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  Casa Providência

Data: 21/12/2012

 Sindicato espera que novo grupo mantenha 70% dos funcionários da Casa Providência

 

O Hospital Casa Providência, que funcionará somente até o dia 31 de dezembro, atualmente conta com 320 funcionários diretos e 50 indiretos, segundo informações do Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Serviço de Saúde de Petrópolis, cuja direção está preocupada com o número de pessoas que ficarão desempregadas por causa do fechamento, principalmente os trabalhadores nos setores de apoio e administrativos que geralmente contam com apenas um único emprego.

Para tentar reverter essa situação, o sindicato pretende fazer um movimento no Centro da cidade para que o novo grupo que venha a assumir a instituição se comprometa a manter, pelo menos, 70% dos funcionários atuais.

- Temos pessoas com certa idade, e por isso, vão acabar tendo dificuldade para conseguir um emprego imediato. Se outra instituição for assumir, seria importante que preservasse a maioria dos empregos. Os profissionais de enfermagem, por exemplo, normalmente têm dois empregos, então a situação não fica tão ruim, mas as equipes da Copa, do faturamento, só têm aquele – afirmou o vice-presidente do sindicato, Osmar Ferreira, que esteve no Diário, acompanhado do diretor social, Carlos Pacheco, e do diretor de patrimônio, Francisco Jr (Juninho da Enfermagem).

Os dirigentes do sindicato também estão preocupados com a situação do atendimento de saúde em diferentes unidades de Petrópolis, uma vez que o Hospital Casa Providência estará de portas fechadas, a partir da data anunciada, para os pacientes do SUS, particulares e de convênios de planos de saúde.

- Petrópolis perde um serviço de qualidade, de referência, como a maternidade. A cidade vai ficar à deriva porque vai sobrecarregar o (hospital) Alcides Carneiro e os demais hospitais, tinha uma fila para a operação de catarata e o hospital assumiu o serviço, mas agora qual unidade vai fazer esse atendimento, por isso, vamos chamar toda a população para fazer um movimento na Praça D. Pedro, mas ainda não temos uma data marcada – disse o vice-presidente do sindicato.

Osmar ainda ressaltou a importância de ser divulgada qual será a instituição que reassumirá os serviços.

- É uma situação bastante delicada porque recebemos a informação de que apenas um grupo de plano de saúde assumiria. É uma preocupação de todos os funcionários, por isso, é importante ser divulgado isso também – questionou.

A informação entre os funcionários da unidade é de que a Bradesco Saúde assumiria os serviços, mas a instituição negou, dizendo que “a informação é improcedente, mesmo porque, por estar constituída como seguradora especializada em saúde, a Bradesco Saúde é impedida de prestar diretamente a assistência média”. A direção do hospital também negou essa informação.

 

 

Direção do hospital reafirma decisão de fechar a unidade

 

Em nota, o Hospital Casa da Providência tem um histórico de mais de 50 anos de serviços de saúde prestados à população carente do Município de Petrópolis. Após meses de negociação junto à Secretaria de Saúde e Prefeitura Municipal, sob a supervisão do Ministério Público, a Direção do hospital vem a público externar sua consternação quanto ao fechamento do hospital, partir do dia 31 de dezembro de 2012. A decisão tem caráter definitivo e irrevogável e abrange a assistência a pacientes do SUS, particulares e encaminhados por convênios.

O Hospital Casa da Providência tem um contrato anual com a Secretaria Municipal de Saúde para destinar 50% de sua ocupação aos pacientes do SUS, por meio de um termo de convênio que já vigora há 18 meses. As despesas da instituição são arcadas pela Associação São Vicente de Paulo e o atual contrato, com vencimento do exercício fiscal no dia 31 de dezembro de 2012, prevê repactuação anual.

As negociações para o fechamento do hospital começaram em junho de 2012, quando a Direção do Hospital notificou à Secretaria Municipal de Saúde sobre o fechamento do serviço de maternidade, a partir de 16 de outubro de 2012, em função de problemas de ordem financeira, desgaste de equipamentos e da falta de profissionais. Atendendo ao pedido dos representantes do Município, o fechamento da maternidade foi prorrogado até o dia 31 de dezembro de 2012, prazo em que se encerra contrato.

Ao longo dos meses, foram realizadas sucessivas reuniões com as autoridades governamentais, acompanhadas pelo Ministério Público, para discussão de propostas de continuidade dos serviços do hospital. A Casa da Providência apresentou estudo demonstrando o investimento mensal necessário ao custeio de seus serviços. Valor este que, atualmente, é arcado exclusivamente pela Associação. Em contraproposta, a Secretaria Municipal de Saúde ofereceu uma verba muito inferior ao apresentado, para a manutenção de apenas um serviço prestado pelo hospital.

Face à impossibilidade de aceitar a proposta da Secretaria Municipal de Saúde, não restou à Associação alternativa a não ser manter a decisão já notificada de fechamento do hospital no último dia 31 de dezembro de 2012. A decisão foi comunicada também ao médico André Sá Earp, que assume a Secretaria de Saúde a partir de janeiro de 2013, e à futura controladora-geral do Governo, Rosangela Stumph.

A partir de 01 de janeiro de 2013, a Direção da instituição manterá um contingente profissional reduzido, exclusivamente para atender aos pacientes internados até sua alta hospitalar. Da mesma forma, serão realizados exclusivamente partos com alta prevista para o dia 31 de dezembro.

 

 

 

 

FONTE: Diário de Petrópolis




 

 

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