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  Moradores do Vale do Cuiabá recebem carnê do IPTU

Data: 17/01/2012

 

A casa de Aralto Jacinto foi levada pela chuva há um ano. / Leonni Pissurno

A casa de Aralto Jacinto Carneiro não existe mais – foi levada pela enxurrada do ano passado, assim como mais de 15 outros imóveis que faziam parte da cooperativa com mais de 20 casas no ponto final do Vale do Cuiabá –, a definição quanto à indenização pelo imóvel e sobre o destino da família também não existe, mas o carnê para o pagamento de IPTU, no valor de R$ 1.400, chegou no fim do mês de dezembro. O relato dele é o mesmo que o de todos os demais moradores, que vêm recebendo os carnês de imóveis que não existem mais ou que foram condenados pela Defesa Civil e pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
“Estão me cobrando IPTU de uma casa que não existe mais há um ano. A casa dos meus pais, onde eles morreram abraçados naquela madrugada, também foi destruída e o IPTU também chegou. Como é que pode uma coisa dessas?”, indaga o morador, que como antigos vizinhos tem dúvidas se deve ou não pagar o imposto. “Até agora não definiram nada sobre a indenização da minha casa, será que eu preciso pagar os impostos pra comprovar que ela existia?”, questionou.
Na mesma situação está o comerciante Fábio Leite, que recebeu carnês para pagamento de IPTU de uma casa condenada pelo Inea (IPTU - R$ 258) e de um imóvel já demolido pela Prefeitura (R$ 762). “Além da limpeza da rua, nada mais foi feito aqui no Cuiabá, mas o carnê do IPTU chegou na data certinha. O Inea diz que minha casa está na área de exclusão, mas a Prefeitura me manda um imposto pra pagar. Isso é um absurdo. Um ano depois, nós continuamos na mesma situação, com as mesmas incertezas”, critica.
Sem ter sofrido danos estruturais, a casa de Danielle Moreira, que foi invadida pela água há um ano, é outro imóvel que está na área de exclusão mapeada pelo Inea. Ela também teve o IPTU regularmente entregue. “Aqui em casa, como no meu pai e no meu irmão, os carnês de IPTU já chegaram. Inclusive, não sei por que, mandaram dois, um predial e outro territorial, sendo que há 2 anos já pagamos o territorial e com os valores altos como sempre. Nossa casa está na zona de exclusão proposta pelo Inea. Meu pai foi ao escritório do governo do estado no Shopping 2000 e eles falaram que não têm nada com isso e mandaram procurar a Prefeitura. E assim se passou um ano, e acredito que 2,3,4.... passarão e nós iremos continuar estagnados na mesma situação, cada um vivendo a sua vidinha”, desabafa a moradora.
Ela conta que a família chegou a pedir a isenção do imposto no ano passado e não entende porque a família recebeu outros carnês neste ano. “Nós pedimos a isenção, mas ligaram aqui pra casa cobrando o pagamento de 2008, que foi quando o ex-prefeito  Rubens  Bomtempo deu também a isenção devido à enchente daquele ano. Falei isso com eles e  agora querem o protocolo da entrada de 2008... mas como, se a chuva levou tudo???”, indaga.
Em relação à chegada dos carnês de IPTU, a Prefeitura informou que o decreto para isenção de IPTU para moradores de áreas atingidas, publicado no ano passado, será prorrogado.  Os moradores interessados em conseguir a isenção do imposto devem procurar a Secretaria de Fazenda, na Rua 16 de Março - Centro, ou se dirigir à sede da subprefeitura, em Itaipava, onde deverão apresentar o laudo de interdição do imóvel expedido pela Defesa Civil, cadastro de danos emitido pela Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania (Setrac) e o número do  carnê de IPTU.  Ainda segundo a assessoria da Prefeitura, os moradores também estarão livres do pagamento de qualquer taxa referente ao pedido de isenção.

Fonte: Tribuna de Petrópolis.




 

 

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