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Data: 18/09/2012

 

 

A Passo Feliz tentou alternativas, mas desistiu de ficar em Petrópolis. Após pedido de R$ 80 mil de aluguel, loja passa a ser agência bancária

O alto valor cobrado pelo aluguel de lojas e o preço absurdo de luvas para a transferência do negócio para um outro endereço no centro da cidade vão fazer com que quase 40 funcionários da sapataria e loja de produtos esportivos Passo Feliz fiquem desempregados a partir do mês que vem. Inaugurada há seis anos em uma loja na Rua do Imperador, 761 (Edifício Federal), a empresa,  que faz parte de uma rede da Região dos Lagos, vai fechar as portas no dia 11 de outubro. A notícia foi comunicada aos funcionários no fim da semana passada. Apenas um deles deve ser transferido e continuar trabalhando em uma loja de outra cidade do estado. “Todos ficaram muito tristes, alguns chegaram a chorar. Há funcionários que trabalham aqui desde a inauguração e que vão ficar desempregados. Pelo que sabemos, até agora somente um funcionário vai ser mantido porque aceitou ser transferido para outra cidade. Ouros três estão avaliando a proposta da empresa, mas  a maioria vai perder o emprego mesmo”, contou um funcionário.

 

Atualmente o aluguel do espaço usado pela empresa em Petrópolis custa cerca de R$ 40 mil. O valor é quatro vezes maior do que a mesma rede vai pagar por uma loja de 600 metros quadrados que será inaugurada em Rio das Ostras, na Região dos Lagos. O proprietário do imóvel no Edifício Federal, no entanto, teria recebido proposta de um banco estatal, que deverá  pagar o dobro pelo aluguel do espaço com 500 metros quadrados na Rua do Imperador.

Antes de fazer o comunicado aos funcionários, a Passo Feliz buscou alternativas de lojas para mudar de endereço, mas o valor exorbitante cobrado como luvas, a necessidade de investimento para a instalação num outro endereço e, principalmente, o preço dos aluguéis, deixaram os donos da rede sem opção a não ser fechar as portas.

Uma das alternativas para a mudança de endereço seria o aluguel de um imóvel na Rua Paulo Barbosa, Centro. Naquele local, no entanto, o proprietário teria cobrado o pagamento de R$ 750 mil pelas luvas. A empresa teria considerado inviável, e o proprietário teria feito a oferta de baixar as luvas para R$ 500 mil, o que também não atraiu a empresa. “Não compensava, principalmente porque a rede teria que fazer um investimento alto também para montar uma nova loja”, comentou um funcionário.

Em Petrópolis, a Passo Feliz trabalha com uma linha de cerca de 30 mil produtos entre sapatos, bolsas, casacos e materiais esportivos. A loja que fecha as portas no mês que vem é a maior da rede no estado. Além do valor absurdo cobrado pelas luvas, o preço dos aluguéis nos Centro foi decisivo para que a empresa encerrasse as atividades. Funcionários contaram que a empresa não queria sair da cidade, mas não encontrou condições de manter as atividades aqui. O valor mais baixo de aluguel que teria sido encontrado – em uma loja pequena na Rua do Imperador na qual não cabem todos os produtos – custa R$ 20 mil.

Outro problema, segundo os funcionários, são as restrições quanto às ações de publicidade para divulgação da loja. “A empresa não pode fazer ações de marketing na Rua do Imperador. Para fazer panfletagem a loja precisa pagar uma taxa de R$ 500 à Prefeitura, por cinco dias de divulgação, que além de tudo é restrita a Rua Paulo Barbosa. Não podemos fazer panfletagem na Rua do Imperador, isso também dificulta. Nesses anos em que funcionou aqui a loja não teve prejuízos mas também não tinha o lucro esperado. Com esse valor de aluguel agora, ficou inviável  para a empresa manter o negócio aqui”, lamentou o funcionário.

 

 

Jaqueline Ribeiro

Redação Tribuna




 

 

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