Petrópolis, 24 de Abril de 2024.
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  Entrega dos primeiros cheques às vítimas

Data: 29/12/2011

 

Morador da Estrada do Gentio, o aposentado Manoel Gonçalves recebeu R$ 60 mil pela casa que está em área de exclusão e autorizou a demolição do imóvel.

As primeiras indenizações para vítimas da tragédia de janeiro, na região dos distritos, foram pagas ontem de manhã em solenidade na Setrac – Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania. Duas famílias, ambas da Estrada do Gentio, foram beneficiadas com cheques de R$ 18 mil e R$ 60 mil, respectivamente. Com esses pagamentos, a expectativa é de que a partir de janeiro um número maior de pessoas entre nas negociações.
Nos dois casos, as famílias saíram satisfeitas com os valores recebidos. A aposentada Maria do Socorro, de 61 anos, ainda não resolveu o que fará com a quantia e explica que preferiu receber em dinheiro. Além da indenização, estipulada a partir das avaliações realizadas nos imóveis que serão demolidos, a opção das vítimas é a de receber uma casa popular. “Não havia ninguém morando nesse imóvel, cuja obra foi iniciada há alguns anos pelo meu marido, que morreu antes de concluí-la. Com as chuvas de janeiro passado, ela foi bastante afetada”, contou, completando: “A casa está em área de risco e não poderia ocupá-la. Além disso, como estava desabitada, não tinha direito a uma casa popular”, contou Maria do Socorro, destacando que já morava num outro imóvel com a filha de 19 anos.
Morador há mais de 40 anos na Estrada do Gentio, o aposentado Manoel Gonçalves de Oliveira recebeu R$ 60 mil pela casa, que está em área de exclusão. Agora, seu objetivo é comprar uma casa para viver com a família. “Na tragédia, ainda perdi todo o mobiliário e utensílios que estavam no imóvel. Agora, com essa quantia, será possível adquirir um novo imóvel”, contou o aposentado. Ao mesmo  tempo que receberam os cheques, ele e Maria do Socorro assinaram um documento autorizando a demolição dos imóveis.
Atualmente, cerca de 600 famílias estão na área de exclusão entre o Vale do Cuiabá, Rio Santo Antônio e Carvão e, segundo o Inea, terão que sair de suas casas, mas, por enquanto, apenas dez delas concluíram as negociações, optando pela indenização em dinheiro, compra assistida ou a casa popular.
O trabalho está lento, entretanto, de acordo com Luiz Eduardo Peixoto, presidente do Comitê de Ações Emergenciais, uma das dificuldades é o decreto que está sendo utilizado pelo governo do estado para estipular o valor dessas indenizações. “Esse decreto é voltado para famílias que estão em áreas carentes, imóveis sem documento e invasão das margens dos rios, o que não é a realidade do Vale do Cuiabá, por exemplo”, explicou, destacando: “Lá, a maioria das residências tem documento, as famílias não eram de baixa renda e a metragem dos terrenos é bem superior. Isso tudo dificultou, de acordo com o decreto, avançar nas negociações”, explica Peixoto, salientando que tal decreto prevê o pagamento de até R$ 400 por metro quadrado de cada imóvel. “Estamos pedindo ao estado que acompanhe o decreto que está sendo seguido pelo município do Rio, cujo valor é maior”.
Segundo Edson Falcão, coordenador de projetos da Região Serrana do Inea, o pagamento dessas duas indenizações pode motivar outras famílias. “As negociações em Petrópolis estão mais complicadas, mas acreditamos que a partir do momento em que essas pessoas perceberem que as indenizações estão sendo pagas e os valores são bem maiores do que pensavam, haverá uma maior adesão”.

Fonte: Tribuna de Petrópolis.




 

 

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