Vinícius Ferreira
Redação Tribuna
Na última semana, a Polícia Rodoviária Federal – PRF divulgou o balanço dos acidentes registrados nas nove rodovias federais que cortam o estado do Rio de Janeiro. No ano passado, foram 15.328 acidente e 532 mortes. No ranking da violência nas estradas, 55 pessoas morreram na Br-040, a terceira colocada no levantamento e que tem 78 de seus 123 quilômetros no estado, dentro da jurisdição do município de Petrópolis.
A primeira colocada no ranking é a Br-101, que tem cerca de 599 km de extensão dentro do estado do Rio de Janeiro, entre a divisa com o Espírito Santo ao norte e a Divisa com o Estado de São Paulo ao Sul. Nela foram registrados 229 mortes, 5.308 acidentes. Ela é seguida pela Br-116, que entra no estado do Rio pelo município de Sapucaia e se segue até Resende, já na divisa com o estado de São Paulo. Nela foram 141 mortes, em 4.992 acidentes. A Br-040 registrou 2.876 acidentes.
Segundo o levantamento da PRF, as colisões frontais foram responsáveis por 27,6% dos acidentes em todo o estado. Ainda de acordo com a análise, 83% desses acidentes aconteceram em pista seca e metade à noite. Ainda de acordo com as estatísticas, 70% das mortes aconteceram em acidentes em linha reta. Neles morreram mais da metade das vítimas de acidentes do ano passado, 376 pessoas.
O que pode explicar a característica desses acidentes é a infração de trânsito mais registrada no ano passado, a multa por excesso de velocidade é a mais recorrente, foram mais de 100 mil multas aplicadas, cerca de 20% do total, contra motoristas que trafegaram a cima da velocidade permitida. A segunda infração do ranking é o tráfego pelo acostamento, que representa cerca de 9,75% das multas.
Os homens morrem mais nos acidentes que acontecem nas rodovias do estado. Em 2014, foram 425 vítimas do sexo masculino, contra 97 do feminino. É ainda entre os jovens a maior taxa de mortos. O grupo de 25 a 30 anos representa 71 mortes. O segundo grupo de vítimas no trânsito, tem entre 35 e 39 anos. Oito crianças, de 0 a 9 anos, morreram em 2014.
Entre as causas, registradas, dos acidentes, o principal fator é a falta de atenção, que corresponde a um terço dos acidentes registrados no ano passado. Foram 4.031 acidentes, que resultaram em 73 mortes. O segundo motivo mais comum é o excesso de velocidade, que causou 940 acidentes e 54 mortes. Há ainda a ultrapassagem indevida (38 mortes) e a ingestão de bebida alcoólica (20). Defeitos na via ou mecânico ou ainda a presença de animais na pista, juntos, representam apenas cinco mortes.
Queda nos acidentes e mortes em relação à 2013
Em 2013, o número de acidentes, em todo o estado, foi de 17.032. No comparativo feito pela PRF, levando em consideração ao aumento da frota de veículos que cruzam as nove rodovias federais, a média de acidentes caiu 15,55%. O número de mortos de 2013 também foi maior. Foram 654 contra 532 no ano passado, 11,43% a menos. O único fator que cresceu de um ano para o outro foi o número de vítimas graves, que saltou de 1.420 para 1.426, mas – levada em consideração o crescimento da frota de veículos, o número de acidentes por milhão de automóveis foi de 16,42 (contra 17,40). A queda foi de 5,63%.
Trecho de Petrópolis é de curvas sinuosas e sofre com a ação do mal tempo
O trecho Petrópolis da BR-040 possui características diferentes da maior parte das rodovias do estado. Por se tratar de uma região de serra, é composto por curvas sinuosas e normalmente, essa característica, associada ao mal tempo é a principal causadora de acidentes. O mais recente e grave, registrado no trecho, aconteceu na noite do dia 4 (e está fora do levantamento da PRF, que abrange apenas o ano de 2014). A jovem Uanita Pereira da Silva Reis, de 22 anos, que estava no banco de trás de um veículo de passeio, que seguia na pista sentido Rio de Janeiro, morreu após o motorista perder o controle da direção, sair da pista e colidir com uma árvore. Na última semana, faleceu a segunda vítima do acidente, Bruno França Pires, de 24 anos. A terceira vítima da colisão, Luis Gustavo de Oliveira, de 28 anos, segue internado em estado grave.