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  Caos na saúde

Data: 14/08/2009

Caos na saúde

 

 

            Durante mais de seis meses, evitamos falar da saúde, do caos em que a mesma se encontra no nosso Município, em virtude da herança maldita oriunda do governo anterior.

            Porém, com a epidemia mundial da gripe suína, ficou evidente o despreparo da Secretaria de Saúde de Petrópolis para atuar em situações de emergência.

            Algumas perguntas devem ser respondidas pelos nossos governantes. Será que é tão difícil ser secretário de Saúde, para que o titular possa responder por duas pastas importantes ao mesmo tempo, como no caso a Secretaria de Trabalho, Renda e Assistência Social e a de Saúde. Será que a secretária de Saúde tem tempo para esse trabalho hercúleo?

            Como pode uma secretária colocar anúncio nos jornais, que não são lidos pela grande parte da nossa população, que não tem dinheiro para compra-los, e não tem hábito de leitura, dizendo que temos pediatras só em alguns postos? Como pode achar normal que um morador do Meio da Serra tenha que se deslocar do Alcides Carneiro para atendimento de pediatria? Ou um da Posse tenha de vir ao Alto da Serra para ser atendido?

            Será que eles não sabem que não vão arranjar pediatras com o salário ridículo que é oferecido?? Será que desconhecem que no capitalismo ainda não foi revogada a lei da oferta e da procura?

            Será que não sabem que terão que pagar mai8s aos médicos  do que pagam aos outros profissionais de saúde, que embora também merecedores de melhores salários, ainda são encontrados pelos salários oferecidos?

            Será que ainda não viram que o contrato do SEHAC, tem de ser modificado imediatamente por ser altamente lesivo ao município? É claro que a atual secretária não tem conhecimento médico nenhum, afinal não é profissional de nível superior da área, nem tem cultura administrativa necessária para enfrentar a grave situação.

            Sabemos que apesar de ser corajosa, honesta e imbuída de boas intenções, falta-lhe muito conhecimento, falta de vontade de enfrentar o problema do SEHAC. A atual secretária foi secretária do governo anterior, causador do caos da saúde. Participou favoravelmente da entrega de Hospital Alcides Carneiro, para A Faculdade de Medicina sem qualquer contrapartida. Existe a necessidade do pagamento ao Município pela utilização do hospital, ou então que passemos todo o hospital para a Faculdade e que a mesma seja responsável pela sua manutenção, desonerando os cofres públicos.

            Os profissionais de saúde, especialmente os médicos, estão desmotivados, não são valorizados, as ascensões  para o nível sênior, pleno, não são feitas pela Fundação de Saúde, há oito anos, salários ridículos, ganham menos de dois salários mínimos, abonos que não são incorporados, que não serão levados para a aposentadoria, plantões com atendimento de mais de 80 pacientes, muitos revoltados, que jogam nos médicos a culpa da demora, da falta de remédios, impedindo até que o profissional possa almoçar.

            Tudo isso levando até o abandono de plantões pelos profissionais desesperados pela situação de trabalharem sozinhos, em lugares que deveriam ter pelo menos mais três colegas, produzindo mau atendimento, e doenças nos próprios médicos.

            Para quem não sabe, hoje existe um número crescente de jovens profissionais, desiludidos com a medicina, necessitando de tratamento psicológico, alguns poucos até enveredando pelo caminho das drogas, motivados pelas condições de stress no trabalho.

            Assim sendo, o Sindicato dos Médicos, apresentará ao Ministério Público, ao Conselho de Medicina e às entidades constituídas, um relatório da situação, para que os mesmos possam ajuizar ações, em defesa da população.

            Em seis meses dois diretores do Sehac pediram demissão. Perguntem aos mesmos os motivos. Está passando da hora mais do que da hora de o prefeito exigir a nomeação de um diretor de Petrópolis, da sua confiança, acabando com o reinado de uma de uma entidade particular altamente lucrativa, sobre um bem público, de todos nós. Em dezembro poderemos ter epidemia de dengue no Rio de Janeiro. Apesar de estarmos protegidos, devido nossa situação geográfica melhor, temos de estar preparados. Com o dinheiro que gastamos com o HAC, poderíamos com o Santa Teresa e a Casa da Providência, acabar com todas as filas de ortopedia, falta de vagas com atendimento de ponta a todos. Governar é abrir estradas, trabalhar em conjunto, procurar os melhores, que devem participar., mesmo abrindo mão de maiores remunerações no setor privado. Ainda existe tempo. Chega de tampar buracos com terra. A saúde precisa de um secretário em tempo integral, que seja da área, que tenha um grande conhecimento.

 

 

Fonte: Tribuna de Petrópolis, 9 de agosto de 2009.




 

 

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