As demandas do Comércio e da Indústria para o novo prefeito
Data: 06/11/2016
As demandas do Comércio e da Indústria
Com a troca de prefeitos, negócios deixam claro o que esperam do Poder Público
Eric Andriolo - Diário de Petrópolis
A prefeitura troca de mãos a partir de janeiro, mas apesar de qualquer novo governo começar com um período de otimismo e esperança de mudanças, a sociedade não se esqueceu das demandas que sempre teve – e vai continuar cobrando. Sabendo disso, o Diário perguntou ao comércio e à indústria da cidade quais são as demandas para a prefeitura.
No comércio, a relação com o Poder Público deve sofrer alguma mudança. Após ser eleito, Bernardo Rossi já prometeu uma secretaria para o atual presidente do sindicato patronal do comércio varejista (Sicomércio), Marcelo Fiorini.
Mas embora os comerciantes esperem que isso facilite o acesso à prefeitura, é claro que nada é garantido até que os trabalhos comecem. Na Rua Teresa, o principal pólo de modas da cidade, as esperanças estão depositadas em um projeto entregue ao prefeito eleito.
Ao Diário, a presidente da Associação da Rua Teresa (Arte), Cláudia Pires, disse que o plano de melhoria inclui melhoras na infraestrutura, inclusive a ativação dos banheiros do Inpas, mais bancos instalados nas calçadas (o atual prefeito, Rubens Bomtempo, já instalou alguns), e providências que incentivem os ambulantes a trocarem as barracas que utilizam – nesse caso, o argumento é que elas poluem a rua visualmente.
A Rua Teresa é o maior shopping a céu aberto na América latina, mas vem em declínio há meses, desde que a recessão econômica atingiu o comércio e levou ao fechamento de cerca de 40% das lojas. A situação se agrava com a criação de pólos de venda no atacado na Baixada Fluminense. A rua passa por uma mudança, com o varejo representando cada vez uma parcela maior das vendas. Cláudia disse ao Diário que cerca de 50% da movimentação agora vem do varejo, mas essa participação costumava ser de apenas 20%.
- As pessoas querem ser bem recebidas, e temos que pensar nos novos clientes, que vêm visitar a cidade, vêm com a família. A Rua Teresa atrai mais a mulher, então as crianças precisam ter lugar para se entreter, e os maridos precisam estar confortáveis. Temos de ter outros atrativos que não só a loja, para que as pessoas vejam um shopping a céu aberto – disse a presidente da Arte.
Uma das propostas envolve criar estacionamentos. Outra pede mais cursos para as vendedoras, melhorando o atendimento ao público.
- A Rua Teresa pode não ser quem mais paga impostos para a prefeitura, mas é o maior empregador da cidade. É o comércio local – argumentou Cláudia.
O argumento é simples: uma Rua Teresa saudável significa mais pessoas empregadas, e essas pessoas gastam seus salários no restante do comércio da cidade, movimentando a economia.
Porém, muitas das demandas da Rua Teresa não são novidade. Há anos, os lojistas reclamam sobre bancos, banheiros e estacionamento, por exemplo.
- Espero que as coisas mudem, porque o que vemos nos planos da Arte são os mesmos pedidos há muito tempo. Espero que com a mudança de governo venha alguma melhora. A ente tem que ter esperança - concluiu Cláudia.
Indústria quer áreas de fomento
As empresas também têm altas expectativas. A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) informou ao Diário que espera que o prefeito aja de acordo com o Mapa do Desenvolvimento elaborado pela entidade.
O documento é uma espécie de lista com todas as ações que a indústria quer ver partirem do Poder Público. Dessas, várias são da competência dos municípios.
Existe um mapa específico, apenas para a Região Serrana. Um dos itens que preocupam a indústria é a criação e preservação de zonas industriais e empresariais na cidade. Para isso, as empresas querem que o Poder Público torne adequada a infraestrutura (água, energia, gás natural, banda larga etc.) dos distritos e condomínios industriais, e que essas áreas sejam “preservadas” para facilitar a proliferação das empresas.
Outro item que é competência da prefeitura é a “adequação da logística e da mobilidade urbana”, que a Firjan chamou de “um dos fatores mais importantes para a atratividade de investimentos” porque atinge o custo final das mercadorias e serviços.
A Firjan ressalta no documento a importância de que se termine a obra da BR 040 e a necessidade de aumentar a capacidade da Estrada União e Indústria.
A indústra também está preocupada com a ocupação da cidade. No item “ordenamento habitacional”, eles pedem infraestrutura urbana e serviços públicos como saneamento básico, energia elétrica, transporte, saúde, educação e segurança, e evitar a ocupação desordenada e a favelização. Especialmente nas áreas industriais e seus entornos.
Por fim, a Firjan pediu também maior prevenção contra eventos climáticos na região.