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  O novo mundo solidário é possível

Data: 14/02/2009

Em tempos de fóruns globais a atualidade do pensamento de Dom Hélder Câmara chega a ser estonteante. Se vivo fosse Dom Hélder (1.909-1999) faria cem anos em fevereiro. Em uma revisão extremamente sumária de sua biografia, cabe destacar que representa o que São Paulo, teólogo dos carismas, afirma na Primeira Carta aos Corintios: na Igreja, há diversidade dos carismas. De Dom Hélder, podemos dizer que recebeu a graça de ter todos os carismas.

 

Para falar na língua dos homens, a contribuição que deixou para a criação de um mundo pautado por uma ordem social mais justa e por uma cidadania plena é uma referência para a humanidade.

 

Nascido em Fortaleza, Ceará, foi ordenado padre aos 22 anos. Transferido em 1.936 para o Rio de Janeiro, adotou como desafio antecipar soluções pastorais em prol dos que vivem na pobreza e na indigência. Em 1.952, criou a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que expressa a possibilidade de mudança na ação do episcopado, "mudança possível no momento em que valores genuínos do pensamento cristão foram repensados para a promoção da solidariedade e ampliação da cidadania". Foi sagrado bispo auxiliar do rio de Janeiro. No Concílio Vaticano II, o grande articulador em prol da renovação da Igreja. Depois de 1.964, e após 28 anos de ação no rio de Janeiro, foi transferido para olinda/Recife. Indicado para o Prêmio Nobel da Paz. Recebeu título de Doutor Honoris Causa de mais de 30 universidades.

 

Dom Hélder tinha uma preocupação maior com os pobres. Este é o ponto para o qual eu quero chamar a atenção! Acreditava na importância da militância dos pequenos grupos, da militância dos leigos, e em seu papel de transformação da realidade excludente e geradora de desigualdades. É o tal círculo virtuoso: ele despertava pessoas com capacidade e recursos para contribuir de maneira mais ativa com os mais pobres, para que os pobres tivessem igualmente a oportunidade de despertar e melhorar suas condições de vida, como protagonistas de um novo destino. E todos se transformavam em pessoas melhores!

 

Fonte: O Globo - 4 de fevereiro de 2009

Autora: Marina Araújo




 

 

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