Vinícius Ferreira
Redação Tribuna
Ontem, a tragédia do Vale do Cuiabá, episódio em que uma forte enxurrada causou o transbordamento do Rio Santo Antônio e a morte de 73 pessoas, deixando ainda outras dezoito desaparecidas e centenas de famílias desabrigadas, completou quatro anos. De lá para cá muita coisa vem sendo feita, principalmente no que diz respeito à prevenção. Unidades de Proteção Comunitárias - UPCs foram criadas, assim como o sistema de alerta e de monitoramento dos níveis de chuva. O objetivo é evitar que uma nova enxurrada provoque tantas vítimas como em 2011. Na madrugada do dia 11, a forte chuva que ocorreu sobre o município de Teresópolis, onde se encontram as cabeceiras do Rio Santo Antônio, que corta o Vale do Cuiabá, provocou a enxurrada, que desceu destruindo tudo. “Em qualquer cidade do mundo onde essa enxurrada passasse causaria uma destruição como aquela”, afirma o coronel Rafael Simão, que em 2012 assumiu o cargo de secretário de Proteção e Defesa Civil. Para Simão, contra a força da natureza a melhor arma é a prevenção. “Desde a tragédia vem sendo feito, não apenas na comunidade do Vale do Cuiabá, mas em todas as comunidades em área de risco da cidade, um trabalho para que elas entendam os riscos e a necessidade de deixar as residências se necessário”, informa o secretário de Proteção e defesa Civil, que ressalta ainda os mecanismos criados para prever as chuvas fortes e orientar os moradores. “Temos pluviômetros instalados pelo menos em três pontos no Vale do Cuiabá, sendo um deles na casa do presidente da associação de moradores. Além disso, foi criada lá uma UPC, onde agentes comunitários foram treinados para serem o braço da Defesa Civil na comunidade e assim orientarem os moradores. Além disso, temos os sistemas de alerta de sirenes, que é acionado todos os meses, em um simulado que checa a capacidade de reação das pessoas e o próprio funcionamento do sistema”, ressalta Simão. No local da tragédia, pouca coisa mudou em quatro anos. Onde ficava o Posto de Saúde da Família da localidade, agora cresce um matagal. Diversas casas ainda possuem as marcas da lama, que cobriu boa parte delas. Por determinação do Instituto Estadual do Meio Ambiente - Inea, que mapeou as áreas ribeirinhas, na tentativa de prever a vazão do rio, muitos terrenos foram desapropriados pela prefeitura. “É importante que se faça a manutenção dessa áreas para que as pessoas não voltem a ocupar esses imóveis ou mesmo construir em área de risco”, destaca o secretário de Proteção e Defesa Civil.