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  Ponte menor que leito do Rio em Itaipava assusta moradores

Data: 24/07/2012

 

 

As intervenções que vêm sendo feitas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para ampliar a calha do Rio Santo Antônio – que exigiram o corte de mais de 10 árvores às margens do rio – no trecho entre a entrada da Estrada das Arcas e a confluência com o Rio Piabanha, causaram indignação de moradores e trouxeram uma preocupação: o alargamento das margens, que vem sendo feito nos dois pontos do rio, parece desproporcional à largura da ponte sobre o rio na Estrada União e Indústria. “Está ficando muito bonito, o rio com aquela largura toda, mas qualquer um percebe que o que estão fazendo ali não vai dar certo se a ponte não for alargada. Não é preciso ser técnico pra ver isso. As margens estão sendo bastante alargadas, mas a ponte sob a qual a água passa continua com a mesma largura, não vai adiantar de nada, porque ela vai represar a água. O que fizeram ali cortando aquelas árvores foi uma agressão ambiental absurda e sem razão, pois se a ponte continuar do mesmo tamanho aquela área vai inundar se tivermos uma outra cheia”, disse o morador Cila Francisco Pinheiro.

 

O presidente do Instituto Civis, Mauro Correa, também critica a intervenção do Inea e lembra que em 2008 mais de R$ 4 milhões foram investidos pelo estado em obras para evitar inundações: “A ponte não está na proporção do alargamento que estão fazendo nas margens do rio. Qualquer um percebe que aquilo ali foi mal planejado, pois a ponte vai funcionar como um gargalo. Em 2008, eles fizeram um investimento enorme neste mesmo local para evitar as cheias, e o que vemos é que três anos depois tudo foi destruído. Agora estão fazendo esta obra, um investimento mais alto ainda e que é uma outra tragédia anunciada”.

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou  que um estudo hidráulico concluiu que a ponte existente naquele local suporta a nova calha do Rio Santo Antonio. “Por esse motivo, não está previsto no projeto o alargamento da ponte”, diz a nota do Inea.

 

Presidente do Comcidade vai cobrar explicações ao Inea

O corte de árvores saudáveis na semana passada, no mesmo local, foi alvo de críticas dos moradores e comerciantes. Ontem, o presidente do Conselho Municipal da Cidade (Comcidade), Carlos Eduardo da Cunha Pereira, esteve no local onde ocorreram os cortes das árvores, nas margens do rio Santo Antonio, e vai pedir explicações ao Inea. “Mesmo com autorização e obras a ser realizadas, ficou claro o exagero da ação da empreiteira contratada, especialmente com uma árvore das mais antigas, que ficava além da ponte, em direção à Estrada União e Indústria, onde o trabalho de retificação da margem não chegará. Vamos acompanhar o desenvolvimento do trabalho para ver o restante das intervenções. Vamos solicitar ao Inea os laudos técnicos que embasaram as autorizações de corte”, disse.

As árvores de grande porte, plantadas há décadas no local, começaram a ser cortadas na quarta-feira por uma empresa que presta serviços para o Inea. O corte foi feito por conta das obras de implantação e controle de inundações e recuperação ambiental dos rios Santo Antônio, Cuiabá e Carvão. “Estas árvores foram plantadas aqui há décadas, é triste a gente ver que árvores saudáveis que estão afastadas do rio estão sendo cortadas por conta dessa obra. Todos nós estamos muito revoltados com isso. Elas estavam distantes da margem do rio, não havia necessidade de cortar todas como fizeram”, disse o comerciante Edson Carreiro de Carvalho.

Moradores estão se mobilizando e pretendem levar o caso ao Ministério Público Federal. “Estamos com o coração sangrando aqui por ver estas árvores saudáveis, que estão aqui há mais de 60 anos, sendo cortadas desta forma. Só nos resta lamentar que um instituto do ambiente esteja fazendo isso”, desabafou o taxista Antônio Gonçalves, que tem 89 anos e há 62 trabalha no ponto naquela praça.  O corte também revoltou o morador Fernando de Almeida Carius. “Estão acabando com a praça cortando estas árvores. Eles disseram que vão plantar duzentas árvores pra compensar o corte destas, mas quantos anos vai levar até que elas possam crescer e dar sombra, como estas? Talvez os nossos netos ou bisnetos possam usufruir disso”, disse.

 

 

 

 

FONTE: Tribuna de Petrópolis

 




 

 

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