“Um cenário assim afasta novos investidores e inibe qualquer iniciativa de expansão”, disse o vice-presidente do Sistema Firjan, Carlos Mariani Bittencourt, na abertura do seminário “Energia Elétrica, Indústria e Competitividade”.
Em relação a quantidade de vezes em que foram registradas interrupções no fornecimento, Petrópolis passou de 11,61 vezes para 18,54, revelando um aumento de 60%. Neste quesito, o município encontra-se no patamar intermediário.
Em relação ao estado, em média, os consumidores tiveram o fornecimento interrompido 13 vezes, um aumento de 11,1% em relação a 2011. Entre os municípios vizinhos, Areal e São José do Vale do Rio Preto estão no grupo de cidades que mais vezes ficaram sem energia elétrica. São José do Vale do Rio Preto, inclusive, tem o pior resultado entre os 92 municípios fluminenses. Foram 54,36 horas sem energia elétrica em 2016.
A qualidade, a instabilidade no fornecimento e os cortes já haviam sido apontados pelos empresários de Petrópolis como uma das principais questões que dificultam o desenvolvimento industrial local. O tema foi incluído no Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro (2016-2025).
“A piora nos dados traz uma preocupação para a indústria, já que Petrópolis dispõe de um pool de empresas altamente tecnológicas e qualquer interrupção no fornecimento de energia significa perda de prazo, de produtos e de competitividade”, explicou a presidente da Representação Regional da Firjan/Cirj na Região Serrana, a empresária Waltraud Keuper Rodrigues Pereira.
De acordo com o Sistema Firjan, o acesso à energia elétrica com qualidade, segurança e a preços baixos é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico e industrial. Para melhorar o serviço oferecido no estado, a Federação das Indústrias defende investimentos por parte das distribuidoras, além de uma modernização da regulação a partir de uma visão integrada de todo o setor. As propostas apresentadas pelo Sistema Firjan para a melhoria do ambiente regulatório são a criação de indicadores que mensurem as interrupções abaixo de três minutos, a identificação das classes de consumo nos conjuntos elétricos, o desenvolvimento de pacotes de fornecimento de energia elétrica com qualidade e preço diferenciado para a indústria e o estímulo à expansão das redes inteligentes de energia, as chamadas smart grids.
Segundo o superintendente de Concessões, Permissões e Autorizações de Transmissão e Distribuição da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Ivo Sechi Nazareno, a agência tem trabalhado para encontrar, cada vez mais, a relação de equilíbrio entre qualidade, investimento e tarifa. O presidente da Enel Distribuição Rio, Ramon Castañeda, citou algumas das medidas que a empresa vem adotando para melhorar a qualidade do fornecimento de energia. “Temos um plano de manutenção e
identificação de defeitos na rede, assim como investimentos para a melhoria da rede e a adoção de novas tecnologias”, comentou Castañeda.
O estudo “Retrato da Qualidade da Energia no Estado do Rio de Janeiro”, com análises de todas as regiões do estado, pode ser acessado através deste link:
www.Firjan.com.br/energiaeletrica.