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  Caminhos do Brejal: roteiro turístico comprometido pela falta de manutenção

Data: 01/09/2019

 

Caminhos do Brejal: roteiro turístico comprometido pela falta de manutenção

Tribuna de Petrópolis

 

Há mais de 50 anos na região, o produtor Augusto Katsumoto disse nunca ter visto as estradas em um estado tão precário como estão agora.

“Em dias de chuva, nós vamos para a Posse e ficamos pensando: será que vamos conseguir voltar para casa hoje?”, contou. Seu sítio, que é o principal produtor de mudas da região, fica na Estrada Pilatos e faz parte do Circuito Eco Rural.

No começo do ano, um de seus caminhões ficou atolado após uns dias de chuva. Só assim, depois de muito apelo, a estrada recebeu manutenção no trecho, explicou o produtor. Amortecedores e suspensão dos veículos são revisados com mais frequência do que o comum, porque constantemente quebram. E os veículos de passeio dos visitantes que participam do circuito também são prejudicados. Estrada do Xingú, Contrões, Cachoeirinha e Albertos, são mais algumas das vias que estão em estado crítico.

“A dificuldade de deslocamento dos automóveis dificulta e prejudica toda a logística do passeio. A manutenção das estradas é uma ação de extrema necessidade, uma vez que traz conforto aos nossos turistas e principalmente comodidade aos nossos agricultores que precisam escoar a produção”, frisa o presidente do circuito de Turismo Rural, Leonardo Fragoso.

 

 

Produtores fazem uma carta aberta cobrando soluções à Prefeitura

O Comitê das Estradas do Brejal, a Associação dos Produtores Rurais do Brejal e a Associação Socioeducativa e de Turismo Eco Rural do Circuito Caminhos do Brejal fizeram uma carta aberta ao Prefeito Bernardo Rossi cobrando melhorias nas vias vicinais da região. Os grupos apontam: o quadro de pessoal insuficiente, o maquinário quebrado, e a falta de planejamento para a manutenção regular, na Regional da Posse.

O vereador Ronaldo Ramos vem há mais de um ano cobrando da Prefeitura, a manutenção viária na região. Ele disse que conseguiu intermediar com mineradoras um material para a manutenção das vias, a custo praticamente zero. A escória de minério é um material que visualmente é parecido com pó de pedra e que atenderia a demanda da região. Segundo o vereador, o material que viria de mineradoras como CSN Mineração, Mineração Usiminas e Gerdau, daria mais durabilidade à pavimentação nas vias. Para que o material seja trazido para o município, a Prefeitura precisa disponibilizar o transporte, e para isso, necessita de uma licitação para a contratação do frete.

“Já fizemos reuniões com a Prefeitura e a Secretaria de Obras. Apresentei amostra do material, e a Prefeitura disse que iriam até a empresa, mas não saiu das intenções. O material é aprovado pelo Inea e seria uma manutenção a um custo mínimo para a Prefeitura. Estamos desde abril com essa proposta e até agora nada. A situação no Brejal está insustentável”, frisou o vereador.

A Prefeitura informou à reportagem que a proposta sobre a escória de minério para a manutenção de estradas vicinais será analisada pela Secretaria de Obras, que também avaliará a viabilidade do uso do material.

Sobre a manutenção viária, a Prefeitura confirmou que o trabalho de manutenção completa de ruas vicinais da Posse, incluindo o Brejal e o Taquaril, foi feita pela última vez em 2017. E disse que manutenção viária vem sendo feita desde este período em estradas vicinais. Neste ano, segundo a Prefeitura, foram atendidas pela Secretaria de Obras ruas de Itaipava, Pedro do Rio e Posse.

Sobre os equipamentos da equipe regional na Posse, a Prefeitura informou que uma pá mecânica está em funcionamento e outros veículos utilizados nos trabalhos de conservação no distrito estão recebendo manutenção, mas não informou qual é a previsão para quando será feito o conserto definitivo dos equipamentos.

 

A espera do poder público, moradores decidem fazer melhorias por conta própria

“Quando chovia, a gente não chegava em casa, era muita lama. Tínhamos que deixar o carro e andar 4 km a pé. Sempre esperando o asfalto que prometiam antes da eleição e depois não faziam nada”, lamenta o presidente da associação de moradores da Estrada do Taquaril, Sérgio Amaral.

Não muito diferente do que acontece na Estrada do Brejal, a manutenção regular também não chega na localidade. A estrada também é atendida pela Regional da Posse. Sem previsão para solução, os moradores se reuniram e fizeram um mutirão para a pavimentação do trecho. Com o valor arrecadado, a associação consertou uma Patrol, providenciou o pagamento de um operador e comprou material para concretar a via.

“Nunca fizeram nada por nós, nossa diretoria está há oito meses e já fizemos muita coisa. E vamos fazer mais dependendo da ajuda de todos os moradores”.

Desde o início de julho, os moradores se reúnem todos os sábados para trabalhar na estrada. O valor investido até agora foi de R$ 15 mil, e segundo o presidente da associação será necessário pelo menos R$ 25 mil para a segunda parte do trabalho. São pelo menos, 50 produtores que abastecem o Horto Mercado e o Ceasa no Rio de Janeiro.

 



Fotos:
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