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  28,6 milhões de pessoas fizeram algum teste para a Covid-19 até novembro

Data: 23/12/2020

 

PNAD COVID19Estatísticas experimentais

28,6 milhões de pessoas fizeram algum teste para a Covid-19 até novembro

Editoria: Séries Especiais  Alerrandre Barros  Arte: Jessica Cândido

 

23/12/2020 09h00 Última Atualização: 23/12/2020 12h24

 
  • Resumo

  • 6,5 milhões testaram positivo para a doença.
  • Depois de meses em queda, passa de 7,8 para 8,0 milhões número de pessoas que tiveram algum sintoma relacionado à síndrome gripal.
  • 10,2 milhões de pessoas não tomaram nenhuma medida de restrição para evitar o contágio pelo novo coronavírus.
  • Desocupação avança e atinge 14 milhões de pessoas em novembro.
  • Em 28,0 milhões de domicílios, algum morador recebeu auxílio emergencial.
  • 11,2% dos estudantes não tiveram atividades escolares no país, sendo que no Norte esse percentual foi mais que o dobro (25,4%).
  • 204 mil estudantes não realizaram tarefas devido à falta de acesso à internet, 169 mil não conseguiram se concentrar e 154 mil não tinham computador, tablet e celular.

12,7 milhões realizaram teste de diagnóstico com o cotonete - Foto: Claudionor Jr. / Governo da Bahia

O número de pessoas que fizeram algum teste para diagnóstico da Covid-19 até novembro foi de 28,6 milhões. Desse total, cerca de 6,5 milhões testaram positivo para doença, o que corresponde a 22,7% das pessoas que fizeram teste e 3,1% da população. Na comparação com outubro, mais 2,9 milhões de pessoas realizaram algum exame e 754 mil foram diagnosticadas com o novo coronavírus. Os dados são da última edição da PNAD COVID19, divulgada hoje (23) pelo IBGE.

“Até o mês de novembro, 13,5% da população realizou algum teste para diagnosticar Covid-19. O Centro-Oeste apresentou a maior proporção de pessoas que testaram. A testagem também foi maior entre as pessoas declaradas brancas, de 30 a 59 anos de idade, mais escolarizadas e com maior nível de renda”, detalhou a coordenadora da pesquisa, Maria Lucia Viera.

Os exames mais realizados foram o SWAB, procedimento em que o material é coletado com cotonete na boca e/ou nariz do paciente (12,7 milhões) e o teste rápido com coleta de sangue por um furo no dedo (12,4 milhões). Outros 8,0 milhões fizeram o exame com sangue retirado na veia do braço. “O maior percentual de testes positivos foi registrado com o método SWAB (26,6%)”, disse ela.

Entre as unidades da federação, o Distrito Federal (25,6%) continuou na liderança, com o maior percentual de pessoas que realizaram testes em novembro, seguido por Goiás (20,7%), Piauí (20,6%) e Amapá (16,9%). Os menores percentuais foram registrados no Acre (8,8%), Pernambuco (9,3%) e Alagoas (10,3%).

Sintomas de síndrome gripal voltam a subir após meses em queda

Maria Lucia também destaca que o número de pessoas com algum sintoma de síndromes gripais, que vinha caindo desde junho, apresentou um leve aumento, passando de 7,8 milhões em outubro para 8,0 milhões em novembro. Isso corresponde a 3,8% da população. Entre os sintomas abordados pela pesquisa, estão tosse, febre e dificuldade para respirar.

Houve aumento também nas queixas de sintomas conjugados, como perda de cheiro ou sabor; tosse, febre e dificuldade para respirar; e tosse, febre e dor no peito. Com isso, o indicador síntese mostra que 988 mil pessoas (ou 0,5% da população) apresentaram sintomas conjugados de síndrome gripal que podiam estar associados à Covid-19. Em outubro, eram 855 mil pessoas (0,4%).

Segundo Maria Lucia, em um mês, subiu o quantitativo de pessoas com algum sintoma que procuraram estabelecimentos de saúde. Embora a maioria, em números absolutos, tenha ido à rede pública, observou-se crescimento na busca pela rede privada.

“Em novembro, a busca por estabelecimentos públicos de saúde ficou estável, após queda na procura por Unidades Básicas de Saúde em outubro, enquanto nos estabelecimentos privados, houve aumento. A procura por prontos-socorros ou hospitais privados ou ligados às forças armadas, por exemplo, aumentou quase 35% de outubro (320 mil pessoas) para novembro (431 mil)”, detalha a coordenadora da pesquisa.

Número de pessoas que não seguem distanciamento social cresce e passa dos 10 milhões

O número pessoas que não tomou nenhuma medida de restrição para evitar o contágio pelo novo coronavírus cresceu 492 mil em um mês, chegando a 10,2 milhões de pessoas, o que equivale a 4,8% da população do país. Do mesmo modo, o grupo de pessoas que ficou rigorosamente isolado reduziu para 23,5 milhões, menos 2,8 milhões na comparação com outubro.

A maior parte da população (97,9 milhões) afirmou ter reduzido o contato com outras pessoas, mas continuou saindo de casa ou recebendo visitas, 9,7 milhões a mais na comparação com outubro. Já quem ficou em casa e só saiu em caso de necessidade somou 79,3 milhões. Esse número reduziu em 1,4 milhão de um mês para o outro.

Desocupação atinge 14,0 milhões de pessoas

Em novembro, a taxa de desocupação, medida pela PNAD COVID19, chegou a 14,2%, a maior da série histórica da pesquisa, iniciada em maio. Isso corresponde a 14,0 milhões de pessoas sem trabalho no país, em outubro foram 13,8 milhões.

