Erosão no túnel extravasor leva medo a moradores do Itamarati e Quissamã
Data: 04/01/2020
Erosão no túnel extravasor leva medo a moradores do Itamarati e Quissamã
Tribuna de Petrópolis
Sem manutenção há cerca de 50 anos, o túnel extravasor do Rio Palatinato, conhecido como Túnel do Quissamã, é visto como uma séria ameaça por moradores da região que ele atravessa. Há vários anos, surgiram problemas no equipamento, que se agravaram nas últimas chuvas. Na quinta-feira, durante o temporal, houve rompimentos na Rua Missionário Christie, que foi construída sobre a estrutura de concreto do túnel. Houve problemas também na Rua Francisco Scali. A Prefeitura informou, em nota, que está pedindo medidas urgentes do Instituto Estadual do Ambiente, responsável pelo túnel.
Rompimentos em volta do Túnel do Quissamã levam medo a moradores: galerias não recebem cuidados há décadas e entupimentos podem provocar destruição
Os moradores da região onde o túnel extravasor foi construído denunciam que as galerias estão obstruídas e que não há limpeza. Em um dos pontos por onde passa o extravasor, na Rua Quissamã há poucos metros da Francisco Scali, o entupimento de uma das galerias fez com que a força da água destruísse um muro.
O terreno está vazio e segundo os moradores o dono do imóvel deixou a casa há cerca de três anos. “A galeria passa no terreno mas sem a devida limpeza tudo entupiu. A força da água fez esse estrago todo”, disse o morador Rodrigo Humberto, de 48 anos. Ele disse que em dezembro entraram em contato com o dono do imóvel pedindo providências e que realizasse a limpeza da galeria.
“Podemos ver que o terreno está abandonado e houve cortes de árvores. Tudo isso pode ter ido parar na boca da galeria. Em 94 perdi minha casa que fica na Rua do Túnel e sabemos a importância de manutenção e limpeza das galerias. Se tudo isso aqui entupir vai sair arrastando tudo”, alertou o morador.
Para o engenheiro Luiz Carlos Dias de Oliveira (IPGPar) problemas estruturais no túnel elevam o risco de desabamento da estrutura. Ele lembra que uma parte dele localizado no embocador (entrada do túnel na Rua Souza Franco, no Centro) já desabaram.
“Qualquer obstruções que ocorram no extravasor pode levar a novas inundações naquela região do Centro. Aquele afundamento em uma das bocas na entrada do túnel já demonstra que existem problemas estruturais e principalmente na sua captação de água”, explicou o engenheiro.
Luiz Carlos ressalta que as obras de recuperação do túnel são emergenciais e que é preciso que sejam feitos estudos sobre as condições da estrutura. “É uma obra antiga e que a Prefeitura precisa contratar uma inspeção para que se tenha conhecimento das reais condições”, comentou o engenheiro.
Em nota, a Prefeitura informou que “busca fazer a limpeza e a manutenção do sistema de drenagem para evitar o transbordamento e alagamento das ruas e que cobra do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) a conservação do túnel”. A Prefeitura anunciou ainda que na próxima semana fará uma vistoria conjunto para verificar intervenções que possam ser feitas na estrutura.