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IBGE: IPCA-15 varia + 0,02% em Junho
Data: 25/06/2020
IPCA-15 varia + 0,02% em Junho
25/06/2020 09h00 Última Atualização: 25/06/2020 09h00
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) variou 0,02% em junho, após ter registrado -0,59% em maio. Este é o menor resultado para um mês de junho desde 2006, quando a taxa foi de -0,15%. O IPCA-E, que é a taxa acumulada no trimestre, ficou em -0,58%, abaixo da taxa de 1,13% registrada no mesmo período de 2019 e menor resultado desse indicador desde setembro de 1998, quando a taxa foi de -0,92%. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 0,37% e, em 12 meses, de 1,92%, abaixo dos 1,96% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2019, a taxa foi de 0,06%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco apresentaram deflação em maio. Os Transportes registraram a menor variação (-0,71%) e o maior impacto negativo no índice do mês, com -0,14 ponto percentual (p.p.). No lado das altas, o destaque ficou mais uma vez com Alimentação e bebidas (0,47%), que apresentou variação próxima ao resultado de maio (0,46%) e impacto de 0,09 p.p. A maior variação no índice do mês ficou com o grupo de Artigos de residência (1,36%), contribuindo com impacto de 0,05 p.p. Os demais grupos ficaram entre a queda de 0,15% em Vestuário e a alta de 0,66% em Comunicação.
A queda de 0,71% nos Transportes foi influenciada, principalmente, pelo resultado das passagens aéreas (-26,08%), que apresentaram o maior impacto individual negativo no IPCA-15 de junho (-0,12 p.p.). Todas as áreas pesquisadas apresentaram queda de preços, que foram desde os -34,37% em Belém até os -15,85% em Fortaleza. Cabe ressaltar que a metodologia do subitem passagem aérea estabelece que a coleta seja realizada com cerca de dois meses de antecedência, ou seja, a variação observada no índice do mês reflete preços coletados em abril para viagens em junho (comparados com preços coletados em março para viagens em maio).
Os preços dos combustíveis (-0,34% e -0,02 p.p.) caíram pelo quarto mês consecutivo. A gasolina apresentou queda de 0,17%, após variação de -8,51% no índice de maio. Adicionalmente, o óleo diesel (-4,39%) e o etanol (-0,49%) também registraram queda de preços. Por outro lado, o gás veicular, que havia caído 1,21% em maio, apresentou alta de 0,84% no IPCA-15 de junho.
Ainda em Transportes, o seguro voluntário de veículo registrou queda de 2,27% e contribuiu com -0,02 p.p. no índice do mês. Ademais, a variação negativa no subitem táxi (-0,38%) deve-se ao resultado do Rio de Janeiro (-1,69%), onde houve o cancelamento, a partir de 22 de maio, do reajuste ocorrido no mês de janeiro deste ano. Cabe ainda destacar a variação de 0,35% no subitem metrô, reflexo do reajuste de 8,69% no preço da passagem no Rio de Janeiro (1,30%) a partir de 11 de junho.
No grupo Habitação (-0,07%), a maior contribuição negativa (-0,02 p.p.) veio da energia elétrica (-0,48%). Vale lembrar que, no dia 26 de maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) anunciou que irá manter a bandeira tarifária verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz, até o final deste ano. As áreas variaram entre os -2,30% de Porto Alegre e os 0,32% de Salvador. O subitem gás encanado (-0,50%) reflete as reduções de 2,60% nas tarifas do Rio de Janeiro (-1,41%), vigente desde 1º de maio e de 2,00% nas tarifas de São Paulo (-0,14%) a partir de 31 de maio. Por fim, destaca-se que a variação positiva no item taxa de água e esgoto (0,11%) decorre do reajuste médio de 5,34% ocorrido em Brasília (2,50%) em 1º de junho.
Alimentação e bebidas (0,47%) foi o grupo com o maior impacto positivo no IPCA-15 de junho. Esta alta foi influenciada principalmente pelo comportamento dos alimentos para consumo no domicílio, que subiram 0,56% em junho. A batata-inglesa registrou alta de 16,84% e 0,04 p.p. de impacto. Outros itens de destaque foram as carnes (1,08%), a cebola (14,05%) e o feijão-carioca (9,38%). Por outro lado, os preços do tomate (-12,36%), da cenoura (-12,05%) e das frutas (-0,80%) acentuaram a queda em relação ao mês anterior (-3,40%, -6,41% e -0,46%, respectivamente).
A alimentação fora do domicílio acelerou de maio (0,13%) para junho (0,26%), especialmente por conta do item lanche (0,82%), cujos preços haviam subido 0,64% no mês anterior.
A maior variação positiva no índice do mês veio do grupo Artigos de residência (1,36%), que já havia apresentado alta de 0,45% no IPCA-15 de maio. Os itens de tv, som e informática, que já haviam subido 2,81% em maio, registraram alta de 5,29% e contribuíram com 0,04 p.p. no índice do mês. Seguindo a mesma trajetória, os eletrodomésticos e equipamentos apresentaram aceleração de 0,89% em maio para 3,36% em junho. Por outro lado, os itens de mobiliário acentuaram a queda de preços (de -1,82% em maio para -2,32% em junho) e contribuíram com -0,02 p.p. de impacto.
No que diz respeito aos índices regionais, quatro das onze regiões pesquisadas apresentaram deflação em junho, conforme mostra a tabela a seguir. O maior índice foi observado na região metropolitana do Rio de Janeiro (0,27%), principalmente por conta da alta de alguns itens alimentícios, como as carnes (4,35%) e a batata-inglesa (24,71%). Já o menor resultado foi registrado na região metropolitana de Belém (-0,20%), por conta do recuo nos preços das passagens aéreas (-34,37%).
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 15 de maio a 15 de junho de 2020 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 15 de abril a 14 de maio de 2020 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
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