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  Transporte público no seu dia D

Data: 23/09/2010

Transporte público no seu dia D

 

            Como noticiou a nossa valorosa Tribuna de Petrópolis, na edição da última quarta-feira, o prefeito Paulo mustrangi deverá  nos próximos dias anunciar a decisão sobre as empresas de ônibus sob intervenção e, o principal, assim esperamos, uma nova política para os transportes públicos de passageiros em nossa cidade.

            Não custa lembrar que a última mudança significativa feita no sistema, data dos anos 90, quando o prefeito era Paulo Gratacós. De lá até hoje, tudo que aconteceu foi, à semelhança dos prefeitos, nada ou quase nada.
Aliás, o nosso prefeito Paulo Mustrangi e muitos dos atuais vereadores também conhecem a fundo o que foi praticado no sistema nos últimos anos, assim como outros, que mesmo sem mandato hoje, conhecem também, afinal, o passado recente não pode ser esquecido tão facilmente.

            Temos que admitir que o prefeito Paulo Mustrangi não tinha outra opção se não a da intervenção, em três empresas que apresentavam o pior serviço, mas se a intervenção tivesse alcançado todo o sistema, o resultado que hoje tem em mãos seria o mesmo do que ver apenas sobre as empresas Autobus, Petrópolis e Esperança.

            É criminoso e alguns já sabiam há muito tempo, o que vem acontecendo no sistema público de transportes de passageiros. Os diretores das empresas atingidas erraram ao se submeterem sempre às determinações dos prefeitos da época, se acovardando e aceitando tudo, como se nos próximos governos, a coisa pudesse mudar para melhor.

            Passamos os últimos 15 anos intimamente ligados ao sistema e tentamos com a nossa profissão mostrar, sempre que possível, o que acontecia no sistema, mas empresários de ônibus e poder público sempre acharam uma brecha para driblar os problemas discutidos, que ficavam sem solução.

            Com os dados colhidos pelos interventores e com análise contábil, por auditoria independente e séria, o prefeito Paulo Mustrangi poderá decidir em melhores condições e talvez promova mudanças importantes nos transportes. É preciso cobrar das empresas tudo que a lei determina, mas sempre oferecendo às empresas condições de sobrevivência e de prestar um bom serviço aos passageiros.

            O prefeito Paulo Mustrangi pode entrar na história política de nossa cidade, como aquele que, de mãos limpas, interveio no sistema, auditou e mostrou à sociedade as mazelas existentes, e pode, do alto do cargo que ocupa tomar medidas que permitam mudar o quadro caótico existente no setor de transportes.

            As empresas chegaram ao estado lastimável em que se encontram, por participarem de um conluio ineficiente e improdutivo com o poder público. Relação improdutiva e cara, porque o governo municipal recolhe em impostos 10% do que os passageiros deixam nas roletas, sem oferecer a contrapartida do trânsito desimpedido, das ruas bem calçadas, do fim dos quebra-molas e de tantos outros problemas que tornam lentas e desconfortáveis as viagens de ônibus. Essa voracidade fiscal compromete o equilíbrio econômico-financeiro na prestação do serviço, que é estabelecido na Constituição.

            Além disso, é preciso dar equilíbrio à ação do governo, que hoje gasta muito mais para dar conforto a automóveis do que para resolver os problemas de circulação de coletivos, que transportam perto de 70% da população, segundo dados oficiais. O que se gasta para dar conforto a automóveis

Ônibus limpos, confortáveis, seguros, que cumpram os horários são o mínimo que o cidadão petropolitano deve merecer.

 

 

Fonte: Tribuna de Petrópolis, 23 de Setembro de 2010.

 




 

 

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