O setor de serviços avançou 2,6% na passagem de outubro para novembro, o sexto mês consecutivo de alta. Apesar do ganho acumulado de 19,2% nesse período, o resultado ainda é insuficiente para compensar as perdas entre os meses de fevereiro e maio do setor, que ainda se encontra 3,2% abaixo do patamar de fevereiro.
Na comparação com novembro de 2019, o total do volume de serviços recuou 4,8%, marcando a nona taxa negativa seguida neste índice. Esses são alguns dos resultados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje (13), pelo IBGE.
No acumulado no ano, a queda é de 8,3% frente ao mesmo período de 2019. Já em 12 meses, o recuo de 7,4% manteve mantém a trajetória descendente iniciada em janeiro (1,0%). Este é o resultado negativo mais intenso desde o início da série, iniciada em dezembro de 2012 para esse indicador.
Volume de serviços (mês/mês anterior)
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Fonte: IBGE - Pesquisa Mensal de Serviços
Todas as cinco atividades investigadas na pesquisa tiveram crescimento na passagem de outubro para novembro, com destaque para os transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que registrou alta de 2,4%, e serviços prestados às famílias, que avançou 8,2%. Ambas foram as mais afetadas pela pandemia.
De acordo com o gerente da PMS, Rodrigo Lobo, as atividades do setor de serviços que estão encontrando mais dificuldades são aquelas prestadas de forma presencial, por isso, o setor ainda não conseguiu recuperar as perdas: “Atividades como restaurantes, hotéis, serviços prestados à família de uma maneira geral e transporte de passageiros – seja o aéreo, o rodoviário e ou o metroviário - até mostraram melhoras, mas a necessidade de isolamento social ainda não permitiu o setor voltar ao patamar pré-pandemia”, explica Lobo. Outro destaque foi a atividade de serviços profissionais, administrativos e complementares, com crescimento de 2,5%.
Ainda em relação aos transportes, a atividade cresceu pelo sétimo mês seguido e acumula ganho de 26,7% entre maio e novembro, mas ainda precisa avançar 5,4% para atingir o nível de fevereiro último, mês que antecedeu a implementação das medidas sanitárias para conter a Covid-19.
Lobo explica que, dentro da atividade, o segmento de transporte rodoviário de carga, ao lado do transporte de passageiros, teve influência. “Há uma correlação importante deste segmento com as taxas positivas que o Comércio e a Indústria vêm apresentando. Ambos já superaram o patamar pré-pandemia, e seus resultados interferem nesta atividade”, afirma.
Já os serviços prestados às famílias têm alta de 98,8% nos últimos sete meses, mas ainda precisam crescer 34,2% para retornar ao patamar de fevereiro. Por último, os serviços profissionais, administrativos e complementares chegaram a um ganho de 9,5% no período de junho a novembro, após retração de 16,8% verificada entre fevereiro e maio.
Apenas serviços de informação e comunicação (0,5%) e de outros serviços (0,5%) já superaram o nível de fevereiro, impulsionados pelos bons desempenhos dos segmentos de tecnologia da informação e dos serviços financeiros auxiliares, respectivamente.
Serviços caem pela nova vez na comparação com ano anterior
Na comparação com novembro de 2019, o volume do setor de serviços recuou 4,8%, a nona taxa negativa seguida no indicador. Houve retração em três das cinco atividades de divulgação, com crescimento em pouco mais de um terço (35,5%) dos 166 tipos de serviços investigados.
“Quando mudamos a base de comparação, a leitura é diferente, já que em 2019 não havia contexto de pandemia e recomendações como o isolamento social e o teletrabalho. Por isso, parte de uma base de comparação mais elevada”, diz Lobo, lembrando que a taxa de novembro é a segunda menos intensa da série de nove negativas, perdendo apenas para março (-2,8%), quando as restrições de locomoção começaram a ser implementadas.
Ainda contra novembro do ano passado, entre os setores, os serviços profissionais, administrativos e complementares (-10,7%) e os serviços prestados às famílias (-26,2%) exerceram as influências negativas mais importantes sobre o volume total de serviços. Outro recuo relevante veio dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-3,7%). Apenas outros serviços (7,3%) e serviços de informação e comunicação (1,0%) tiveram alta nessa comparação.