Petrópolis, 28 de Março de 2024.
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  Vigilantes em greve a partir desta segunda

Data: 10/03/2012

  A partir de segunda-feira, todos os vigilantes do Estado do Rio de Janeiro vão entrar em greve. Em Petrópolis, a decisão atinge diretamente bancos, pontos turísticos, como o Museu Imperial e Palácio Rio Negro, e as grandes empresas da cidade, como a GE Celma, Carl Zeiss e Dentsply, entre outras. Mas ao contrário do que aconteceu na paralisação do ano passado, na Capital a greve deve atingir hospitais, órgãos públicos, escolas, centers e não apenas a rede bancária. Apesar da união entre todos os sindicatos do Estado do Rio de Janeiro quanto à paralisação, quem depende desses profissionais ainda não se preparou para uma possível interrupção da vigilância, já que muitos não acreditam que o movimento ganhe força. 

Em Petrópolis, dos 800 vigilantes empregados, 500 trabalham armados e a grande maioria em bancos e carros fortes. O presidente do Sindicato dos Vigilantes de Petrópolis, Adriano Linhares da Silva, garante que a greve foi aprovada por 100% dos representantes da classe, mas ressalta que as empresas contratantes já começaram a retaliação aos empregados. “Todos os vigilantes estão mobilizados a parar, mas muitos já nos relataram que já estão sofrendo ameaças por parte das empresas contratantes. A maioria é de demissões, cortes de benefícios e de serem descontados pelos dias de paralisação. Então vai depender de cada trabalhador a decisão de aderir ou não à greve”, ponderou Adriano Linhares da Silva.
A lei federal 7.102/83 e a Portaria 387/2006 da Polícia Federal são claras: sem a presença de vigilantes, os bancos ficam impedidos de funcionar. Os estabelecimentos que não cumprirem a lei poderão ser multados pela Polícia Federal. Por conta disso, vice-presidente do Sindicato dos Bancários de Petrópolis, Alexandre Eiras, irá montar uma equipe de fiscalização para monitorar o funcionamento dos bancos durante a greve dos vigilantes. “A gente não pode interferir na greve e, aliás, somos a favor dela, pois os vigilantes merecem um reajuste salarial e benefícios dignos para a classe, mas o que não podemos permitir é que a agência funcione sem a proteção dos vigilantes. Seria um risco para a população e para os trabalhadores”, alertou.

 

Empresas garantem vigilância de patrimônios

A paralisação dos vigilantes começa oficialmente às 0h do dia 12 de março, mas ainda não se sabe quantos trabalhadores irão aderir à greve. Tentando tranquilizar os clientes, empresas como o Grupo Graber, que já atua o no mercado há mais de 26 anos, já prepararam um plano de contingência para garantir o pleno funcionamento das empresas. “Nos não estamos apostando na força desta paralisação. Ano passado aconteceu uma movimentação parecida e praticamente não nos atingiu. Nesse ano, se realmente acontecer uma grande adesão, gostaríamos de tranquilizar a todos que trabalhamos com um número considerável de reservistas que nos dão suporte em situações como essa”, afirmou Nelson Rodrigues, chefe de operações da Garber.
Segundo o diretor de operação da Carl Zeiss, Marcos Pohlmann, somente na segunda-feira será possível analisar os efeitos da paralisação na empresa. “Acredito que essa greve não nos atinja. O serviço dos vigilantes é terceirizado e a empresa que contratamos nos garantiu que, caso realmente haja uma greve, eles nos enviarão um reforço. Então nós iremos esperar até a segunda-feira para analisar o quadro”, esclareceu.
De mesma posição, a diretoria do Museu Imperial informou em nota que “o que podemos afirmar é que o Museu Imperial está tomando todas as providências cabíveis para manter a segurança dos funcionários, visitantes, acervo e patrimônio em caso de greve de seus vigilantes.”.

 

Ameaça de paralisação começou em fevereiro

Em fevereiro, os vigilantes de Petrópolis se reuniram em assembleias e mesas redondas, para tentar evitar a greve, mas o Sindicato Patronal (Sindesp) se recusou a aceitar os 7% no ganho real, INPC para reajuste salarial, risco de vida, vale refeição e plano de saúde, e até mesmo conversar com os representantes dos sindicatos da categoria. Assim, presidentes e representantes dos sindicatos dos vigilantes de todas as cidades e do estado e o Sindicato dos Vigilantes de Carro Forte e Escolta Armada do Interior do Estado (Sindvalores), se reuniram na segunda-feira, dia 05, para decretar que a greve começaria em todo o Estado do Rio de Janeiro no dia 12 de março.
Na capital, de acordo com o site do Sindicato dos Vigilantes do Município do Rio de Janeiro, na negociação do dia 02 de fevereiro com o sindicato patronal (Sindesp), os donos das empresas de segurança anunciaram 0% de aumento para os 50 mil vigilantes do Estado do Rio. A assembleia dos patrões autorizou apenas o repasse do INPC dos últimos 12 meses. Ou seja, nada de aumento para a categoria. Com essa decisão, os vigilantes de todo o Estado do Rio de Janeiro decidiram entrar em greve em março, para pressionar os patrões a conceder aumento real. 
“Em função da intransigência patronal, a Federação dos Vigilantes se reuniu e decidiu que fará protestos e manifestações, antes da greve, assim como ocorreu no ano passado, quando os vigilantes cruzaram os braços por mais de 30 dias em Campos, Macaé e Friburgo, contando ainda com paralisações em Volta Redonda, Baixada e município do Rio, afetando principalmente a rede bancária, que fechou por falta de vigilância. Em 2011, os vigilantes tiveram a reposição da inflação mais 1,5% de aumento real, totalizando 8% de reajuste salarial”, finaliza a nota.

SUELLEN DE OLIVEIRA
Redação Tribuna



 

 

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