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  Já são quatro dias sem água no Pedras Brancas

Data: 05/01/2012

Moradores da região reclamam: conta chega no dia certo, mas água não. / Alexandre Carius

O ano mal começou e os moradores da Rua Matias Hillen já têm motivos de sobra para reclamar: há quatro dias, a localidade sofre com a falta de água. De acordo com os residentes, vários protocolos de atendimento foram feitos, mas, até o começo da tarde de ontem, a água não tinha sido restabelecida.
“Moro aqui há 40 anos e nunca vi um descaso tão grande. Nessa rua moram muitas crianças e idosos que estão sem água até para escovar dente. Já cansamos de ligar para a Águas do Imperador e eles dizem que estão enviando uma equipe, mas, até agora, nada”, afirmou Paulo Roberto de Castro.
Segundo os moradores, o problema é recorrente. “Há uns dois anos, a Águas do Imperador tomou conta do nosso poço artesiano, que os moradores mesmo construíram, e a água passou a ser dividida com os moradores de um condomínio. Como a quantidade de água é pequena perto do número de casas que são abastecidas, nós, os moradores da parte pobre do bairro, é quem ficamos sem água”, contou Maria Helena Hillen.
A falta d’água está comprometendo o saneamento básico dos residentes. “Meu neto de oito meses está doente, com febre, e tenho que dar banho de álcool nele porque não tenho água na torneira. É muito triste ter que ficar com a casa fedendo porque não temos como lavar louça ou limpar banheiro. O descaso é muito grande”, afirmou Maria das Graças Hillen, que mora no bairro há 28 anos.
Para quem mora na parte de cima da localidade, o problema é ainda maior. “Quando a água é religada, demora mais uns dois dias para chegar nas casas mais altas. Estou saindo mais cedo para tomar banho no emprego, isso é vergonhoso. Pago minhas contas em dia e tenho que passar por essa situação logo no início do ano. É triste”, desabafou Ana Lúcia Gonçalves.
Os moradores afirmam ainda que quando a Águas do Imperador faz a religação da água a pressão dentro dos encanamentos é tão grande que estoura as bombas e destroi azulejos. “A pressão que vem do encanamento é pouca e não consegue abastecer as casas, mas, quando a água acaba de vez e a concessionária faz a religação, a pressão com que água chega é tão grande que acaba destruindo tudo. Isso sempre acontece: demora dias para voltar e quando volta a água sai levando o que tiver pela frente”, apontou o comerciante Paulo Silva, morador há 50 anos da rua, acrescentando que os residentes da localidade devem procurar uma ajuda jurídica. “Vamos pedir uma indenização na Justiça. Não podemos continuar vivendo sem água”’, disse.
Como nos arredores da comunidade não existe minas d’água, eles dependem da Águas do Imperador para encher as caixas d’água. “Não tem nem como carregar água, só se comprarmos galões no centro da cidade. Como as pessoas podem viver assim? A conta chega no dia certinho, mas a água falta todo mês”, reclamou Joana D’arc do Nascimento.
Os moradores dizem ainda que até quando existem vazamentos na tubulação a concessionária demora para fazer o reparo. “Há duas semanas, um vazamento de água em frente à minha casa rompeu parte da calçada e estava chegando com uma forte pressão na casa do vizinho. Liguei insistentemente para a Águas do Imperador e eles só vieram quando o cano arrebentou de madrugada e quase destruiu a rua. Só quando eu avisei que o estrago era imenso que eles mandaram em 10 minutos a equipe”, disse Solange de Souza Silva.
A concessionária Águas do Imperador informou que, em função do temporal, a barragem de Vargem Grande, no manancial que abastece a Estação de Tratamento de Água da Mosela, ficou obstruída, provocando a interrupção no abastecimento.  O fornecimento de água seria normalizado ainda ontem, segundo a empresa.

Fonte: Tribuna de Petrópolis.




 

 

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