Com a intenção de trocar informações e apontar soluções para os problemas que estão atrapalhando o atendimento à população na área da saúde, o Conselho Regional de Medicina (Cremerj) e sua seccional de Petrópolis promoveram na manhã de sábado o Fórum Cremerj de Saúde Complementar, no Hotel Casablanca. Mais de 30 pessoas participaram do encontro, que contou também com a presença de representantes de hospitais.

Segundo o Dr. Jorge Gabrich, coordenador da seccional do Cremerj, a intenção principal foi a de discutir a atual relação entre as operadoras de planos de saúde e os prestadores de serviço. “Hoje temos na nossa cidade uma dificuldade muito grande no que diz respeito à falta de leitos e unidades especializadas e grande parte dessa dificuldade é resultado da atual forma de administração das operadoras, que não reajustam e não pagam em dia. Um bom exemplo disso é o fechamento da Casa da Providência. A dificuldade de encontrar leitos é tão grande que as pessoas estão saindo da cidade em busca de atendimento e isso não pode acontecer e é um prejuízo sério para a cidade como um todo”, disse.

Gabrich afirma ainda que o fórum foi formado com a intenção demostrar para a população os motivos pelos quais ela está sendo prejudicada. “As pessoas não têm noção do quão preocupante a situação se encontra na cidade. Por falta de leitos, uma gestante só pode contar hoje, com certeza, com um hospital privado, e isso é inadmissível”.

O encontro contou com a participação de representantes do Hospital Santa Teresa, SMH – Sociedade Médica Hospitalar, Centro Médico Cidade Imperial, Sanatório Oswaldo Cruz e Clinica Louis Paster. “A experiência foi muito boa e como resultado conseguimos marcar duas reuniões mensais, sempre na 1ª e na 3ª terça-feira de cada mês, em um hospital diferente. Dessa forma montamos o grupo de trabalho que chamaremos de Para a Saúde de Petrópolis. No encontro, conseguimos explicar o problema e percebemos o entendimento por parte dos prestadores. Agora, nossa intenção é tentar reverter a situação através de meios legais. Hoje em dia, a saúde se tornou um péssimo negócio, ninguém quer mais investir no setor por conta da falta de reajustes. Se conseguirmos mudar esse quadro, os benefícios serão direcionados para a população que é a maior prejudicada com tudo isso”.

Para Vinícius Oliveira, diretor executivo do Santa Teresa, Petrópolis é um berço de bons médicos e o esvaziamento no setor é um vetor que preocupa também. “Não podemos deixar de pensar na redução dos leitos e no esvaziamento da cidade, nossos médicos são muito bons e estão desestimulados. Se não nos organizarmos, vamos chegar ao caos. É hora de fazermos um resgate”.