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  Deficientes querem departamento na Prefeitura

Data: 05/02/2009

A Associação Pró-Deficiente e a Associação de Surdos de Petrópolis tem um projeto para instalar o Departamento de Assistência às Pessoas com Algum tipo de Deficiência, na Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac). Segundo os representantes das associações, o projeto chegou a ser discutido com o prefeito Paulo Mustrangi antes dele assumir o cargo, quando teria se interessado pela iniciativa.O objetivo é promover a acessibilidade em seu modo mais amplo, com adequação dos prédios públicos, contratação de intérpretes nas escolas, disponibilização de material em Braile e parcerias com empresas e instituições para possibilitar aos deficientes a realização de procedimentos médicos e de cursos profissionalizantes no próprio município.

 

De acordo com Marcelo da Silveira, da Pró-Deficiente, Adriana Rangel e Rodrigo de Souza, da Associação dos Surdos de Petrópolis, presidida por Luciane Cruz, alguns parceiros parceiros já foram contatados e aprovaram a iniciativa para possibilitar que as pessoas com deficiência possam ter uma vida normal na cidade. A intenção é transformar Petrópolis em referência nesse quesito. “Já temos parceiros que realizam capacitação de surdos, para cursos de mobilidade, clínica de atendimento para amputados em Petrópolis e ainda o Instituto Benjamim Constant, porque hoje todo esse atendimento o deficiente consegue apenas no Rio de Janeiro”, explicou Marcelo. “Quando se fala em acessibilidade, as pessoas acham que basta apenas construir uma rampa e não é só isso. Tem que ter acesso para se comunicar, a educação precisa conseguir sair de casa, poder realizar os procedimentos na própria cidade”, disse Adriana.

 

Eles ressaltam também a importância do departamento ser composto por profissionais com deficiência, pois estão cientes da realidade desse grupo. “Elas conhecem as necessidades e sabem das dificuldades. Em Petrópolis, tem pessoas com deficiência que são capacitadas em várias áreas”, explicou Adriana.

 

Rodrigo, que é intérprete credenciado pelo MEC, evidencia um dos problemas enfrentados pelos deficientes devido à falta de serviços e contratação de profissionais do município. “Hoje o deficiente auditivo consegue terminar apenas o ensino fundamental. No ensino médio, não que ele não seja aceito na escola, mas não tem um intérprete para que ele possa acompanhar as aulas. Não adianta ficar sentado na cadeira com outros alunos se não está entendendo nada. Isso acaba desestimulando. Tem um caso de uma deficiente auditiva que está tentando tirar a carteira de motorista em Petrópolis, mas não consegue. O Detran informa que é possível, mas não designa um intérprete para acompanhá-la. Para fazer, vai ter que ir para o Rio”, explicou.

 

Amputado tem que buscar atendimento no Rio

 

O grupo deixa claro que apenas quer colocar em prática o que é um direito deficiente de realizar serviços no próprio município, que acabam sendo oferecidos para pessoas de outras localidades. “Não queremos nada novo, só que a lei seja cumprida”, disse Adriana. “Hoje um amputado precisa ir para o Rio, receber atendimento, colocar prótese. Só que em Petrópolis existe uma clínica que faz esse trabalho, atende pessoas de várias cidades do Estado, mas não atende os amputados daqui porque não é credenciada com a Secretaria de Saúde do município”, explicou Marcelo.

 

O grupo entende que a nova administração assumiu há poucos dias, mas espera poder voltar a conversar sobre o projeto. “Tentamos fazer com que a acessibilidade se tornasse uma realidade na cidade no outro governo, mas não conseguimos. Dessa vez, temos certeza de que Mustrangi e a Aparecida (secretária da Setrac) querem fazer um bom trabalho e prestam atenção às necessidades dos deficientes”, finalizou Marcelo.

 

Vagas abertas para menor aprendiz

 

A Associação Pró-Deficiente convoca pessoas com deficiências com idade entre 15 e 24 anos para atuar como menor aprendiz em empresa de telecomunicação que está se instalando em Petrópolis. Apenas deficientes auditivos não se encaixam no perfil porque o serviço é de tele-atendimento. Ao todo, são 11 vagas que exigem o ensino fundamental completo e conhecimento de informática. De acordo com o presidente da ong, Marcelo da Silveira, até o mês de março a empresa vai necessitar de mais 50 pessoas com algum tipo de deficiência, mas as exigências curriculares são maiores. “Para essas já vai ser necessário ter um nível superior de conhecimento de idiomas, mas as vagas serão para preenchimento imediato”, explicou.

 

A Pró-Deficiente está localizada na Rua Teresa, 2024, no Alto da Serra. O telefone é o 2247-0288.

 

 

Fonte: Diário de Petrópolis – 16 de janeiro de 2009.

Autora: Denise Pereira




 

 

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