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  CREMERJ EXIGE DIREITOS DOS MÉDICOS

Data: 13/05/2020

 

CREMERJ EXIGE DIREITOS DOS MÉDICOS

 

O CREMERJ vem manifestar sua estranheza com um suposto plano de ação entabulado pela FIOCRUZ para o combate à pandemia da COVID-19 em comunidades. Embora se proponha a ser específico, é bastante superficial no conteúdo e não mostra como implementar a teoria na prática. Além de ter em seu interior falhas graves, que podem colocar em risco a população, os médicos e os profissionais de saúde se implementado como está. Está havendo uma busca de protagonismo e de aparecimento na mídia por parte de algumas instituições e médicos que, embora muitas vezes, digam representar os Médicos, não têm essa legitimidade. E, na maioria das vezes, com viés político nestas manifestações, podendo estar colocando em risco a população.

O documento supracitado propõe uso de teleatendimento à distância de suspeitos ou infectados sem mostrar como será feito e por quem. Isto é muito arriscado porque estamos notando que muitas pessoas morreram por terem sido orientadas a não procurarem atendimento Médico, salvo com sintomas graves. O documento também propõe que sejam construídos postos de atendimento Médico, no interior das comunidades. É preciso mostrar como será feita a segurança dos profissionais que lá trabalharão em áreas, muitas vezes, comandadas pelo tráfico e/ou milícias. Também propõe uso de escolas para confinarem doentes e suspeitos. Há dois problemas nesta questão: total falta de condições sanitárias para atender um paciente, que pode complicar muito rapidamente, e não ter as condições de atendimento necessárias (é bom lembrar que a Itália teve uma explosão de mortes por casos em asilos) e, ainda, o fato de se estar impedindo as crianças de voltarem a estudar tão logo possam. O provisório no Brasil, frequentemente, se torna permanente.

No item II-3, cita sindicatos médicos somente como interlocutores para a segurança médica. É importante lembrar que o órgão que normatiza a Medicina são os Conselhos regional e federal de Medicina.

Está dito que este documento será enviado para a prefeitura do Rio e para o governo do estado do Rio de Janeiro. O mesmo governo estadual que instituiu um conselho autointitulado de "notáveis" que fala, diuturnamente, em implantar o lockdown no estado, mesmo sem mostrar evidências irrefutáveis da sua eficácia e parecendo ignorar as milhares de mortes que esta medida poderá acarretar a longo prazo com a falência do estado, que se refletirá, brevemente, na falta de pagamento a Médicos, enfermeiros e falta de dinheiro para compra de insumos.

O CREMERJ que representa, legitimamente, por meio do voto e da legislação, os Médicos do estado do Rio de Janeiro exige ser consultado a cada medida que envolva a saúde da população e o trabalho dos Médicos. Já bastam as dezenas de Médicos mortos por falta de equipamentos de proteção no combate à pandemia. Não iremos ouvir e ver calados medidas feitas por burocratas em salas refrigeradas, que coloquem em risco a população e os Médicos.

É fundamental que haja um plano coordenado entre as três esferas de poder, para decidirmos a melhor forma de agir. Sabe-se que esta pandemia, provavelmente, levará muitos meses. E que este plano não seja baseado em busca de protagonismo eleitoral e de likes nas redes sociais.

Link da matéria sobre o estudo da Fiocruz:

https://portal.fiocruz.br/noticia/covid-19-fiocruz-alerta-para-urgencia-de-medidas-rigidas-de-isolamento-social

A OPINIÃO DO CREMERJ SOBRE LOCKDOWN

 

09/05/2020

O CREMERJ solicitou o acesso aos dados que embasam as decisões já tomadas pelo governo estadual na condução da pandemia e as futuras decisões.

Isto afeta diretamente a saúde da população e a rotina de trabalho dos Médicos.

Neste momento extremo, em que somos submetidos a condições de sobrecarga de trabalho, falta de equipamentos de proteção e mortes de dezenas de colegas, por estarem na linha de frente de atendimento à população, é necessário que os Médicos tenham representatividade. O governo do estado instituiu um conselho de notáveis com diversos Médicos e nenhum representante do CREMERJ.

Cumpre-nos lembrar que, ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro, por imperativo legal, cabe zelar e trabalhar por todos os meios ao seu alcance, pelo perfeito desempenho ético da Medicina .

Notícias vindas da imprensa sugerem ser iminente a adoção do chamado "lockdown".

Já temos dezenas de relatos de colegas Médicos, que na cidade de Niterói, foram dificultados de se dirigirem a hospitais para trabalharem por bloqueios policiais. É fundamental que se tenha um plano de ação, antes de se instituir medida tão radical, para permitir o trânsito de Médicos, profissionais de saúde e ambulâncias.

As diversas fiscalizações feitas pelo CREMERJ mostram um cenário de total desarticulação entre as três esferas de poder, que se traduzem neste caos de atendimento, que provoca mortes de dezenas de fluminenses por dia. Como disse a porta-voz da OMS, o lockdown jamais foi aconselhado pela Organização Mundial da Saúde, como sendo uma medida realizada por quem não foi capaz de se estruturar, para atender à grande demanda de pacientes, que já se sabia desde dezembro que ocorreria. Além disso, o CREMERJ precisa saber quais os planos do governo, para manter a população em casa por meses, sendo providas de suas necessidades básicas. E como serão mantidos os serviços de saúde funcionando, com RH e insumos prontamente disponíveis, neste longo período de tempo até o surgimento de uma vacina.

O CREMERJ deve ser informado e ouvido antes de qualquer medida, que afete diretamente a saúde da população e a de seus profissionais, para poder opinar e colaborar com a elaboração e instituição delas. E, principalmente, passar a experiência de quem conhece o dia a dia dos problemas, que assolam a saúde de nosso estado, por estarmos no front dessa guerra.




 

 

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