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  Construção de túnel extravasor do Piabanha gera discórdia

Data: 28/11/2013

 O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) apresentou ontem detalhes do projeto de reforma de um e construção de outro túnel extravasor em Petrópolis em audiência pública realizada na Câmara Municipal. A recuperação da galeria que fica no rio Palatino foi consenso entre o coordenador de Projetos do Núcleo de Articulação Institucional do Inea, Luiz Renato Vergara, e os diversos participantes do encontro. Porém, o extravasor que será construído no rio Piabanha causou intenso debate.

 

São vários os pontos contrários ao novo túnel. O primeiro é que o extravasor vai aumentar volume de água para os distritos mais longe do Centro.

 

– A construção do extravasor na (rua) 13 de maio (rio Piabanha) é um absurdo. Vai inundar Corrêas, vai matar gente em Areal, em Pedro do Rio. Leve os meus maiores protestos à Marilene Ramos (presidente do Inea). Nós não admitimos transferir cheias para os distritos – afirma a secretária-executiva do Comitê do rio Piabanha, Rafaela Fachetti.

Ela ainda anunciou que o Comitê vai entrar no Ministério Público contra a obra.

 

– Se for feito, (o extravasor) não vai alterar nada. Só inundar mais rápido a (avenida) Barão do Rio Branco. O Inea está trabalhando na consequência, não na raiz do problema – critica Rolf Diringer, que realiza estudos pluviométricos em Petrópolis.

 

Umas ideias diferentes propostas como alternativa seria, em vez de construir um extravasor, fazer uma ligação do rio Quitandinha (apontado por ambos os lados como principal causador de enchentes no Centro) ao extravasor do rio Palatino.

 

O representante do Inea, Luiz Renato, respondeu que não vai acontecer "transferência" de problema por que uma das partes da obra contará com duas pontes, uma em Nogueira e outra em Bonsucesso. De acordo com ele, a substituição das pontes vai permitir uma melhora hidráulica e, acima de tudo, estrutural (especialmente a de Bonsucesso). No entanto, ele foi enfático em defender a obra.

 

– Não abrimos mão porque é uma galeria importante para melhorar as cheias no Centro Histórico. Não resolve o problema, mas traz um grande alívio – coloca. Ele disse que, ao longo das discussões, vai desconstruir os preconceitos existentes em relação à obra.

 

– Não estamos levando cheias para outros lugares, isso eu garanto. Estamos melhorando o escoamento. Estamos dividindo o pico de cheias em duas ondas. Por exemplo: 200 metros cúbicos viram duas de 100 – explica Luiz Renato.

 

Outro problema é que a área tem diversos prédios históricos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Catedral e Casa de Princesa Isabel, por exemplo), o que pode atrapalhar as intervenções. Luiz Renato argumenta que o Iphan terá que recuar, já que as ações visam acabar com riscos causados por enchentes.

 

Detalhes do projeto

 

O projeto final tem que ser entregue pelo Inea à Caixa Econômica Federal (CEF) até sábado (dia 30). Caso isso não aconteça, perdem-se os recursos que demoraram mais de um ano e meio para serem licitados. Após a entrega do projeto, o dinheiro deve chegar em seis meses. São R$ 150 milhões do CEF, mais R$ 15 milhões vindos do município.

 

A obra é basicamente dividida em quatro partes: restauração do túnel extravasor do rio Palatino (são 3,8 km de extensão); substituição de duas pontes (Nogueira e Bonsucesso); construção do túnel extravasor na Rua Treze Maio (com 360 metros); e adequação e conformação da calha do rio Piabanha (em 1,7 km).

 

Apesar de toda discussão em torno do extravasor do rio Piabanha, quase todos concordaram que a principal parte é a reforma do túnel do rio Palatino. Neles serão construídas diversas canaletas transversais de captação das águas pluviais, construídas novas estruturas de captação em concreto, recuperada a estrutura das paredes, fundo e teto (que estão deteriorados) e feito revestimento da galeria com um lençol impermeabilizante de polietileno com baixo coeficiente de rugosidade (o que permitirá um melhor escoamento da água e também corrigirá falhas estruturais).

 

Ao longo do projeto, ele poderá ser alterado. Não no objeto, mas na adequação a ele. Assim, não há risco de embargo. Além disso, segundo o Inea, caso haja necessidade de complementar a verba, o próprio Estado se compromete a fazer isso para dar celeridade à obra (sem necessidade de esperar liberação do CEF). 

Veja o orçamento completo a seguir. 

 




 

 

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