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  Petrópolis terá o melhor computador da América do Sul

Data: 09/09/2014

 

Petrópolis terá o melhor computador da América do Sul

 

A maior capacidade de processamento, armazenamento e transferência de dados, faz do supercomputador, que deve chegar no ano que vem a Petrópolis, o mais potente da América do Sul e um dos 100 maiores do mundo. A previsão é de que o contrato entre a empresa francesa Bull e o Ministério de Ciência e Tecnologia seja assinado ainda este mês. O valor do supercomputador é de R$ 60 milhões e ele será instalado no Laboratório Nacional de Computação Científica, no Quitandinha (LNCC). A iniciativa deve atrair mais empresas do setor de tecnologia para a cidade, a começar pela própria Bull que vai instalar aqui um Centro de Pesquisas. 

Para o professor Pedro Leite, diretor do LNCC,  a vinda do supercomputador para a cidade é  muito importante. “Há alguns anos fizemos o cálculo de que seria necessário um computador com uma capacidade mil vezes maior do que a que temos hoje (1  teraflop)”, comentou ele, informando que o que deve chegar no ano que vem tem um petaflop de velocidade. Ele também afirmou que na Europa e nos Estados Unidos a capacidade já é de um hexaflop, o que no Brasil só deve chegar em 2020. 

Pedro Leite revelou ainda que o supercomputador brasileiro tem uma capacidade 60% maior que o da Petrobras, por exemplo. “Nossa meta é chegar aos top 20”, disse ele, destacando que o Brasil ainda está muito atrasado nesse sentido, mas que o supercomputador vai ajudar a colocar o país em um cenário mais competitivo. 

O professor explicou que o Ministério de Ciência e Tencologia estabeleceu algumas condicionantes para adquirir a máquina. Uma delas, é que a compra e a instalação fossem feitas pela mesma empresa, que também teria que se comprometer a abrir no país um Centro de Aplicações para atender as necessidades dele e um Centro de Pesquisas, em um prazo de 5 anos. “A ideia é criar um ecossistema sólido para fazer o uso eficientes da computação de alto desempenho”, declarou. 

Ele acredita, que o Centro de Pesquisas, vai atrair, naturalmente, outras empresas para a cidade, inclusive na área de petróleo e engenharia. Uma das prioridades desse centro, segundo Leite, é o tratamento de banco de dados.

O diretor do LNCC prevê uma nova era a partir de 2015, com a instalação do supercomputador, funcionamento da Rede Metropolitana de Alto Desempenho e a vinda da UFF. “Temos uma responsabilidade enorme para que o processo tenha sucesso”, disse ele, ressaltando que as novas conquistas só funcionaram por causa da parceria dos três níveis de governo e reforçou também a importância da lei de incentivo que a prefeitura dá a empresas de tecnologia que, segundo ele, é um grande atrativo. 

 

O LNCC

O LNCC, é uma instituição vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia que desenvolve projetos nas áreas de biologia, petróleo, gás e medicina. Ao todo, 320 pessoas, entre pesquisadores, tecnologistas, prestadores de serviço, contratados por projetos, bolsistas e alunos de pós graduação no programa de modelagem computacional, mais equipe de administração e limpeza, trabalham no local. Referência no Brasil, o LNCC tem como objetivo prover sistemas de computação que atendam a demanda de médicos, cientistas e empresas em geral. Composto por 7 laboratórios principais, ele trabalha com modelagens moleculares, aplicações em bioinformática, em segurança da informação e em modelagens de dados. 

O professor explicou que o laboratório utiliza a observação de um fenômeno e a percepção ou abstração dele, para trasformá-lo em um modelo matemático, seguido de uma análise mais profunda deste modelo e a partir daí é criada uma metodologia de solução. “A missão do LNCC é realizar pesquisas, desenvolvimento e formação de recursos humanos em computação científica, em especial na construção de aplicação de modelos matemáticos e computacionais na solução de problemas científicos e tecnológicos”, disse ele, acrescentando que a instituição também disponibiliza o ambiente computacional para processamento de alto desempenho, tendo como finalidades o avanço do conhecimento e o atendimento às demandas da sociedade e do país. 

O laboratório se instalou em Petrópolis em 1998. Segundo Pedro Leite, a iniciativa fazia parte de uma estratégia de promover a interiorização dos institutos de pesquisa. Além disso, ele afirmou que já havia um interesse tanto do estado do Rio de Janeiro quanto da cidade para desenvolver a área tecnológica e atrair empresas de tecnologia, não poluentes. “A instalação do LNCC no Quitandinha é o ingrediente fundamental para o desenvolvimento de tecnologias modernas. A cidade já conta com empresas de altíssima qualidade, como a Ge Celma, a Carl Zeiss e a Microsoft. A instituição contribuiu para o estabelecimento da competência tecnológica do município”, destacou. 

Pedro ressaltou que para desenvolver ainda mais o setor na cidade estava faltando uma universidade pública. “Com a vinda da Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2015, o município vai viver um marco no sentido de fortalecer a personalidade tecnológica”, acredita. Para ele, as universidades públicas são mais fortes na área de pesquisa o que é fundamental. “Sem contar que vai formar mão de obra especializada e vai gerar um efeito positivo nas universidades privadas. Também deve impactar na melhoria dos ensinos básico e médio”, disse. 

Sobre a mão de obra especializada, ele disse que este é um grande problema vivido no país. “Temos uma capacidade limitada de formação de pessoas. Se não temos um bom nível de educação básica e no ensino médio, não formamos bons profissionais”, observou.

 

Aline Rickly

Redação Tribuna de Petrópolis, 08 de Setembro 2014




 

 

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