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  Crise da saúde é tema reunião no Palácio Itaboraí

Data: 24/09/2014

Crise da saúde é tema reunião no Palácio Itaboraí

 
Tribuna de Petrópolis, Terça, 23 Setembro 2014 15:08
 

A crise na saúde no município foi o tema central de um encontro que reuniu ontem juízes, defensores públicos, dirigentes e técnicos de hospitais públicos e privados de Petrópolis. A reunião aconteceu no Palácio Itaboraí. Ao todo, cerca de 30 pessoas estiveram presentes no encontro, que debateu o grande número de processos judiciais que tramitam contra essas instituições. 

Presidida pelo juiz Jorge Martins, da 4ª Vara Cível, a reunião teve como objetivo discutir projetos para encontrar caminhos para a atual situação que a cidade vive. Segundo Jorge 42% dos processos que chegam até a Vara são relacionados a área da saúde. Ele lembrou que, em 2004, a 4ª Vara recebia, em média, 48 novas ações por mês. Já em 2014, dez anos depois, o setor chegou a receber 206 novas ações só no mês de agosto. De abril a setembro, 717 novas ações foram encaminhadas para a 4ª Vara, uma média de 120 por mês. 

O juiz apontou que muitos médicos encaminham os pacientes para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para livrar-se da responsabilidade, levando o paciente para uma unidade física que pode, se não curar, amenizar a dor. “Com essa demanda pelas vagas nas UTIs os juízes fazem todos os dias os mesmos roteiros e continuam faltando vagas nas Unidades de Terapia Intensiva. A situação é grave porque não tem vaga nem para o associado que paga um plano de saúde. E como atribuir responsabilidade ao médico na aquisição de um leito, se sabemos que só vai ter a vaga se for registrado um óbito ou se o paciente internado tiver alta médica?”, indagou ele, acrescentando que não existe nada pior do que um judiciário que decide algo que não pode ser cumprido. Além disso, ele ressaltou que o momento é delicado, tanto no município, quanto em todo o país. 

Sobre a reunião, ele disse que a finalidade foi a de reunir fora do prédio do judiciário todos os gestores das redes públicas e privadas, que são as partes diretamente envolvidas, quando é expedida uma liminar, por exemplo,. 

Jorge destacou que a Defensoria Pública é essencial, porque é por lá que começam as demandas. Ele citou que a maior parte dos processos é para tratamento, cirurgia e medicamentos. “A minha ideia é demonstrar que o judiciário está preocupado com essa realidade”, finalizou. 

 

Município apresenta diagnóstico da saúde municipal


O secretário de Saúde André Pombo apresentou, durante a reunião, um diagnóstico de obras e investimentos realizados durante o governo. 

No Hospital Alcides Carneiro (HAC), ele disse que a situação encontrada foi de um hospital desabastecido de insumos, com folhas de pagamento atrasadas, uma dívida com fornecedores em torno de R$ 4 milhões. Além disso, ele citou que a UTI Adulto estava fechada desde 15 de outubro de 2012, o aparelho de mamografia encaixado desde 2010, os centro cirúrgico estava atendendo em situação precárias por falta de insumos e uma redução de 34% dos procedimentos. Na ocasição, os postos de urgência também estavam com as instalações físicas deterioradas. 

Já o Hospital Municipal Nelson de Sá Earp (HMNSE), ele comentou que estava com o aparelho de ercocardiograma e de ultrassonografia encaixotados desde 2012. 

Segundo André, no HAC foi aberta uma nova enfermaria cirúrgica, ampliada a capacidade de atendimento da maternidade de 23 para 48, retomada a obra do setor de exames complementares e realizado o conserto de 100% dos aparelhos de endoscopia. O investimento para reforma geral do HAC, por meio do programa Somando Forças, foi de R$ 6 milhões, sendo R$ 800 mil de recursos próprios. 

Enquanto no HMNSE, foram inaugurados o ecocardiograma e a ultrassonografia. Também foi feito uma reforma e a ampliação dos leitos de UTI de 7 para 10. O investimento, com recursos próprios, foi de R$621.000,00. 

Já no departamento de atenção básica, ele mencionou que encontrou o Posto de saúde de Itaipava, que foi inaugurado em dezembro de 2012, com obras não finalizadas, assim como o das Pedras Brancas que estava com infiltrações graves desde agosto de 2012. A Unidade Básica de Saúde (UBS) de Pedro do Rio apresentava obras com inadequações e o processo de reforma e a ampliação do Centro de Saúde do Itamarati parado. 

Ele afirmou que o município reformou 11 postos de saúde, criou 5 leitos de UTI adulto, no Hospital Clínico de Corrêas e 2 de Neonatal no HAC. Além disso, formou 64 agentes comunitários em educação popular, inaugurou as novas instalações do PSF do Meio da Serra, ampliando a equipe com saúde bucal. “Quanto mais aumentamos a oferta de atenção básica, menos o paciente é direcionado para a unidade hospitalar”, disse ele, revelndo que o Caxambu vai ganhar mais um posto de saúde, que ficará no Lusitano. 

 

Para o Hospital Santa Teresa, BR-040 é agravante

 

Vinicius Tadeu de Oliveira diretor executivo do Hospital Santa Teresa (HST) apontou que a BR-040  é um agravante. “Não conseguimos gerar mais leitos pela gravidade que os pacientes que chegam após sofrerem acidente na rodovia acabam ocupando leitos e cortando a fila por causa da necessidade de atendimento imediato. Além da BR-040 ainda temos a serra sob nossa responsabilidade”, disse. 

Ele citou o acidente do fim de semana envolvendo um ônibus, que deixou uma jovem morta, em Itaipava e que sete feridos foram encaminhados para o HST. Segundo Vinicius, dos 7 pacientes, 4 foram encaminhados para o Centro de Terapia Intensivo (CTI). Entre eles, uma mulher de 46 anos deu entrada em estado gravíssimo e teve um dos braços amputados. Ela continua internada em estado grave no CTI do HST.

 




 

 

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