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  Soluções tecnológicas para o trânsito caótico

Data: 07/07/2019

 

Soluções tecnológicas para o trânsito caótico

Janaina do Carmo - Redação Tribuna de Petrópolis, 07/07/2019


Plataformas podem ser alternativas sustentáveis para cidades de pequeno e médio porte

Fiéis aliadas à mobilidade urbana, as tecnologias de informação e comunicação otimizam o deslocamento, aumentam a fluidez do trânsito e diminuem a poluição nas cidades. Quanto mais se fala em conectividade, acessibilidade e cidades inteligentes, mas se exploram as inovações tecnológicas. Para especialistas, o uso dessas plataformas e ferramentas são alternativas sustentáveis principalmente para os municípios de pequeno e médio porte e que estão com o trânsito saturado.

Entre 2001 e 2018, a população de Petrópolis cresceu 6,39%, passando de 287.318 para 305.687, de acordo com dados do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). Já a taxa de crescimento de veículos aumentou 108% no mesmo período, indo de 56.091 para 116.725, ou seja, é um veículo para cada 1,889 habitantes. Em junho deste ano, conforme levantamento do Detran, este número está ainda maior uma vez que a quantidade de carros e motocicletas emplacadas ultrapassa os 142 mil.

“Mudar essa matriz de mobilidade não é tarefa simples. Requer estudo, vontade política e investimentos. Mas, o que sabemos e temos consciência é que do jeito que estão será insustentável”, ressaltou o diretor sócio da empresa de tecnologia VM9, Marcos Marconi. A empresa é criadora de uma plataforma digital - we4city - de soluções tecnológicas para Cidades Inteligentes, baseada em padrões abertos e inteligência artificial, que fornece suporte integrado a Internet das Coisas (IoT), Câmeras de Tempo Real, Sistemas de Informações Geográficas, Assistentes Virtuais, Big Data e Dados Abertos, entre outros.

Entre as soluções citadas pelo empresário para cidades como Petrópolis que tem uma malha viária saturada sem possibilidade de expansão, aumento da frota e crescimento populacional seria a tecnologia da Onda Verde. Já utilizada em algumas cidades do Brasil, o sistema é bem simples: sensores nas vias e a utilização de semáforos inteligentes.

“Eles trabalham de forma sincronizada: o sensor transmite a informação para o Centro de Controle Operacional que repassa para os semáforos que ficam mais tempo na cor verde, conforme a quantidade de veículos que passam. Essa alternativa melhora a fluidez do trânsito”, explicou Marcos.

O empresário também defende como alternativa a criação de pedágios urbanos para reduzir a quantidade de carros nos centros e com isso incentivar outros modais como a utilização de bicicletas, patinetes elétricos, scutters compartilhadas, entre outros. “Em centros urbanos que não possuem condições de ampliação de vias ou desenvolvimento de meios alternativos de transporte, as soluções acabam sendo restritivas e polêmicas, mas que trazem resultados. A política de onda verde (infraestrutura) associada à tarifação por congestionamento (restrição) são alternativas interessantes. Pois de um lado, o governo aplica tecnologia para melhorar a fluidez e de outro cobra para adequar a capacidade de vias ao volume de tráfego. Os investimentos em tecnologia e infraestrutura devem ser realizados em conjunto para que os resultados possam ser efetivos”, enfatizou o empresário.


Mobilidade urbana também é discutida pelo IPGpar

Soluções tecnológicas, sustentáveis e viáveis para o trânsito também foram discutidas esta semana pelo Grupo de Trabalho de Urbanismo e Infraestrutura Instituto Pró-Gestão Participativa (IPGPar). O grupo está elaborando um Plano Estratégico para o município para os próximos 20 anos. O documento, que engloba temas de infraestrutura, educação, saúde, administração pública, cidadania, meio ambiente e cultura, será entregue aos candidatos que vão disputar as eleições em 2020.

“Uma das ameaças diagnosticadas na reunião é o risco de, com o crescimento do número de atrativos turísticos e de grandes eventos como a Bauernfest, ocorrer uma saturação da capacidade de receber turistas e visitantes, o que na linguagem turística significa exceder a capacidade de carga turística. Diante dessa ameaça é imprescindível que ocorram investimentos na acessibilidade, como a retomada da obra da nova subida da serra, investimentos na Mobilidade Urbana no primeiro distrito e no próprio centro histórico como o rearranjo do trânsito, eliminação de estacionamentos ao longo das ruas e criação de estacionamentos periféricos que ampliem o número de vagas. Consequentemente, espaços seriam liberados para a ampliação de calçadas e implantação de uma ciclovia no centro histórico, conectada aos estacionamentos. O centro de Petrópolis seria transformado em um modelo de lugar para as pessoas e não para os carros”, ressaltou o vice-presidente do IPGpar, o engenheiro Luís Carlos Dias de Oliveira.

Durante o encontro também foi citado um projeto de implantação de um anel viário no entorno do centro histórico.

“É um conjunto de mudanças e/ou alternativas viárias, e de conscientização que permitam a quem não tem origem e destino no centro, contornar esta parte da cidade e seguir para os bairros ou demais distritos sem obrigatoriamente ter que passar pela Rua do Imperador e adjacências”, comentou o vice-presidente.




 

 

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