Petrópolis, 19 de Abril de 2024.
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  Em 10 anos, 51 mil veículos a mais nas ruas

Data: 29/12/2011

 

A perspectiva para o futuro na cidade não é das melhores: em 2030 mais de 200 mil veículos devem estar nas ruas.

As constantes reclamações dos motoristas de Petrópolis sobre os engarrafamentos e falta de vagas de estacionamento no centro da cidade têm uma explicação matemática. Nos últimos dez anos, o número de veículos em circulação na cidade aumentou mais de 65%: saltou de 78.741 em janeiro de 2001 para 130.023 em novembro de 2011. Ou seja: mais 51.282 veículos passaram a transitar pela cidade. Se o presente é preocupante, a perspectiva para o futuro é sombria: a cidade pode chegar a 2030 com cerca de 200 mil veículos em suas ruas.
Os números, que constam de levantamento do Detran, mostram também a aceleração do crescimento da frota: em 2001, foram emplacados 4.373 veículos novos; este ano, computados os dados até novembro, 6.487 carros novos foram registrados. 
O número de 130.023 da frota inclui todos os tipos de veículos automotores como automóveis, motocicletas, motonetas, ciclomotores, ônibus, microônibus, caminhonetes, caminhões, tratores, reboques e utilitários.
De acordo com o presidente da Companhia Petropolitana de Trânsito e Transportes (CPTrans), Roberto Naval, as mudanças que estão feitas no trânsito visam preparar a cidade para receber essa grande quantidade de novos veículos nos próximos anos. “Acredito que estamos trabalhando para facilitar a fluidez no trânsito. Mudanças significativas não foram feitas na cidade nos anos anteriores e esse problema acabou se tornando cumulativo. Os gestores têm que ter muita criatividade e planejamento para preparar uma cidade para um número tão grande de veículos”, afirmou Naval.
Naval acredita ainda que toda mudança deve estar calcada em estudos. “Todo o trabalho feito no trânsito está baseada em estudos de especialistas. Nada é realizado da noite para o dia. Temos o objetivo de melhorar o trânsito e estamos focados nisso. Este número de 130.023 veículos é grande e temos que arrumar espaço para todos, e com a colaboração da população alcançaremos isso”, disse.
O presidente da companhia acredita ainda que se as pessoas pensassem mais no coletivo muitos problemas seriam resolvidos. “Trabalhamos para organizar o trânsito da melhor forma, mas algumas atitudes nos desanimam”, desabafou Naval, se referindo à intimação que foi entregue nesta semana à companhia desautorizando a proibição do estacionamento ao longo da Rua Chile. A mudança foi colocada em prática no início do mês de dezembro e, desde então, os empresários da localidade afirmam que estão sofrendo com a queda no movimento. Naval afirma que a companhia vai recorrer da decisão.

Número de veículos dobra, mas o de ruas não

Membro do Conselho Municipal de Transportes (Comutran) e presidente da Ação Fluminense de Preservação Ferroviária (AFPF), o ex-gerente do Departamento de Logística e Transportes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Antônio Pastori, faz três sugestões para enfrentar os efeitos do rápido aumento da frota de veículos em Petrópolis.
“Creio que, infelizmente, essa situação só vai ficar pior. O número de veículos dobra, mas não é possível fazer o mesmo com a quantidade de ruas. Para isso, existem três coisas que podem ser feitas nos próximos anos e que ajudariam a solucionar este problema. Tem que planejar desde já. A primeira é descentralizar. É fazer com que as pessoas se desloquem menos. Atualmente, todos têm que vir para o Centro, então é preciso incentivar cada bairro para que seja autossuficiente e tenha opções de comércio e de serviços. Assim, diminui o tráfego na parte central da cidade”, diz.
E Pastori continua: “O segundo ponto é racionalizar o transporte coletivo. A maioria das pessoas anda de carro, pois a qualidade do transporte é ruim. Um sistema mais eficiente, com melhorias das linhas e horários de ônibus, já ajudaria bastante. Uma medida pontual e simples seria proibir que os ônibus parassem no Centro, fazendo com que todas as linhas que passam pelo local sejam circulares. E já vimos que a faixa seletiva torna mais rápido o transporte coletivo, mas a sua implantação foi fruto de três meses de discussão nas reuniões do Comutran”, explicou ele.
“Por último, sugiro a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos, o VLT. Isso modificaria o fluxo de veículos. Petrópolis já teve bonde e funcionou muito bem. O VLT já existe em muitas cidades europeias e chegará ao Rio de Janeiro nos próximos anos. No Rio, serão seis linhas no centro da cidade, que provocarão uma melhora significativa no trânsito da região. O VLT na cidade começaria na antiga Fábrica da Dona Isabel, onde também desembarcaria o trem vindo da Serra Velha”, concluiu Antônio Pastori.

Fonte: Tribuna de Petrópolis.




 

 

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