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  Afinal, o PT e´ um partido comunista? - Alan Ghani (InfoMoney)

Data: 06/06/2016

 

Afinal, o PT e´ um partido comunista? - Alan Ghani (InfoMoney)

Afinal, o PT é um partido comunista?
Alan Ghani
InfoMoney, 13/10/2015

É um erro definir o comunismo apenas pela ótica econômica e não pela ótica política. O comunismo de hoje não passa de um projeto totalitário de poder, viabilizado com alianças corruptas ao grande capital, travestido de "boas intenções" com a população mais pobre. Age na destruição da democracia por dentro e na manipulação do comportamento da sociedade. A participação do PT no Foro de São Paulo, os contatos com as FARCs colombianas, o financiamento ao MST, o "Petrolão" (corrupção institucionalizada), o "Mensalão" (congresso paralelo), a tentativa de controle da imprensa, o aparelhamento do STF, o apoio e financiamento de projetos nas ditaduras cubanas e venezuelanas são fatos documentados neste texto que não restam dúvidas de que o PT não é apenas um partido oportunista, mas sim, um partido comunista.

Certamente este tema causa muita polêmica tanto na direita quanto na esquerda. Muitos na esquerda dizem que o PT não é comunista, ou socialista, por ter se aliado ao grande capital e favorecido empreiteiras e banqueiros. Essa visão equivocada é compactuada, inclusive, por alguns formadores de opinião de direita, como fica evidente na fala do historiador Marco Antônio Villa. As divergências de opiniões sobre a posição ideológica do PT decorrem da falta de conhecimento do que é de fato o comunismo real. Para esclarecer essa questão, precisamos primeiramente entender o que é comunismo para depois concluirmos com mais clareza se o PT é ou não um partido comunista.

Não tenho dúvidas de que todos aprenderam no colégio que socialismo é a coletivização dos meios de produção promovida por proletariados que assumiriam o controle do Estado através de uma revolução para acabar com a exploração capitalista e entregar posteriormente o poder e os meios de produção expropriados ao povo (etapa final chamada de comunismo). De acordo com essa visão, o grande capital deveria ser combatido ao promover à exploração do trabalho e às injustiças da sociedade. Vendiam o comunismo como um movimento bem intencionado, omitindo a realidade de miséria e de mais de 100 milhões de mortes. Diziam também também que o movimento comunista acabou com a queda do Muro de Berlim, atribuindo o seu fim ou aos EUA ou aos desvios cometidos pelos seus líderes que se distanciaram da cartilha marxista original.

Em suma, o aluno sai do colégio com a visão de que comunismo é bom, é contra o grande capital, nunca existiu de verdade - apenas tentativas mal sucedidas - e acabou após a queda do muro de Berlim, sem chances de retornar. Assim, muitos, baseados nos seus conhecimentos de colégio (ou de universidades militantes), argumentam cheio de razão que o PT não é comunista, seja porque é aliado do grande capital, seja por acreditar que este regime acabou sem riscos de voltar.


O primeiro erro desse argumento advém de uma definição simplista – para não dizer mentirosa - do que é o comunismo real. O comunismo real não é um sistema econômico, mas um movimento político totalitário que tem como objetivo o controle absoluto da sociedade civil sob a justificativa “bem intencionada” da socialização dos meios de produção, a qual é impossível ocorrer na prática, conforme demonstrado pelo economista prêmio Nobel Ludwig von Mises (Olavo Carvalho, 2014 – veja excelente artigo sobre o tema aqui). De outro modo, o comunista de hoje não visa à destruição do modo de produção capitalista, mas busca exercer o controle (poder) absoluto sobre a sociedade civil, ao mesmo tempo em que é sustentado por ela através de fartos impostos e de uma burocracia infernal.

Para conseguir este objetivo, o comunista moderno precisa acabar com a democracia, a qual representa resistência a seus projetos totalitários, uma vez que, por definição, democracia passa pela independência de poderes (Aléxis Tocqueville). Mas para isso ocorrer, o comunista moderno não fala em revolução armada, mas prefere corromper as instituições democráticas por dentro, aparelhando o Estado com sua militância para agir de acordo com seus objetivos. Mais do que isso, o comunista moderno troca a Revolução de Karl Marx pela hegemonia cultural de Antônio Gramsci, ou seja, o controle da sociedade por meio dos valores esquerdistas passados nas escolas e na mídia devidamente aparelhadas. A lógica é simples: para que revolução armada, quando é possível adestrar ideologicamente a sociedade de acordo com seus objetivos?

