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  Fundação para tratamento das deformidades craniofaciais quer criar subsede em Petrópolis

Data: 31/10/2013

 Os representantes da Funcraf (Fundação para o Estudo e Tratamento das Deformidades Craniofaciais) se reuniram ontem, dia 30, com o secretário de Saúde André Pombo, para tratar de detalhes relativos à criação de uma subsede do projeto em Petrópolis. Surgido em Bauru, no fim da década de 60, o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC), conhecido como "Centrinho", é referência em tratamento de pacientes que possuem fissura de lábio e palato, por exemplo, e deficiências auditivas.4

 

André Pombo afirmou que há interesse da secretaria na parceria. Novas reuniões estão sendo agendadas para discutir o assunto.

– O que nós (do Funcraf) precisamos é de parceria com prefeitura para conseguir um local para ficar, e aí pode ser um local próprio ou mesmo uma parceria com algum hospital, e de que a prefeitura faça o convênio com o SUS – explicou a coordenadora do Funcraf, a cirurgiã especialista em ortodontia, Renata Pardine. Ela também falou que consegue trabalhar num local a partir de 400 m² e revelou já tem alguns locais que conhece que estão no seu alvo. O Funcraf fica responsável pela contratação de pessoal, custeio e aquisição de equipamento, material permanente e manutenção da unidade.

 

Tudo começou quando Renata teve câncer de mama, o que a afastou do Centrinho para o tratamento. Casada com um petropolitano, ela veio para o Rio de Janeiro para se tratar. Foi quando o Funcraf ofereceu a ela a chance de criar uma sub-sede por aqui.

 

A ideia é descentralizar os atendimentos que são realizados em Bauru, podendo atender pacientes de RJ, MG e ES. Assim, procedimentos pequenos poderiam ser feitos aqui e os mais complexos, encaminhados para lá. Além da sede em Bauru, há sub-sedes em São Bernardo do Campo e Itapetininga (SP) e Campo Grande (MS).

 

Uma sub-sede em Petrópolis poderá beneficiar os estados da região sudeste. Uma viagem daqui até Bauru demora 12 horas, por exemplo. Apenas da cidade do Rio de Janeiro, 1500 pacientes foram atendidos no ano passado, sem contar os casos de deficiências auditivas. Algumas vezes, diversas etapas do tratamento são realizadas no mesmo dia por que a família não tem dinheiro para ficar na cidade paulista por mais tempo.

Um Centrinho na cidade traz beneficio tanto para a sede principal de Bauru, que terá menor volume e poderá atender mais pacientes com agilidade (nos 91 leitos que o HRAC possui), quanto também pessoas como a petropolitana Paula Mayworm. Ela tem 17 anos e se trata em Bauru.

– Quando tenho que ir para lá para continuar o tratamento, perco aulas, perco matéria (na escola). Essas viagens quebram a rotina de estudos. Comentei com meus pais a pouco tempo como seria ótimo ter um Centrinho mais perto – contou Paula.

 

Outro que ganhará é Paulo da Silva. Natural de Teresópolis, ele tem 25 anos e há 24 precisa ir a Bauru para os diversos tratamentos. Apenas em 2013, Paulo já viajou cinco vezes. E há seis meses realizou uma cirurgia que já esperava há seis anos.

 

– Sair do trabalho ou do estudo, às vezes por dois ou três dias é complicado. Claro que um Cento vai ser ótimo. Eu sou muito grato ao pessoal de Bauru, mais do que pelo cuidado físico. Lá eles nos tratam com carinho, com amor. Ninguém sabe como é muito importante ter um nariz, lábio, uma face – comenta.

 

Segundo Renata Pardine, algumas deformidades craniofaciais não tem causa específica – abertura de lábio e palato acontecem entre a quinta a 12ª semana de gestação. No Brasil, de cada 650 nascimentos, um terá esse problema.

 

Todos os procedimentos oferecidos pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais são gratuito (consultas, tratamentos, cirurgias). E diversas áreas da medicina são envolvidas – neurologia, odontologia, pediatria, fisioterapia, fonoaudiologia, otorrinolaringologia, cirurgia plástica, psicologia e outras.




 

 

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