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  Santa Mônica: diminuição de repasses pode gerar falta de recursos básicos para pacientes

Data: 05/12/2013

 

O corte no repasse das verbas do Governo Federal para manter os pacientes em hospitais psiquiátricos deve ocasionar na falta de recursos básicos, na Casa de Saúde Santa Mônica, em Petrópolis. 

Segundo o diretor administrativo da unidade, Alberto Chauffaille, o atual repasse do governo, que a Casa de Saúde recebe é de R$ 42 diários por cada paciente, sendo que o gasto mínimo para cada internado é de R$ 90. "Gastamos pelo menos noventa reais para garantir os serviços básicos com um certo conforto para o paciente", disse.

Alberto diz que o fechamento da clínica é inevitável, e que 40 funcionários já foram demitidos. "Eu diria que estão nos fechando por "asfixia". Porque a gente não está tendo condições de manter a unidade nessa situação. O repasse não é o suficiente para que possamos manter todos os funcionários. A situação só vai se agravando. Vamos ter que demitir mais funcionários, e o nosso atendimento pode piorar, porque vai faltar comida, vai faltar remédio. Precisamos dos noventa reais diários para melhorar a omida, contratar os funcionários que mandamos embora, e melhorar o atendimento de modo geral", completou o diretor.

Cerca de 70% dos pacientes não têm família

O diretor administrativo da Casa de Saúde informou à Tribuna que 140, dos 200 pacientes que atualmente a clínica atende, não têm família, e por isso necessitam de tratamento em unidades terapêuticas. "Quando a Santa Mônica fechar, esses pacientes precisarão ser transferidos para residências terapêuticas. Essas residências já deveriam ter sido construídas pela Prefeitura, para que possam atendê-los", contou.

A construção de residências terapêuticas foi instituída em 20 de fevereiro de 2000, pela Portaria de número 106 da Política de Saúde Mental do Ministério da Saúde. São locais de moradia, destinados a pessoas com transtornos mentais que permaneceram em longas internações psiquiátricas e impossibilitadas de retornar às suas famílias de origem. 

De acordo com a portaria, para cada morador de hospital psiquiátrico transferido para a residência terapêutica, um igual número de leitos psiquiátricos deve ser descredenciado do SUS e os recursos financeiros que os mantinham devem ser realocados para os fundos financeiros do Estado ou do município para fins de manutenção dos Serviços Residenciais Terapêuticos.

A Secretaria de Saúde informou, através de uma nota, que a cidade conta com uma residência terapêutica localizada no bairro Atílio Marotti. Inaugurada em 2012, a unidade está em fase de credenciamento pelo governo do Estado. E ressaltou ainda que na próxima semana haverá uma reunião com representantes do Estado e do Ministério da Saúde para a elaboração de um cronograma de ações para implantação de mais residências terapêuticas.

 




 

 

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