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  LOCKDOWN (PODCAST, LIVE) - Philippe Guédon

Data: 15/05/2020

 

LOCKDOWN (PODCAST, LIVE)

Philippe Guédon *

 

Para os sobreviventes da gestão participativa, reduzidos a tentar entender o que acontece apesar da tola parcialidade de nossa grande imprensa, a multiplicação grotesca de expressões em inglês atinge as raias da insensatez.

Ameaçar as pessoas com lockdown em vez de usarem os inteligíveis termos de “fechamento” ou “paralisação” é querer que o povo não entenda chongas e ainda babe de admiração pela sapiência dos “nossos representantes” (como afirma ingenuamente a Constituição).

Não explico podcast por não saber o que é, mas live é o “ao vivo” que ouvi durante mais de oitenta anos. Virou laive, cheira a Maiami, deve ser coisa mais fina.

Paralisar na marra um Município, (no caso) cidade, ou mesmo bairro, é coisa séria. Pode ser remédio necessário, embora se a decisão for tomada por meia dúzia de governantes cuja vida segue como dantes e até melhorada por confinarem as pessoas em casa e disporem de mais vagas de estacionamento, sem qualquer oitiva das pessoas de verdade, estas que pagam o pato, como sempre, eu diria que é fria. Confinar ou até paralisar bairros urbanizados é de relativa facilidade. Fazer o mesmo lá onde o Poder Público fecha os olhos de janeiro a dezembro de todos os anos, o “outro lado de Petrópolis” de Vicente Loureiro, Maria Helena Arrochellas e o casal Paulo e Anna Maria Rattes, é outro papo. Assim ouso perguntar qual o efeito da paralisação de um bairro enquanto o outro continua vivendo como Papai do Céu é servido, sem nenhuma interferência de nossos caros “representantes”?

Em 1986 havia 28 morros, hoje “bairros” ou “comunidades” (ninguém impede o progresso): Nª Sº de Fátima, Bataillard, Buraco do Caxambu, Cantinho do Cemitério, Caminho da Esperança, Comunidade S. João Batista, Contorno I, Contorno II, Duques, João Xavier, Morro dos Anjos, Mata Cavalo, Morro do Alemão, Morro da Glória, Morro do Neylor, Morro da Oficina, Morro da Prefeitura, Morro da Presidência, Morro do Quarteirão Brasileiro, Morro do Vai-Quem-Quer, Pedro Ivo, Pedro do Rio, Pista de Esqui, Praça dos Desabrigados, Sargento Boening, Vai Quem Quer II, Veridiano Félix, 24 de Maio e Do Outro Lado. Desde Vicente Loureiro, não sei de quem tenha mapeado e levantado a revolução ou involução, talvez a multiplicação dessas áreas, que não creio tenham encolhido. Pergunto: vão locdaunar as comunidades também?

Curioso como governantes teimam em errar sozinhos, ou se disporem ao diálogo só entre amigos. E são os mesmos que virão, antes do final do ano, pedir o apoio dos trouxas para mais um mandato de “representação” da soberania popular. E haverá quem os ouça, encantadora credulidade dos sem memória. Já há quase dois meses que enfrentamos a pandemia; gostaria de saber quais esforços desenvolveram Executivo e Legislativo para criar uma Câmara virtual de representantes da Sociedade, desde associações de moradores até o Sindicato dos Médicos? Temo que nunca tenham pensado no assunto. Graciosamente, ofereço-lhes o belo trabalho de Vicente; peçam ao Centro Alceu, Maria Helena arrumará uma cópia e vocês poderão começar a raciocinar.

Ah! De nada, colegas.

 

 

* Coordenador da Frente Pró Petrópolis - FPP




 

 

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