Thaciana Ferrante - Depois de sete dias corridos de paralisação, os trabalhos nos canteiros de obra da nova subida da serra voltaram ao normal. A decisão foi tomada na manhã da última quinta-feira após um entendimento entre as partes. Os operários concordaram com o reajuste salarial retroativo a 1º de fevereiro de 8,5% agora e mais 1,5% em julho, completando os 10% pleiteados pelos funcionários. O vale-alimentação também terá aumento de 10%, passando dos atuais R$ 300 para R$ 330. Os dias de greve também serão abonados.
O acordo foi consolidado em assembleia na última quinta-feira, quando foi apresentada a nova proposta do consórcio. Ainda no mesmo dia os funcionários retornaram aos trabalhos por volta das 9h. No dia 18 de maio um novo encontro já está agendado com o consórcio para discutir algumas questões que ficaram pendentes. Entre elas estão a liberação da folga de campo de sete dias a cada 60 dias trabalhados para os funcionários que vieram de outros estados; isenção do desconto de consultas feitas pelos titulares do plano de saúde; e a perícia nos locais de obra com indicação do profissional feita pelo Siticomm, sindicato da categoria.
“Apresentamos aos 900 operários a proposta feita pelo consórcio na reunião que foi intermediada pela concessionária, e a maioria decidiu aceitar”, disse o diretor do Siticomm, José Ailton. As obras de construção da nova subida da serra começaram em maio de 2013 e a conclusão está prevista para meados de 2016.
De acordo com o presidente do Siticomm, o acordo é positivo para a categoria, mas os assuntos pendentes a serem discutidos não podem ser deixados de lado. “É uma questão de direito desses operários e também de segurança, mas estaremos atentos a esses problemas até conseguirmos saná-los”, afirmou.
Entenda o caso
A greve começou no último dia 27 de abril após a classe rejeitar o reajuste de 7,13% oferecido pelo patronal. As negociações começaram em dezembro e foram retomadas em janeiro. Desde então, segundo o presidente do Siticomm, o consórcio manteve a proposta do patronal, que foi rejeitada pelos trabalhadores que começaram a negociação pedindo 21% até chegarem a 10%, além de aumento de R$ 100 no vale-alimentação, que é de R$ 300, e acabou sendo reajustado para R$ 330.
A última paralisação da categoria aconteceu em julho do ano passado, quando os trabalhadores ficaram 18 dias em greve por causa da negociação do valor do plano de saúde extensivo aos dependentes.
Gabriela Haubrich gabriela.Haubrich@diariodepetropolis.com.br
Fim da greve na BR-040
Consórcio sobe proposta de reajuste e os 900 operários já retornaram ao trabalho
Chegou ao fim a greve dos operários das obras da Nova Subida da Serra (NSS), na BR-040. Eles aceitaram a proposta de reajuste feita pelo consórcio no fim da tarde de quarta-feira (7) e retornaram ao trabalho ainda ontem, logo após a assembleia realizada pela manhã. O patronal ofereceu aumento gradual e em duas modalidades: 8,5% para os que recebem até R$ 2 mil e 7,7% quando o rendimento ultrapassar esse valor - ambos retroativos desde fevereiro, mais 1,5% a partir de julho. Já o vale alimentação passa de R$ 300 para R$ 330, alta de 10%.
A decisão foi tomada no 11º dia de paralisação total, durante audiência para discussão dos índices propostos. Os termos do acordo foram revelados no fim da tarde pelo Grupo Triunfo, responsável pelo consórcio.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Duque de Caxias e região (Siticommm), Josimar Campos de Sousa, que está em Brasília e não pode acompanhar a reunião, acredita que a próxima medida do consórcio é pedir a desistência do processo que corria no TRT, no Rio. Ele foi iniciado uma vez que as partes envolvidas não entraram em consenso nas duas audiências de conciliação realizadas no Tribunal.
Até então, o grupo oferecia 7,5% de reajuste salarial e vale alimentação de R$ 321,39, que representa alta de 7,13%. Após a primeira tentativa de acordo no tribunal, a desembargadora sugeriu um índice de 8,5%, que também foi rejeitado. Do outro lado, os 900 trabalhadores da NSS reivindicavam aumento de 10% e inclusão de R$ 100 no valor do vale (mais 33,3%).