O segundo erro é acreditar que o movimento comunista acabou com queda do muro de Berlim e jamais retornará. O fato de um regime ter acabado não significa que ele não possa voltar adaptado a uma nova realidade. É evidente que dificilmente voltará nos moldes do comunismo soviético, mas é perfeitamente possível a instauração de regimes totalitários travestidos de pseudos democracias. Um exemplo? Basta olhar a Venezuela, a qual tem eleições livres e periódicas e empresas privadas. Será que por conta disso a Venezuela está mais próxima de uma economia de mercado, livre e democrática ou do comunismo? Mutatis mutandis, o nazismo acabou, mas será que suas ideias e suas atrocidades nunca mais voltaram na humanidade? Quem tem dúvidas, veja os assassinatos e torturas em massa promovida pelo ISIS contra judeus e cristãos. É um erro grosseiro acreditar que a história não poderá se repetir, assumindo novas formas, novos nomes dentro de uma nova realidade.

Terceiro, em qualquer regime comunista houve uma aliança entre os comunistas recém chegados ao poder e a classe empresarial. Foi assim com Lênin e com Stalin. Como explicar, na Rússia, o surgimento da noite para o dia de uma classe de milionários após a queda do regime comunista? Na China atual, o modo de produção capitalista convive em perfeita "harmonia” com uma ditadura comunista. Por exemplo, você pode comprar um carro, mas não existe oposição de ideias, o Estado controla o número de filhos que você terá - caso contrário é aborto compulsório - e seu acesso à Internet.

Em resumo, concessões à economia de mercado não inviabilizam um projeto totalitário de poder (comunismo). É um erro monumental definir o comunismo apenas pela ótica econômica e não pela ótica política.

Agora, voltamos ao PT para responder a pergunta inicial do texto. Se confrontarmos a definição de comunismo com os fatos atuais, não há dúvidas de que o PT é um partido comunista. Por exemplo, o "Mensalão" e o "Petrolão" são exemplos claros da destruição da democracia por dentro a serviço de um projeto totalitário de poder. O primeiro com a criação de um congresso paralelo, o segundo na criação de um sistema de arrecadação partidária capaz de fazer o PT ter dinheiro para ganhar eleições até 2038, de acordo com o Ministro do STF, Gilmar Mendes. E por falar em STF, este foi devidamente aparelhado, ao aprovar uma reforma política que favorece apenas o PT e ao melar qualquer tentativa de impeachment da presidente Dilma, abrindo caminho para "venezualização" do Brasil como observou o jornalista Felipe Moura Brasil.

Já o favorecimento do PT às empreiteiras exemplifica bem a aliança entre burocratas do poder e o grande capital, numa troca abjeta de propina por contratos lucrativos bilionários. Quem mais se favoreceu no lulopetismo: os "Marcelo Odebrechts" ou os pobres e a classe média que foram duramente atingidos pela forte crise econômica atual?

E como explicar a aproximação do PT com as FARCs colombianas, movimento revolucionário marxista que pratica terrorismo e tráfico de drogas? O contato do PT (Lula) com as FARCs é confirmada pelo próprio Hugo Chavez, pelo chefão da organização narcotraficante e pela participação de petistas "ilustres" no Foro de São Paulo, o qual apoia abertamente o movimento revolucionário colombiano. Já no Brasil, o governo petista financia o MST, grupo que defende o socialismo e expropria terras e depreda laboratórios de pesquisa, inclusive, como o uso da violência.

No âmbito internacional, Lula e Dilma apoiam as ditaduras venezuelanas e cubanas. Mais do isso, o governo petista financia por meio do BNDES projetos em  países ditatoriais africanos, além de Cuba e Venezuela. Por que estes países são os escolhidos? E quanto as tentativas de controlar à imprensa. Alguma semelhança com a China comunista?

Se ainda resta dúvida sobre a ideologia e as intenções totalitárias petistas,veja as próprias falas de Lula e José Dirceu, os quais confirmam a adoção de estratégias comuns para implementação do socialismo bolivariano (eufemismo para comunismo) no Brasil, colocando a soberania nacional abaixo das estratégias comunistas do Foro de São Paulo.

Diante de todas as fontes primárias colocadas neste texto, não dá para dizer que o PT é apenas um partido oportunista - seria muita ingenuidade. Vamos defini-lo corretamente: o PT é um partido comunista!




 

 

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