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  O golpe, o golpe, o golpe - Arnaldo Jabor

Data: 05/07/2016

 

O golpe, o golpe, o golpe - Arnaldo Jabor

 
- O Estado de S. Paulo
 
Dilma e o PT continuam a bradar que está em curso um golpe contra eles. Vão berrar isso na Olimpíada, vão continuar até 2018, quando esperam eleger o Lula. Mas creio que esse demagogo narcisista encontrará seu destino antes disso.
 
É espantoso ver o ardor com que a “barbie” de esquerda Gleisi Hoffmann e o Lindberg Farias, bem conhecido em Nova Iguaçu, defendem Dilma. Por que será? Para mostrar força, já que ambos são investigados na Lava Jato? E o José Eduardo Cardozo? Ele parece estar lutando pela própria vida. Sua fidelidade canina é emocionante. Que será que ele quer? Algum sonho de poder ou é só amor?
 
Todos se aferram à tecnicalidade das chamadas “pedaladas fiscais”, questionando-as, periciando-as, como se esse detalhe fosse a única razão para o impedimento.
 
Sem dúvida, foram o irrefutável crime contábil de seu governo. Mas não só as malandragens da administração são crimes; também foram espantosos os desastres econômicos e políticos, que essas práticas provocaram. Foi golpe sim, quando deram as pedaladas, desrespeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal, para fingir que as contas estavam sob controle. Mais do que aumentar o endividamento, o governo recorreu a manobras para fechar as contas públicas. A chamada contabilidade criativa incluiu, por exemplo, repasses do Tesouro ao BNDES, que não aparecem como aumento de dívida.
 
O verdadeiro golpista foi o PT, esse partido que nos desmanchou. O golpe começou desde o governo Lula, que abriu para o PT e aliados as portas para o presidencialismo de corrupção.
 
Suas ações foram tão incoerentes, tão irracionais, que explicações políticas ou econômicas não bastam. Para entender a cabeça desses elementos, temos de recorrer à psiquiatria. O diagnóstico é um sarapatel feito de estupidez ideológica, falso amor ao povo, bolivarianismo, oportunismo e a deliciosa descoberta da facilidade de roubar num país tão permissivo com os ladrões.
 
Foram muitos os golpes que Dilma e sua turma cometeram.
 
Foi golpe quando mentiram espetacularmente na campanha eleitoral, dizendo que o País estava bem, quando desde 2014 já rondava a falência. A presidente assumiu o segundo mandato já sabendo que, dificilmente, poderia cumprir as promessas de campanha.
 
Foi golpe quando, em decorrência da transgressão da Lei de Responsabilidade Fiscal, os gastos públicos disfarçados provocaram o desemprego de mais de 12 milhões de trabalhadores, com a inflação subindo para mais de 10%. O endividamento do setor público disparou no governo Dilma. Em 2014, o setor público gastou R$ 32,5 bilhões a mais do que arrecadou com tributos – o equivalente a 0,63% do Produto Interno Bruto (PIB), o primeiro déficit desde 2002.
 
A dívida pública líquida subiu pela primeira vez desde 2009, de 33,6% do PIB em 2013, para 70% agora. Sua herança maldita faz a dívida pública crescer quase dois bilhões por dia.
 
Foi um golpe quando permitiram que nosso rombo fiscal chegasse a 170 bilhões.
Foi um golpe sim, quando Dilma comprou a refinaria de Pasadena por US$ 1 bilhão e meio, 300 vezes o preço original de 43 milhões. É assustador ouvir de Dilma que ela não sabia de nada (nunca sabem nada) e que o caolhinho Cerveró a teria enrolado.
 
Isso já poderia ser motivo para impedimento: ou ela fez vista grossa para as roubalheiras da Petrobrás (“oh... malfeitos toleráveis para a ‘revolução’ petista...”) ou por incompetência e negligência criminosa mesmo, ao não examinar direito, como “presidenta” do Conselho de administração, a caríssima compra de uma refinaria lata velha. Só isso, já era motivo. Aliás, o Cerveró reagiu às explicações de Dilma: “Ela sabia de tudo..., ela mentiu e me sacaneou”. A chanchada está cada vez mais vulgar.
 
Foi imenso o crime da destruição de nosso maior orgulho, a Petrobrás, que virou um ferro velho endividado, vendendo ativos. Foi golpe.
 
E vêm aí mais coisas horrendas na Eletrobrás do Lobão, nos fundos de pensão, nas empresas públicas. São golpes de morte.
 
Foi um golpe o aparelhamento do Estado pelos petistas. Foi golpe nomear mais de 50 mil elementos para lotear o governo.
 
Os gargalos na infraestrutura brasileira foram ignorados e encareceram os custos da indústria. Foi golpe o atraso em obras de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e também a demora nas licitações de ferrovias, rodovias e portos. Foram golpes também financiar portos e pontes na Venezuela e em Cuba.
 
Mantega foi um “golpe”, denunciado por todos os economistas sérios do mundo. Dilma abandonou de vez o chamado “tripé macroeconômico” de FHC, em favor de uma “nova matriz” que quebrou tudo. Não demitiram Mantega, porque seria admitir um fracasso, inadmissível para uma velha comuna.
 
Foi golpe o termo de posse que Dilma enviou para Lula em segredo, para livrá-lo da justiça comum.
 
Golpes pouco lembrados são os gigantescos gastos para fazer propaganda. Uma prática vexaminosa sempre foi o dinheiro que se gastou em propaganda dos órgãos públicos para enganar a população sobre fracassos inconfessáveis.
 
Só em 2014, Dilma gastou mais de 2 bilhões e meio em propaganda. Em 2015, 2 bilhões e 300. Total: R$ 6 bilhões para engambelar a opinião pública em dois anos.
 
E mais: desde o início do governo do PT, foram gastos mais de R$ 16 bilhões em publicidade. Não é um golpe?
 
E o pior golpe é o inconcebível desrespeito às instituições do País. Dilma acusa o Supremo Tribunal, a Procuradoria-Geral, o Congresso, milhões de pessoas nas ruas, de tramarem o golpe contra ela.
 
E mais ainda: É um golpe feio a arrogante “presidenta” pedir sanções contra o Brasil a países vagabundos da Unasul bolivariana... A presidenta do Brasil fala mal do Brasil no mundo todo. Pode?
 
Isso poderia até ser o caso de infração à lei de Segurança Nacional. Lei 7.170/83.



 

 

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