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  BR-040: Moradores questionam Duarte da Silveira como a nova entrada de Petrópolis

Data: 15/05/2014

 

Moradores questionam Duarte da Silveira como a nova entrada de Petrópolis

 

 

 

Diário de Petrópolis, Quinta-feira, 15 de maio de 2014

 

Anna Paula Di Cicco

 

As obras do túnel de cinco quilômetros que está sendo construído pela Concer, concessionária que administra a Rodovia BR-040, fazem parte da duplicação da subida da serra de Petrópolis. No entanto, tal túnel desemboca no bairro Duarte da Silveira, na Rua Luiz Winter, onde moradores se dizem estar “como um barco à deriva”. Isso porque nada ainda foi dito sobre desapropriação no local, mas é visivelmente impossível continuar residindo no local que será a nova entrada da cidade.

 

- Como a rua vai suportar o fluxo de carros que entram diariamente na cidade se não duplicar a pista também? E como vão duplicar a pista aqui se não desapropriar as casas? Só nos resta ser comunicados para saber o que vamos fazer. Ainda não sabemos se será venda assistida ou como deveremos proceder. Fica difícil, pois moramos aqui há anos e refazer a vida em outro lugar nem sempre é tão fácil, diz um morador que não quis se identificar.

 

Já Dona Déia, como é conhecida Andréa da Rocha, diz que um dos grandes problemas enfrentados é a deterioração do local. Ela diz que tira pó de seus móveis diariamente, mas que logo em seguida, poucos minutos depois, dá pra escrever na poeira acumulada novamente. Outra dificuldade que ela encontra é quando falta água.

 

- Estamos acostumados a subir um trecho aqui perto para buscar água nos barris, que é o que temos que fazer quando o bairro fica sem água. Mas agora fizeram uma barragem lá e não temos como ter o mesmo acesso de antes. O que acontece agora é que por onde chegamos aos barris, passamos por uma área que transformou-se em um rio. Da última vez fiquei com água até o joelho. Uma outra pessoa caiu lá e ficou com água no queixo, ressalta Dona Déia.

 

Segundo ela, que já mora há mais de 30 anos no local, um técnico de segurança da obra foi acionado e se comprometeu com a moradora a colocar um tubo para drenar a água, fazendo com que não houvesse mais acúmulos no local. No entanto, ela diz que não sabe quando isso será feito.

 

- Até lá temos que esperar. Eu tenho pedido para os meninos que trabalham na obra pegar para mim. Eles conseguem fazer um caminho onde eles chegam no topo do morro e pulam para o outro lado, coisa que eu, com 61 anos, não consigo mais fazer, Diz a senhora.

Entramos em contato com a Concer para saber se há alguma posição em relação aos moradores do bairro Duarte da Silveira, no entanto, até o final desta edição não obtivemos resposta.

 

Outras questões do túnel

 

Com os antigos acessos do Bingen e do Quitandinha continuando em atividade, muitas das 16 mil pessoas que acessam Petrópolis diariamente, dizem que não pretendem utilizar a nova entrada. A afirmação de que a empresa de ônibus Única-Fácil não irá trafegar pelo túnel, fez com que diversos outros motoristas questionassem a segurança da construção. O Diário já havia publicado em janeiro deste ano a posição do engenheiro da empresa, Luiz Vinhaes. Na ocasião, Luiz disse ter optado por esse posicionamento por causa do aumento do trajeto em seis quilômetros e também por uma questão de segurança. A declaração dele foi dada após o Ministério Público Federal em Petrópolis mover uma ação civil pública apontando irregularidades no projeto e falta de uma Auditoria de Segurança Viária, garantindo que a obra atenda os requisitos básicos de segurança.

 

- Vamos subir pela pista nova até o Belvedere. Dali em diante vamos utilizar a Estrada Parque até a Casa do Alemão para não ter problema algum. Não posso colocar em risco os passageiros, que teriam que enfrentar cinco quilômetros fechados com grandes veículos, alguns transportando produtos tóxicos e combustíveis. Se isso for alterado, iremos rever nossa posição. Além disso, essa economia de tempo que eles (Concer) estão divulgando não é verdade porque o túnel sai no Lixão. O petropolitano que mora no Quitandinha ou no Centro não terão benefício nenhum. Aliás, somente quem mora na região de Itaipava é que será beneficiado, disse na época Luiz Vinhaes.




 

 

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