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  Diretor da Autobus, acompanhado da polícia, reassume controle da empresa

Data: 05/06/2012

 

 

A chegada dos novos ônibus para o transporte público coletivo, na tarde desta sexta-feira (1), foi marcada pela retomada da administração da Viação Autobus pelos diretores. Com uma ordem judicial e acompanhado pelo advogado e por policiais militares, Marcelo Pereira reassumiu a empresa após dois anos do início da intervenção municipal. A ação foi tumultuada e só foi possível com o apoio policial.

 

Marcelo Pereira chegou na sede da empresa, na Estrada União e Indústria, em Corrêas, por volta das 17 horas. Ele encontrou os portões fechados e resistência por parte dos guardas civis que fazem a segurança do local. O diretor só conseguiu entrar na empresa após muito bate-boca com os guardas. “Estamos com uma ordem judicial de reintegração de posse. Sou o dono da empresa e tenho o direito de entrar”, argumentou o diretor.

O acesso da imprensa à sede da empresa também foi tumultuado. Autorizada pelo diretor da Autobus para acompanhar toda a movimentação, os guardas civis não permitiram a entrada dos jornalistas. Um dos guardas chegou a agredir o fotógrafo do Diário de Petrópolis e o cinegrafista da TV Adonai.

A truculência e atitude do guarda civil foi reprovada por todos que acompanhavam a ação, e a entrada das equipes de jornalismo só ocorreu com a intervenção da Polícia. “Não temos nada a esconder. E faço questão que vocês (jornalistas) tenham total acesso à empresa”, frisou Marcelo.

Apesar da ação tumultuada, o interventor municipal Seraphim José Claudino cumpriu a ordem judicial e entregou a administração da empresa para os antigos diretores. O interventor não quis falar sobre a ação, informando apenas que estava cumprindo uma decisão da Justiça.

Toda a movimentação foi acompanhada por funcionários das empresas de ônibus que utilizam o espaço – viações Autobus, Petrópolis e Esperança. Não houve manifestações por parte dos rodoviários. Segundo Marcelo Pereira, a empresa conta com cerca de 425 funcionários, e ele deixou claro que não haverá demissões. “A partir de agora vou tomar ciência do que estava acontecendo. Não faço ideia do que vou encontrar, tanto na parte financeira quanto na operacional. O mais importante era conseguir reassumir a empresa”, ressaltou Marcelo.

Segundo o diretor, está prevista a renovação da frota, que atualmente é operada com 75 ônibus – atendendo 25 linhas. “Temos um acordo que prevê a renovação da frota, essa mudança já estava prevista antes da intervenção”, informou. Marcelo questionou as justificativas da Prefeitura para promover a intervenção. Segundo ele, a Autobus não conta com títulos protestados ou débitos trabalhistas e estava prevista a chegada de ônibus novos. “Era claro o desequilíbrio financeiro nas empresas, mas nada que justificasse a intervenção. Desde que o atual governo assumiu, as empresas de ônibus deixaram de receber os subsídios em relação à gratuidade. Deixamos de receber cerca de R$ 1.300 milhão por mês. Se este dinheiro estivesse sendo repassado, com certeza os investimentos teriam acontecido”, ressaltou.

A retomada da administração e das atividades da viação foi uma determinação da 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que declarou inválido o decreto assinado pela Prefeitura, em 2010, que extinguiu, por caducidade, o contrato da permissionária, prorrogando a intervenção, e determinou a imediata devolução das linhas à empresa.

A Viação Autobus perdeu a permissão do serviço de transporte coletivo em abril de 2010, quando a Prefeitura começou o processo de intervenção em três empresas – Esperança, Autobus e Petrópolis. Desde então, foi iniciada uma batalha judicial entre o município e a empresa. Ao todo, estão tramitando nos tribunais outros 19 processos.

Em nota, a Prefeitura informou que “foi notificada sobre a liminar da empresa e que a Procuradoria Geral do município irá analisar todo o conteúdo do trâmite em questão. Posteriormente, a Procuradoria Geral irá se pronunciar”.

 

Janaína do Carmo




 

 

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