Thaciana Ferrante - Até hoje não houve nenhum entendimento entre os 900 operários que atuam nos canteiros de obras de construção da nova pista de subida da serra da BR-040 e os patrões – o Consórcio Triunfo e subcontratadas –, por isso todos os trabalhadores continuam parados. A greve completou uma semana e possivelmente afetará o cronograma das intervenções. Apesar disso, o Siticomm, sindicato que representa os trabalhadores, afirma que o objetivo dos funcionários é avançar com as negociações e resolver da melhor forma o impasse.
O sindicato garante que não houve intervenção do Tribunal Regional do Trabalho exigindo o retorno ao serviço, como foi noticiado na última semana. Segundo o presidente do Siticomm, Josimar Campos de Souza, ele negociará com os patrões hoje, às 15h, durante audiência que será realizada no (TRT).
"A gente está tentando uma conciliação, mas é preciso mais boa vontade do Consórcio. Acredito até que os trabalhadores estejam dispostos em reduzir mais um pouco o percentual de reajuste salarial, contanto que o vale-alimentação receba uma melhoria ainda maior. Mas se eles continuarem irredutíveis e recusando as propostas mínimas feitas pelos operários a greve continua", ressaltou.
A greve teve início depois que os trabalhadores rejeitaram a proposta apresentada pelos patrões de reajuste salarial de 7,13%. A categoria solicita 10% de aumento salarial e reajuste de R$ 100 no vale-alimentação, que atualmente é de R$ 300. As negociações começaram em dezembro e foram retomadas em janeiro, após o recesso de fim de ano. Desde então, o consórcio mantém a mesma proposta do patronal de reajuste de 7,13%, rejeitada pelos trabalhadores que começaram a negociação pedindo 21%. A última paralisação da categoria aconteceu em julho do ano passado, quando os trabalhadores ficaram 18 dias em greve por causa da negociação do valor do plano de saúde extensivo aos dependentes.
Na última semana, o sindicato da categoria afirmou que se fosse exigida a volta de 20% dos trabalhadores aos canteiros de obras, o TRT estaria colocando em risco a vida desses profissionais, pois seriam obrigados a trabalhar sem o auxílio dos outros operários.
“No dia 19 de fevereiro, um dos trabalhadores morreu em um acidente enquanto atuava na obra mesmo estando com todos os outros operários por perto. Imagina o perigo que será se 20% deles tiverem que voltar aos canteiros sem os outros companheiros?”, declarou em entrevista concedida à Tribuna de Petrópolis na última quinta-feira.