Dos R$ 228 milhões de dívidas deixadas pela administração de Rubens Bomtempo para seu sucessor Paulo Mustrangi, mais de R$ 135 milhões foram produzidas pela Companhia Municipal de Desenvolvimento Econômico (Comdep). Quando Rubens Bomtempo assumiu o governo, em 2001, a Comdep devia R$ 7,5 milhões. Ao fim do ano seguinte, a dívida passou para R$ 8,4 milhões. Em 2002, o salto foi para R$ 30,5 milhões – nesse caso, parcela significativa do aumento da dívida se deveu à incorporação pela Comdep das empresas Caempe e Petrotur, com suas respectivas dívidas. Em 2003, o governo conseguiu reduzir o endividamento da Comdep para R$ 29 milhões.
A partir de 2004, o crescimento dos débitos ganhou mais velocidade. Passou para R$ 37 milhões e para 51,3 milhões, em 2005. Daí até 31 de dezembro de 2007, o endividamento subiu para R$ 90,8 milhões. No último ano da administração Rubens Bomtempo, ano eleitoral, a dívida cresceu mais de R$ 44 milhões, atingindo R$ 135,4 milhões.
O calote da Comdep atingiu também o município. Durante a administração anterior, a empresa deixou de recolher aos cofres da Secretaria Municipal de Fazenda cerca de R$ 3,6 milhões, que foram parcelados no dia 29 de julho de 2008, três dias antes de Bomtempo transferir a administração para Paulo Mustrangi.
Além de agravar a situação financeira geral do município, segundo o prefeito Paulo Mustrangi e o secretário de Fazenda, Hélio Volgari, ao, não pagar as contas da Comdep a administração anterior impôs grandes prejuízos à cidade. Por causa de dívidas não pagas, relativas ao Pasep, no valor de R$ 6 milhões, Petrópolis foi incluída no Cauc, uma espécie de SPC, onde o governo federal inclui os devedores de impostos e contribuições. Por estar com o nome sujo, o município não pode se beneficiar de verbas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
