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  BR-040 – O Impasse – parte III

Data: 08/04/2017

 

BR-040 – O Impasse – parte III

Fernando Varella
Economista e Vice-Presidente da NovAmosanta

Publicado na Tribuna de Petrópolis em 01/04/2017

 

Nas duas primeiras partes deste artigo, comentamos a importância da BR-040, uma rodovia estratégica para  a região Sudeste e para Petrópolis, pelo seu impacto na vida econômica e social do município. Também, registramos o fato de que as obras da nova subida da Serra terem ficado por último no cronograma de investimentos da Concer e, mesmo assim, estão paralisadas há mais de um ano, juntamente com más condições de conservação das duas pistas da Serra.

Essa situação é responsável por graves prejuízos para Petrópolis, impactando a atividade turística, o comércio e a indústria e, ainda, o movimento das pessoas que tem residência de lazer em Itaipava e na região dos Distritos. Por isso, identificamos uma sequência de injustiças, derivadas desses fatos, para com o nosso município. Primeiro, porque os moradores de Duque de Caxias não pagam pedágio. Se pagassem, mesmo em valores menores, a receita do pedágio aumentaria e a tarifa poderia ser menor. Outra injustiça é o fato de que a Prefeitura caxiense recebe parte da cobrança do ISS sobre o pedágio, embora seus moradores não contribuam para essa receita. Essa situação indica, claramente, a força da Prefeitura de Caxias e da representação política daquele município, na defesa dos interesses da população local.

Acresce, ainda, que os problemas com os trechos da Serra de Petrópolis e a não conclusão das obras da nova subida causam problemas, também, para o transporte de cargas e passageiros. Por outro lado, a deterioração das obras já realizadas, expostas ao tempo, vai determinar custos adicionais na conclusão das mesmas obras.

Por outro lado, temos de registrar o desinteresse da administração municipal de Petrópolis, até recentemente, nos assuntos que envolvem a BR-040, diferentemente do que acontece com a Prefeitura e os políticos de Caxias. Um bom exemplo é a participação da Prefeitura de Petrópolis nas reuniões do GPT – Grupo Paritário de Trabalho, convocado pela ANTT, para avaliação permanente da qualidade da concessão e o desempenho da concessionária da BR-040.  Nos últimos 30 meses de reuniões, de 2014 a 2016, foram raras as presenças, embora sempre convidados, de representantes da administração municipal de Petrópolis para discutir os assuntos ligados à rodovia, bem como os problemas atinentes à construção da nova subida da Serra, à manutenção das duas pistas da Serra e a criação de uma estrada-parque na atual subida da Serra, depois de concluída a nova subida, como se a BR-040 não fosse importante para o município.

Do mesmo modo, assuntos como o elevado valor do pedágio cobrado, especialmente, o aumento em função das obras de mudança de local da praça de pedágio na Baixada e, até mesmo, a paralisação das obras da nova subida da Serra, jamais receberam críticas e/ou maior atenção por parte da Prefeitura de Petrópolis, isto nos últimos anos. É certo que a nova administração municipal, liderada pelo prefeito Bernardo Rossi, tem demostrado preocupação com a situação da BR-040, tendo, inclusive, priorizado a implantação imediata da ligação Bingen-Quitandinha, obra importante para desafogar o sistema viário da área central da cidade, pela ligação direta de duas regiões importantes do 1º. Distrito. Esse trecho, pelo cronograma das obras da nova subida da Serra, só seria implantado após a conclusão da nova subida.

Contudo, tão importante quanto a ligação Bingen-Quitandinha, serão as consequências da mudança da principal entrada da cidade, deixando de ser via Quitandinha, para ser a região da Duarte Silveira/Bingen. O sistema viário desses últimos bairros não está preparado para receber um forte fluxo adicional de tráfego. Quando da elaboração dos estudos e projetos da nova subida da Serra, por parte da Concer e da ANTT, a Prefeitura de Petrópolis não foi ouvida, nem teve qualquer participação nesses trabalhos, sem que houvesse qualquer maior empenho nessa tarefa por parte do Prefeito. Em função disso, a administração municipal não teve oportunidade de sugerir opções, bem como obter recursos do Ministério dos Transportes para poder adequar o sistema viário naquela região, às mudanças na entrada e na saída do município, determinadas pela nova subida da Serra.

Em função dessa gama de problemas, atualmente, o pior dos mundos para Petrópolis é a paralisação das obras da nova subida, bem como o mal estado de conservação das duas pistas da Serra.




 

 

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