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  O Rio e sua governança - Bernardo Filho

Data: 12/01/2020

 

O Rio e sua governança

Bernardo Filho - Advogado e Jornalista


O Estado do Rio de Janeiro está literalmente na UTI. Anos de má gestão administrativa, desarranjo e falta de responsabilidade fiscal, corrupção, máquina inchada e cara e de competência duvidosa, associadas uma depressão econômica Federal, levaram nosso Estado a uma situação pré falimentar.

Precisamos, urgentemente, da renovação do regime de recuperação fiscal, medida que daria um fôlego com relação ao pagamento das dívidas. Outro ponto é a necessária e óbvia reforma da previdência estadual.

Acredito que possa ocorrer a médio e longo prazo, a perspectiva de aumento dos royalties do petróleo, que precisam de um planejamento sério de utilização (não podem mais bancar gastos com o funcionalismo, como no passado), em investimentos que tragam benefícios à população.

O Estado do Rio de Janeiro possui hoje 464 mil servidores públicos ativos, o que representa uma folha de pagamentos de mais de 1 bilhão e oitocentos milhões mensais.

Começo colocando estes números, por ser um grande problema do governador, gerir mensalmente este desembolso. Conseguir mais de 25 bilhões anualmente, para fazer face a isto, em um Estado que sofre com as distorções mencionadas acima, precisa sim ser repensado.

Note-se que, a estes números, devem ser computadas também, centenas de empresas de gerenciamento de pessoal, contratadas para prestação de serviços à administração pública, os chamados terceirizados.

O desafio de fazer o Rio enfrentar os próximos anos de maneira equilibrada é imenso. Não vi neste primeiro ano de Governo Witzel, nada que me desse certeza de ter um alento de gestão. A falta de uma base parlamentar, contribuiu, mas não teve um peso decisivo, a ponto de se chegar a uma avaliação pouco contundente de uma gestão que deixou em muito a desejar. Poder-se-ia até dizer que a inexperiência política e administrativa foi sim, o maior problema. Concomitantemente, a vaidade em se lançar prematuramente, como pré-candidato à presidência em 2022, já no início de seu mandato, mostrou o despreparo político.

Existe uma máxima na política que diz que “o cabeça pode ser ruim, mas se estiver bem assessorado, a coisa vai bem”. Por este motivo, acredito que o Rio ainda tenha uma recuperação de médio prazo. Como sempre afirmo ser um pragmático otimista (até onde isto seja possível), vejo sim com bons olhos, o futuro do Estado do Rio de Janeiro.




 

 

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