Petrópolis, 19 de Abril de 2024.
Matérias >> Cidade >> Notícias
   
  Moradores confirmam denúncias ao MP e querem embargo da obra

Data: 03/12/2013

 Moradores da Avenida Leopoldina, em Nogueira entraram com uma ação no Ministério Público, contra um empreendimento que está sendo construído no local.

Eles alegam que a obra vai provocar o espraiamento da água do Rio Piabanha, já que o terreno faz parte de uma área que é atingida constantemente por enchentes. No local, está prevista a construção de um condomínio de alto luxo, com 216 apartamentos, em uma área que equivale a, aproximadamente, seis campos de futebol. Ontem, mais de 30 moradores se reuniram em Nogueira para discutir o assunto. Segundo eles, os mais prejudicados com a construção serão os que moram na Vila Epitácio, que fica em frente ao terreno e já sofrem com as enchentes. 

O presidente da União Distrital de Associações de Moradores de Petrópolis (UDAM), Sérgio Mattos, destacou que a reunião era um desmembramento das outras duas que já aconteceram e tem como objetivo comunicar a população local sobre as medidas que estão sendo tomadas para que a obra seja embargada. “Já demos entrada com uma ação no Ministério Público e fizemos uma denúncia na delegacia contra crime ambiental. Enquanto cidadão vejo esta obra como uma intervenção imoral. Esta situação também serve de alerta porque podem surgir outros condomínios nesta área que vem desde Corrêas até Bonsucesso e afeta todos os moradores”, afirmou. 

O advogado, que entrou com a ação no MP, Marco Aurélio Guido destacou que agora eles precisam aguardar a decisão do Ministério Público, que pode ser: convidar os proprietários do empreendimento a apresentar todo o projeto ou embargar a obra. “Creio que ainda este ano alguma medida será tomada. Nós esperamos a suspensão da intervenção imediatamente”, disse. 

Os moradores da Vila Epitácio, que podem ser os mais afetados com a construção do condomínio estão receosos. Paulo Santos, de 43 anos, mora no local desde que nasceu. Ele afirmou que a água já entra normalmente na sua casa, mas que agora o medo aumentou. “De uns anos para cá, a quantidade de água aumentou muito, imagina agora com esse aterro?”, indagou. O pedreiro explicou que o local, onde será construído o condomínio funcionava como um bolsão de água. 

Já o construtor civil, Julio da Silva, de 53 anos, que também mora na Vila Epitácio, acrescentou que  realmente esse aterro vai assorear o rio. “Isto é como se fosse uma barragem. O nível do rio vai subir muito e tememos que o fluxo dessa água atinja as casas”, comentou. 

Já Carla Hormanseder, acredita que o problema do condomínio seja apenas uma etapa a ser resolvida, mas que a grande questão, são as enchentes que já atingem a região há anos. “Não estou na luta pelo que vai subir a mais de água, mas pelo que já entra”, concluiu. 

De acordo com os moradores, a construtora já colocou mais de 22 mil metros quadrados de terra no local, o que aumentou o nível do terreno em cerca de 2 metros de altura. 




 

 

DADOS MUNICIPAIS EQUIPEWEB DADOS MUNICIPAIS DADOS MUNICIPAIS