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  APÓS O DEBATE NA BAND - Philippe Guédon

Data: 18/08/2018

 

APÓS O DEBATE NA BAND

Philippe Guédon *

 

            Esperava Dom Hélder, Gandhi, Mandela, Álvaro Valle, Mujica, Adenauer, Franco Montoro, Modesto Carvalhosa, Randolfe,  Rondon, Mauá, D. Pedro II, Sepé Tiaraju, Padre Ávila, quem tivesse condições de infletir para melhor os nossos rumos.  Lá estavam Marina, Alkmim, Álvaro, Bolsonaro, Boulos, Ciro, Daciolo, Meirelles. Se esqueço algum nome, peço escusas, a memória encolheu. Não estavam presentes o PT por achar que a Lei que assinou só vale para os demais, Amoedo e PSTU por absurdo legal, Eymael e Goulart sei lá porquê. Fica difícil renovar privilegiando os de sempre. É de Lei, sim, mas feita para garantir o status quo.

            Mestre Zuenir Ventura propõe, ao lado dos pontos de interrogação e de exclamação, um ponto de indignação. Caberia aqui: a União está insolvente, a área pública desandou a se dar vantagens imorais, não sabemos para onde ir. O presidente será comandante de praça sitiada e a perigo. Não é mais hora de baboseiras; falimos e ponto de indignação.

Desejo a cada eleitor uma santa inspiração. Quanto a mim, o debate sem grandeza me deu ganas de passar a cuidar, desde já, das eleições municipais de 2020.  Meus 86 anos me preservam de arroubos eleitorais, beleza. Desejo que Petrópolis tome tenência, entenda que as grandes guinadas políticas se dão a partir das bases municipais. Esta é a hora de gritar que o relatório do artigo 79 da LOM terá de ser entregue ao sucessor e publicado em data certa, mesmo face à indiferença da Câmara, MP e TCE. Chega de transições esterilizadas nas quais as verdades são caladas por cumplicidade de quem se despede e de quem chega.

Esta é a hora de corrigir: plano de governo é o plano estratégico de 20 anos que só o Povo pode redigir.  A Lei 9504, art. 11, §1º, IX exige “propostas” do candidato a prefeito; não aceitemos mais pular sobre abismos por interpretação do TSE. Os “planos de governo”, registrados, arquivados sem leitura, nem avaliados após o mandato, espancam os planos à vera, estratégico e diretor. Vamos redigir uma amostra de “propostas”, que tal? Precisamos também lutar pelos candidatos avulsos, estes que recusam serem compelidos a associar-se nos termos do art. 5º, XX, Direito Fundamental que já prevalece no STF em matéria sindical.  

O Plano Estratégico de 20 anos precisa ser elaborado pelo Povo, com o apoio dos Técnicos da PMP; os orçamentos devem respeitar os seus balizamentos.  Neste ponto, o Estatuto das Cidades errou ao colocar o plano diretor no alto do pódio, pois o Município é maior que a sua área urbana.  Precisamos extinguir cada órgão dispensável (uns dez, por aí); reduzir os efetivos de 12.000 para 9.000, inclusos os inativos por termos optado pelo RPPS. O Orçamento de um bi precisa gerar investimentos e não déficits impagáveis. Os Governos passam, o Povo e os Servidores ficam. O estouro do RPPS  prejudica a estes diretamente. A Câmara é hoje boca voraz e inútil, mera ferramenta de enriquecimento de seus integrantes. Que o atual circo vire plenário de 15 cidadãos/ãs probos, remunerados por ajudas de custo necessárias e suficientes. Sem gabinetes nem rapapés. 20 ou 25 milhões de economia por ano, tudo para educação e saúde. Os candidatos à boca sumirão.

 

 

* Coordenador da Frente Pró-Petrópolis - FPP




 

 

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