esse número, inclusive entre as pessoas que não tiveram sintomas, mas que tiveram contato com alguém que teve Covid-19 e fizeram o teste para se certificar”, explica a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Vieira.
O percentual de realização dos testes para diagnóstico da doença é maior entre as pessoas com rendimentos mais altos, chegando a 21,7% no grupo de rendimento domiciliar per capita acima de 4 salários mínimos e ficando abaixo de 5% entre as pessoas que ganham até meio salário mínimo. “Quem tem condições de fazer o exame para descartar a possibilidade de estar com a doença já faz nos laboratórios. Não existem indícios que há mais contaminação entre os que têm mais renda, mas a gente tem mais pessoas fazendo o teste entre aqueles que possuem mais renda”, completa a pesquisadora.
A pesquisa aborda três tipos de testes: o SWAB, exame em que o material é coletado com cotonete na boca e/ou nariz; o teste rápido com coleta de sangue por um furo no dedo; e o exame com sangue retirado na veia do braço. Dos 17,9 milhões de pessoas que fizeram o teste, 6,9 milhões fizeram SWAB e, desses, 25,2% testaram positivo.
O Distrito Federal (19,4%) foi a Unidade da Federação com maior percentual de testes realizados, seguido por Piauí (14,4%) e Roraima (12%). “Dos 19,4% que fizeram o teste no Distrito Federal, só 4,1% testaram positivo. Então esse dado mostra que mais pessoas estão fazendo o teste do que, de fato, recebendo o diagnóstico da doença”, diz Maria Lucia. Já Pernambuco (5,8%), Acre (6%) e Minas Gerais (6,1%) registraram os menores percentuais de realização de testes.
Apesar do aumento no número de pessoas que fizeram os testes, o contingente daqueles que relataram ter algum sintoma de síndromes gripais diminuiu. Em maio, 24 milhões de pessoas afirmavam ter algum dos sintomas abordados pela pesquisa, como tosse, febre e dificuldade para respirar. Em agosto, esse número caiu para 12,1 milhões, o que representa 5,7% da população.
“Agora, as pessoas que tiveram contato com outras que estiveram doentes têm mais oportunidades de tirar a prova para saber se também foram contaminadas ou não. Então tem muita gente que fez o teste sem apresentar sintoma nenhum”, explica Maria Lucia.
43,9% dos domicílios receberam algum tipo de auxílio emergencial
Em agosto, o percentual de domicílios onde pelo menos um dos moradores recebeu algum auxílio para combater os efeitos da pandemia foi de 43,9% no país, sendo que as maiores proporções estavam no Norte (61%) e no Nordeste (59,1%). O valor médio do benefício recebido pela população foi de R$ 901 por domicílio.
Entre os tipos de auxílio abordados pela pesquisa estão o emergencial, destinado a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, e a complementação do Governo Federal pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.
O Amapá (71,4%) foi o estado com maior proporção de domicílios onde um dos moradores é beneficiário de programa de auxílio emergencial, seguido de Maranhão (65,5%) e Pará (64,5%).
“Esse índice ficou estável em praticamente todos os estados. O total de domicílios que receberam auxílio teve um aumento grande de maio para junho e, de junho para julho, praticamente não cresceu, ficando estável em agosto”, diz a pesquisadora.