FELIZ ANO NOVO
Philippe Guédon
01 – Nossos Executivos terão um estalo: o povo, de quem emana todo o poder, não é tão pascácio quanto acreditam. Mandatário algum precisa curvar-se diante dos interesses dos ditos “partidos das bases”, cartéis privilegiados pela lei, que deturpam eleições como outros fraudam licitações.
02 – Um chefe afirmar que “não soube de nada”, atribui-se atestado de incompetência. Daqui para frente, responsável que não sabe o que acontece no seu quintal terá a decência de pedir exoneração.
03 – Alguém, no Planalto, lerá sobre a subsidiariedade e ficará sabendo que participação se faz junto às pessoas interessadas. Quanto mais etapas intermediárias, mais fajuta a participação. A participação é municipal ou é tudo, menos participação.
04 – O tema do planejamento de médio e longo prazo irá para o topo da pilha das prioridades. Eu sou um que não votarei em quem não se declarar publicamente cem por cento a favor do instituto Koeler. O que implica pensar sobre estrutura administrativa e seus efetivos e chutar para longe os improvisos.
05 – A bomba-relógio dos regimes próprios de previdência social (RPPS) vai ser achada debaixo do tapete. Finalmente, vão reconhecer que fechar os olhos, mesmo bem apertados, não resolve encrenca grossa.
06 – A Constituição Federal vai ser lida por todos. Ficaremos sabendo que todo o poder emana do povo, que os representantes são do povo e não dos partidos, e que somos todos iguais perante a Lei. E vamos todos juntos consertar o que nega princípios tão claros.
07 – Alguém do Governo Mustrangi, do Legislativo, TCE, MPE ou Cia Águas do Imperador, vai vir a público responder por que prorrogaram o contrato ainda vigente até 2027 por outros quinze anos mais sem dar um pio e, descobertos, adotaram a lei do silêncio. Todos, hoje, sabem do ocorrido.
08 – Alguém, da Sociedade e versado em Leis, talvez nos diga o que o povo de Petrópolis deva fazer a respeito?
09 – Saberemos talvez, ano que vem, se a adoção dos programas das cidades sustentáveis valeu a pena. Nada contra, mas como ser a favor de algo sobre o qual não se fala nada?
10 – Em momento de lucidez, o orçamento participativo – mais didático de quantos programas tenha eu visto em Petrópolis – será retomado. Dez anos sem orçamento participativo, coincidência ou não, corresponderam a uma imensa decadência da qualidade da participação popular entre nós.
11 – Reforma Política: vamos adotar o candidato avulso, inicialmente no âmbito municipal. Qual a razão de ser exigida filiação a um partido pelo futuro candidato? Poderia ser a uma Igreja, ou a inscrever-se em curso do TCE? Neste momento, está formado um monopólio de partidos para a indicação de candidatos e a possibilidade de formarem cartéis para sustentar as suas chapas. Putin foi eleito sem pertencer a partido... Tão fácil acabar com o monopólio!
12 – Vai bater uma luz em alguma cabeça coroada e vamos adotar um complemento aos orçamentos, destinado à compreensão popular. Pois, um orçamento incompreensível para as pessoas, me perdoem, não é orçamento.
Teria mais, mas até que o ano de 2015 já ficaria jeitoso assim, não?