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  LNCC: o pioneiro em conexão com a Internet

Data: 15/09/2019

 

Laboratório Nacional de Computação Científica teve a primeira conexão de internet

Hoje instalado em Petrópolis, o LNCC fez a primeira conexão, com universidades dos Estados Unidos, há 31 anos. Quem lembra da história é o professor e pesquisador Augusto César Gadeiro, que já trabalhava na instituição, que hoje dirige. 

LUANA MOTTA - Redação Tribuna de Petrópolis 


“Quando cheguei aqui, era tudo mato”, se antes queríamos dizer que um lugar que era pouco habitado tinha rapidamente se expandido em casas e prédios, hoje, principalmente para quem utiliza a internet desde sua popularização nos anos 90, usa para expressar o rápido avanço da rede e, especialmente, a enxurrada de conteúdo. Neste ano, completam-se 31 anos da chegada da internet no Brasil. Chegou aqui quando muita coisa ainda era mato, mas graças à persistência de pesquisadores se expandiu e popularizou.

Mas, essa chegada ainda guarda uma curiosidade: o primeiro local a fazer essa conexão com os Estados Unidos foi o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), que na época estava estabelecido no Rio de Janeiro. Quem conta essa história é o engenheiro de telecomunicações Augusto César Gadeiro, que é professor e diretor do LNCC.

As primeiras ligações foram feitas principalmente entre as Universidades de Stanford e Carolina do Norte, nos EUA. A rede era simples. Por meio de comandos, foi usada para a troca de mensagens entre os acadêmicos.

“Quando as ligações começaram a chegar na Europa, as universidades começaram a perceber a importância do Brasil também fazer essa conexão”, explica o professor.

A primeira conexão foi feita em 1988, mas a pressão da comunidade científica junto ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) começou um pouco antes em meados de 1986.

“Na época, tinha um monopólio na telecomunicação no Brasil. E a primeira batalha foi fazer com que a Telebras (Telecomunicações Brasileiras S/A) autorizasse que a conexão feita entre o LNCC e a Universidade de Stanford fosse distribuída para as universidades daqui”.

O primeiro protocolo criado para a conexão da internet era o Bitnet, o que exigia que cada conexão fosse feita por um CNPJ. Para ter uma ideia, o custo de uma conexão na época era em torno de US$ 12 mil, o que era inviável para as universidades. Nessa batalha, os pesquisadores conseguiram que além do Bitnet fosse implantado também o protocolo TCP/IP (que é o utilizado até hoje), sendo assim expandido para as universidades brasileiras.

Meses depois, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) conectou-se a uma universidade em Chicago, nos EUA. Expandindo a conexão para mais acadêmicos de todo o Brasil. Para o professor, a importância da participação do LNCC na chegada da internet no país se dá principalmente pela quebra de regras para que outras universidades também passassem a ter acesso à conexão.

Já no início dos anos 1990, com a criação do WWW (World Wide Web), empresários começaram a se interessar pela internet. E no governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso, houve uma pressão para que o serviço fosse expandido. A explosão foi rápida. Foi criado Comitê Gestor da Internet no Brasil que coordena e regulamenta as iniciativas de uso e funcionamento da internet no país.

Na época, o LNCC já era um centro de pesquisa e comunicação. O laboratório veio para Petrópolis em 1998. Hoje, é uma das instituições mais importantes do país. Líder na Computação Científica e Modelagem Computacional, atua no desenvolvimento da pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e como órgão governamental é provedor de infraestrutura computacional para a comunidade científica e tecnológica nacional.

Embora a internet tenha sido popularizada de tal forma que o que era mato se transformou em rede Wifi, o LNCC ainda tem uma forte participação. Principalmente no que diz respeito a apoio e parceria com instituições como o governo do estado, a Prefeitura de Petrópolis, Firjan e Sebrae ofertando instrumentos em Tecnologia da Informação.



Fotos:
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Professor e diretor do LNCC, Augusto César Gadeiro lembra das primeiras ligações com universidades americanas


 

 

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