“Esse aumento da população desocupada ocorreu, principalmente, na região Nordeste. Nas demais regiões ficou estável, sendo que no Sul houve queda na desocupação”, disse Maria Lucia, destacando que desde maio, esse contingente aumentou 38,6%.

Já a população ocupada subiu para 84,7 milhões, aumento de 0,6% em relação a outubro (84,1 milhões), e, pela primeira vez desde o início da pesquisa, apresentou contingente superior ao de maio (84,4 milhões). O nível de ocupação ficou em 49,6%, ou seja, menos da metade da população em idade para trabalhar estava ocupada.

Com isso, houve aumento na força de trabalho, que corresponde à soma da população ocupada e a desocupada, totalizando 98,7 milhões de pessoas. A população fora da força reduziu para 72,0 milhões.

“A população ocupada se aproximou do patamar de março, apesar da taxa de desocupação maior. Isso porque temos mais pessoas pressionando o mercado de trabalho em busca de uma ocupação. Esses números refletem a flexibilização das medidas de distanciamento social, com mais pessoas mês a mês deixando de estar fora da força de trabalho”, afirmou Maria Lucia.

Em novembro, a taxa de informalidade ficou em 34,5%, a mesma do mês anterior, o que corresponde a 29,2 milhões de pessoas. Norte e a Nordeste seguem com as maiores taxas de informalidade, 49,6% e 45,2%, respectivamente.

Houve redução de 853 mil pessoas no contingente daqueles que gostariam de trabalhar e não procuraram trabalho devido à pandemia ou por falta de vaga na localidade em que vivem (13,6 milhões).

Das 84,7 milhões de pessoas ocupadas, 2,1 milhões ainda estavam afastadas do trabalho devido ao distanciamento social em novembro. Esse é o menor contingente da série. Em maio, 15,7 milhões estavam afastadas do trabalho por esse motivo.

O número de pessoas que estavam trabalhando de forma remota também continuou reduzindo, chegando a 7,3 milhões. “O indicador está em queda mais acentuada desde setembro, acumulando uma redução de 15,8% no número de pessoas em trabalho remoto desde o início da pesquisa, em maio”, acrescentou Maria Lucia.

Em cerca de 28,1 milhões de domicílios, algum morador recebeu auxílio emergencial

A pesquisa também mostra que em 41,0% domicílios ao menos um morador recebeu algum auxílio do governo para enfrentar a pandemia em novembro. No mês anterior, esse percentual foi de 42,2%. Foram atendidos cerca de 28,1 milhões de domicílios em novembro frente aos 29,0 milhões de outubro. O valor médio do benefício recebido pela população foi de R$ 558 por domicílio.

“Esse percentual reduziu em todas as grandes regiões e na maioria dos estados”, disse Maria Lucia, detalhando que as regiões que têm mais domicílios com pessoas recebendo auxílio continuaram sendo Norte (57,0%) e Nordeste (55,3%). Entre os estados, o Amapá (70,1%) foi o com maior proporção, seguido do Pará (61,1%) e Maranhão (60,2%).

Entre os tipos de auxílio abordados pela pesquisa, estão o emergencial, destinado a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, e a complementação do Governo Federal pelo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda.

11,7% dos estudantes não tiveram atividades escolares em novembro

A PNAD COVID19 mostra, ainda, que em novembro, dos 46,3 milhões dos estudantes, de 6 a 29 anos, que estavam matriculados em escolas e universidades, 5,3 milhões (11,7%) não tiveram atividade escolar. A maioria, 39,5 milhões (87,5%), teve alguma tarefa ao menos uma vez na semana. Já o restante estava de férias (0,8%).

Entre os estudantes que tiveram atividades, mas não realizaram as tarefas, 204 mil (28%) alegaram falta de acesso à internet ou qualidade insuficiente como motivo, 169 mil (23,2%) disseram que não conseguiram se concentrar e 154 mil (21,2%) não tinham computador, tablet e celular disponível para acompanhar o conteúdo.

No Norte, 25,3% das crianças, adolescentes e jovens que frequentavam escola estavam sem acesso às atividades escolares para realizar, seguido do Nordeste (17,1%). Sul (3,7%), Sudeste (7,9%) e Centro-Oeste (6,0%) tiveram os menores percentuais. Na rede pública de ensino da Bahia, 38,2% dos alunos não tiveram tarefas, o maior percentual entre os estados do país.

PNAD COVID19 trouxe avanços para as pesquisas do IBGE

Nesta última edição da PNAD COVID19, Maria Lucia lembra que a pesquisa, que integra as Estatísticas Experimentais do IBGE, foi planejada para que seus resultados fossem divulgados pelo período de três a quatro meses, mas acabou sendo estendida por sete meses.

“Decidimos encerrar a pesquisa porque estávamos trabalhando com os mesmos domicílios há sete meses. Isso gera um cansaço no informante e aumenta a recusa. Mas acreditamos que a PNAD COVID19 cumpriu seu papel de retratar o país em um momento bastante difícil para todos”, disse a coordenadora da pesquisa.

Maria Lucia destaca, ainda, que a pesquisa trouxe avanços no método de coleta por telefone e ainda inovou dentro do IBGE ao divulgar dados semanalmente. “Pudemos acompanhar a evolução dos efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho e a saúde da população de forma rápida. Isso foi algo que o IBGE nunca tinha feito com uma pesquisa domiciliar”, encerra.




 

 

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